Surpreendente. Essa é a palavra para definir a seleção senegalesa de 2002, que por pouco, muito pouco, não foi a primeira seleção africana na história a chegar a uma semifinal de Copa do Mundo.
Treinados pelo francês Bruno Metsu, o time apresentou o bom goleiro Sylva, que ajudou muito a fechar o gol do time, os meias Papa Boupa Diop e Diao, que organizavam o rápido time, que jogava nos contra-ataques em velocidade e tinha uma grande força ofensiva, que era ainda premiada pelo ótimo atacante, destaque daquele time, Diouf, com a camisa 11.
Nas Eliminatórias, anos antes, o time senegalês passou por Benin, em jogo duro na primeira eliminatória que participou.
Na fase final, classificou-se no grupo 3, com os tradicionais Marrocos, Egito e Argélia, além da Namíbia. O time estreou contra a Argélia, fora de casa, e empatou por 1 x 1, com gol do meia Diop. Em casa, contra o Egito, empate sem gols. Após empate sem gols também com o Marrocos, fora de casa, Senegal teve uma ótima sequência. 4 x 0 contra a Namíbia, em casa, com três gols de Diouf. Em seguida, 3 x 0 na Argélia, com três gols de Diouf. A única derrota foi em 6 de maio de 2001, para o Egito, fora de casa, por 1 x 0.
O jogo da vaga foi em casa, contra o Marrocos, com vitória de 1 x 0, gol de Diouf. Por fim, só para garantir a vaga, o time fez 5 x 0 na Namíbia, fora de casa. Com isso, foi a 15 pontos, mesma marca de Marrocos, que havia disputado as duas Copas anteriores, mas com melhor saldo de gols e melhor no confronto direto. O Egito, por sua vez, ficou com 13 pontos.
2002 começou com a Copa das Nações Africanas, em janeiro, disputada no Mali. Senegal jogou no grupo D contra Egito, Tunísia e Zâmbia. Na estreia, contra o Egito, vitória de 1 x 0, com gol de Diatta aos 37 do segundo tempo. Na partida seguinte, contra Zâmbia, vitória de 1 x 0, com gol do bom Camara, aos 45 da segunda etapa. Na rodada final, empate sem gols com a Tunísia e o primeiro lugar no grupo, com Sylva invicto no gol.
Nas quartas de final, contra a República Democrática do Congo, vitória por 2 x 0 com gols de Diao e Diouf para o Senegal. Na semifinal, contra a forte Nigéria, Diop fez 1 x 0 para o Senegal, que sofreu o empate aos 43 do segundo tempo, com gol de Aghahowa. Na prorrogação, no entanto, Diao colocou o Senegal na final.
E na decisão, contra Camarões, empate sem gols. Nos pênaltis, no entanto, Camarões venceu por 3 x 2. Faye, Diouf e Cissé perderam as penalidades para Senegal. Sylva pegou dois pênaltis e por pouco não foi o herói.
Aí, em Junho, veio a Copa do Mundo. E Senegal caiu no grupo A, um grupo da morte para o time, contra a atual campeã do mundo, a França, na Coreia do Sul.
E a estreia seria justamente contra a França, que massacrou o tempo inteiro, mas não conseguiu marcar. Senegal, em um contra-ataque mortal, aos 30 do primeiro tempo, fez seu gol. Diouf fez grande jogada pela esquerda e cruzou para Papa-Boupa Diop, que entrava no meio da área e venceu o goleiro Barthez. Vitória de 1 x 0 sobre a França.
No segundo jogo, o adversário era a boa seleção dinamarquesa, que abriu o placar aos 16 da primeira etapa com Tomasson, cobrando pênalti. Contudo, aos sete da segunda etapa, Diao empatou para os senegaleses, que jogariam por um empate contra o Uruguai na última rodada.
Contra outro campeão do mundo, Senegal massacrou o Uruguai. Fadiga cobrou pênalti aos 20 da primeira etapa, abrindo o placar contra o Uruguai. Diop aos 26 e 38 da primeira etapa fez 3 x 0 para Senegal. Morales, antes do intervalo, descontou para o Uruguai. Forlán, aos 24 da segunda etapa descontou para o Uruguai, que empatou com Recoba aos 43 da segunda etapa, cobrando pênalti, e quase virou no fim com Loco Abreu.
Com a vaga em segundo lugar, Senegal foi ao Japão enfrentar a Suécia. Larsson fez 1 x 0 para o time que passara em primeiro no grupo da morte. Camara empatou aos 37 do primeiro tempo e fez o gol de ouro, na prorrogação, no fim da primeira etapa.
Nas quartas de final, ainda no Japão, o rival seria a Turquia. Após empate nos 90 minutos, o time sofreu a eliminação aos 4 da primeira etapa da prorrogação, com um gol de Mansiz.
O time tinha todos os jogadores atuando na Europa, especialmente na França. Destaque no gol, Sylva foi goleiro do Monaco por mais de uma década. O atacante Henri Camara estava no Sedan, da França, e anos depois atuou na Inglaterra, por Wolverhampton, Southampton, Wigan, West Ham e Stoke City, além do Celtic, na Escócia. É o jogador com mais partidas pela seleção, com 99 jogos e 31 gols marcados. Papa Boupa Diop estava no Lens, da França, e depois jogou por Fulham e Portsmouth, na Inglaterra. Por fim, Diouf, eleito jogador africano em 2001 e 2002, estava no Lens-FRA e foi contratado pelo Liverpool após a Copa. Jogou ainda por Bolton, Sunderland, Blackburn, Doncaster e Leeds, na Inglaterra.