Foi o ano da Tríplice Coroa. Ninguém antes, nem depois (até o momento), conquistou uma Copa do Brasil e um Campeonato Brasileiro no mesmo ano. Para completar, o time ainda ganhou o Campeonato Mineiro em cima do rival.
2003 foi perfeito para o Cruzeiro, mas começou a ser montado em 2002, com a chegada do treinador Vanderlei Luxemburgo, o clube começou a se formar. Craque daquele time, Alex já tinha uma passagem em 2001. Em 2002 jogou por Palmeiras e Parma, mas logo voltou para o Cruzeiro, já no fim de 2002, meses depois de sair do Palmeiras e retornar ao Parma.
Artilheiro da equipe, o colombiano Aristizábal, campeão da Copa América em 2001, chegou para defender o time em 2003. Já o seguro goleiro Gomes já tinha ganhado espaço e virado titular, após iniciar sua carreira profissional no clube em 2001. Começou a ser titular com Luxa no fim de 2002.
O seguro zagueiro Edu Dracena chegou para defender o Cruzeiro em fevereiro de 2003, meses após ter deixado o Guarani para jogar por empréstimo no Olympiacos-GRE. Já no meio de campo, a segurança da volância ficava com Maldonado, o chileno que chegou no começo de 2003, após boa passagem pelo São Paulo. O time ainda tinha Luisão, zagueiro que defendeu a equipe no primeiro semestre.
O time ainda tinha Maurinho, na lateral direita, recém-chegado do Santos, campeão brasileiro de 2002. No banco dele estava ninguém menos que Maicon, que chegaria à seleção brasileira anos depois. Na esquerda, o rápido Leandro dava muito apoio ao ataque. O meio de campo ainda tinha Augusto Recife, formando boa dupla com Maldonado e, no banco, o jovem Felipe Melo, que chegava do Flamengo e trazia qualidade ao time.
Mesmo jogando mais na reserva do que no time titular, o veterano Zinho era a experiência no meio de campo, após amargar um rebaixamento com o Palmeiras em 2002. Wendell e Martinez, muito técnicos, eram outras opções do meio de campo. No ataque, além do colombiano Aristizábal, o tinha tinha Deivid, que chegava após boa temporada no Corinthians. Contudo, foi vendido no meio do ano para o Bordeaux-FRA, abrindo espaço para Mota, que acabou marcando 16 gols no Campeonato Brasileiro de 2003. No ataque, o clube ainda teve, até o meio do ano, o experiente Marcelo Ramos, ídolo da equipe mineira.
E o ano começou muito bem para o Cruzeiro, que estreou goleando o Araxá, de Minas Gerais, por 8 x 2 em amistoso, ainda com Jorge Wagner, que deixou o clube logo após isso.
Em seguida, iniciou a disputa do Campeonato Mineiro. No torneio, foram seis vitórias seguidas, incluindo um 4 x 2 sobre o Atlético-MG. Contando os dois amistosos que fez, o time entrou em 2003 com nove vitórias seguidas. A nona foi a vitória de 4 x 2 diante do Rio Branco-ES, em Cachoeiro do Itapemirim, pela primeira fase da Copa do Brasil. Após empate em 1 x 1 com o Rio Branco-MG, o Cruzeiro goleou o Mamoré por 6 x 0 e venceu o Guarani-MG. Após empate em 1 x 1 com o América-MG, goleou URT e Tupi por 4 x 0 no Mineiro. Como o torneio era por pontos corridos, o time mineiro foi campeão com 10 vitórias e dois empates, com 35 gols pró e sete contra. A vitória de 4 x 0 sobre o URT, na penúltima rodada, foi o jogo do título.
CRUZEIRO CAMPEÃO MINEIRO DE 2003 – Artur, Martinez, Jussiê, Luisão, Maicon, Edu Dracena, Marcelo Batatais, Gomes, Maurinho e Mota; Paulo Miranda, Wendel, Augusto Recife, Deivid, Márcio, Aristizábal, Ramos e Alex – Revista Placar
Logo após o Mineiro, o time jogou a segunda fase da Copa do Brasil contra o Corinthians de Caicó-RN. Fora de casa, empatou por 2 x 2. Na partida seguinte, estreou no Brasileiro contra o São Caetano, no Mineirão, com empate por 2 x 2. No jogo seguinte, no Mineirão, contra o Corinthians-RN, fez 7 x 0 e avançou na Copa do Brasil, com três gols de Deivid.
Nas oitavas de final da Copa do Brasil, em casa, venceu o Vila Nova, no Mineirão, por 2 x 0. Na volta, fez 2 x 1 em Goiânia, classificando-se para as quartas de final. O adversário foi o Vasco, campeão carioca daquele ano. Em casa, venceu por 2 x 1, com gols de Alex e Aristizábal. Na volta, em São Januário, empatou por 1 x 1, com gol de Alex, logo aos 13 do primeiro tempo.
Na semifinal, o rival seria o Goiás. Em Goiânia, vitória do time mineiro por 3 x 2, gols de Aristizábal e Deivid (2). No jogo da volta, no Mineirão com mais de 24 mil pagantes, venceu o Goiás por 2 x 1, com gols de Mota e Augusto Recife, que fizeram após o Goiás ter aberto o placar.
A decisão seria contra o Flamengo. Na ida, no Maracanã, com 72.760 torcedores, empate por 1 x 1. Alex fez 1 x 0 para o Cruzeiro aos 30 do primeiro tempo. O Flamengo empatou apenas aos 48 da segunda etapa, com Fernando Baiano. Na volta, no Mineirão, com 79.614 pagantes, o Cruzeiro venceu por 3 x 1 e foi campeão. Com 28 minutos no primeiro tempo, o Cruzeiro já vencia por 3 x 0, com gols de Deivid, Aristizábal e Luisão. Fernando Baiano descontou na segunda etapa.
Cruzeiro campeão da Copa do Brasil de 2003 – Luizão, Gladstone, Wendell, Gomes e Jardel; Augusto Recife, Leandro, Deivid, Maurinho, Aristizábal e Alex – Eugênio Sávio
Além do Brasileiro, o clube disputou a Copa Sul-americana naquele ano. Venceu o Palmeiras, no Palestra Itália, por 1 x 0, com gol de Edu Dracena, e empatou em 1 x 1 com o São Caetano, no Mineirão, sendo eliminado na primeira fase do torneio pelo saldo de gols, já que o Azulão vencera o Palmeiras por 3 x 0.
No Brasileiro, grande torneio do ano, o Cruzeiro beirou a perfeição, com 72,5 % de aproveitamento. Foram 46 jogos (maior dos pontos corridos até hoje, junto com o torneio de 2004), com 31 vitórias, sete empates e oito derrotas. Foram 102 gols marcados (mais gols e uma única edição do Brasileiro até hoje) e 47 gols sofridos. Foram 13 pontos a frente do Santos, que venceu duas vezes no torneio: 2 x 0 na Vila Belmiro e 3 x 0 no Mineirão. O título veio no triunfo de 2 x 1 diante do Paysandu, na 44ª rodada, a duas do fim, com gols de Zinho e Mota, com 73.141 torcedores no Mineirão.
No ano quase perfeito do Cruzeiro, foram 71 jogos com 50 vitórias, 13 empates e apenas oito derrotas, todas no Campeonato Brasileiro (sem contar os amistosos). Foram 168 gols pró e 67 gols contra, com um saldo positivo de 101. O aproveitamento do clube no ano foi de 76,5% de aproveitamento. Os únicos times que venceram o Cruzeiro naquele ano foram Vitória, Flamengo, Figueirense, Paysandu, São Caetano, Goiás e Internacional, todos fora de casa. Já contra o Juventude, o time perdeu por 2 x 1 no Mineirão.