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Times históricos: Bahia de 1988

Com o craque Bobô, time foi longe no torneio

Comando por Bobô, o Bahia conquistou em 1988 o que talvez seja o maior título de sua história, ao lado da Taça do Brasil de 1959. 

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Os destaques do Bahia eram o meia Bobô, grande craque da equipe e um dos principais responsáveis pela conquista. Charles, atacante técnico, era outro grande destaque daquela equipe.

No gol, Ronaldo entrou bem no lugar de Sidimar e ajudou muito na conquista do título. Sidimar foi titular em grande parte do torneio, mas deixou o time antes do fim após ficar sem contrato. 

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Zanata começou o ano na lateral direita, antes de ir para o Palmeiras. Era ofensivo e muito técnico. Em seu lugar entrou Tarantini, jogador de mais força na marcação. 

No miolo da zaga João Marcelo era tranquilo e calmo, grande nome do time. Pereira, seu companheiro, era titular até ficar sem contrato, assim como Sidimar. Claudir assumiu sem lugar. Já na esquerda, Paulo Róbson era um dos grandes nomes da equipe, bem atrás e na frente.

Os volantes eram Gil e Paulo Rodrigues. O primeiro era marcador implacável, enquanto o segundo era melhor na saída e distribuição de jogo.

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Gil, marcador implacável do Bahia – ADOLFO GERCHMANN

Ao lado do craque Bobô, na meia, jogava o artilheiro do time no Brasileiro com nove gols, Zé Carlos. Já no ataque, ao lado do jovem Charles, vinha Osmar, artilheiro do Campeonato Baiano, com 18 gols.

O time foi comandado por Evaristo de Macedo, que conseguiu manter o time apesar das perdas durante o ano.

O primeiro torneio do ano era o Campeonato Baiano, com dez times. Cada turno teria dois grupos de cinco, com os quatro melhores indo para o quadrangular final. Os quatro vencedores de turnos iriam para um quadrangular final geral. Caso tivéssmos campeões repetidos, seriam completados os quatro com os clubes de melhor campanha.

No primeiro turno, o Bahia ficou no grupo A com Serrano, Atlético, Fluminense e Atlanta. Classificou-se em primeiro com duas vitórias, dois empates e uma derrota.  No quadrangular final, com uma vitória e dois empates contra Vitória, Catuense e Serrano, ficou empatado em pontos com o Vitória: 4. No jogo-extra decisivo, venceu por 1 x 0 e conquistou o 1° turno.

No segundo, repetindo o grupo, venceu duas e perdeu duas, classificando-se em segundo atrás apenas do Fluminense. No quadrangular final, contra Vitória, Fluminense e Catuense, venceu uma, empatou outra e perdeu outras. Com isso, ficou em segundo lugar, atrás do Vitória, campeão.

No terceiro turno, com mudança de grupo com o Vitória, o Bahia enfrentou Catuense, Itabuna, Botafogo e Leônico. Venceu quatro e empatou uma. Foi para o quadrangular final com Fluminense, Catuense e Atlanta, conquistando-o com duas vitórias e um empate.

Por fim, no quarto turno, repetindo o grupo do 3°, ficou em segundo lugar da chave, atrás apenas do Botafogo, com duas vitórias, um empate e uma derrota. No quadrangular final, contra Serrano, Vitória e Botafogo, voltou a vencer, com duas vitórias e um empate.

Torcida do Bahia marcou presença em 1988 – NELSON COELHO

No quadrangular, faria jogos de ida e volta com Vitória, Fluminense e Catuense. O Bahia entrou com três pontos-extras por ter conquistado três turnos. E foi isso que o diferenciou do Vitória. Foram quatro vitórias, um empate e uma derrota. Contudo, com os pontos-extras, ficou dois à frente do Vitória, que ganhara apenas um. Foi o terceiro título seguido da equipe no torneio.

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Após isso, o Bahia estava pronto para o grande desafio do ano, o Campeonato Brasileiro. No torneio de 1988, as fases classificatórias teriam disputa por pênaltis em jogos que terminassem empatados para definir um ponto-extra.

E a estreia foi contra o Bangu na Fonte Nova com mais de 29 mil pessoas. Após 0 x 0 no tempo normal, o Bahia fez 6 x 5 nos pênaltis. Contra o rival Vitória, na mesma Fonte Nova, no dia 7 de setembro, o Bahia venceu por 1 x 0, gol de Bobô. Ainda no primeiro turno o time perderia para o Fluminense (0 x 3), venceria o Flamengo (1 x 0), empataria com o Goiás em 2 x 2, perdendo por 3 x 2 nos pênaltis, com o Atlético-MG em 1 x 1, perdendo por 4 x 1 nos pênaltis, com o Sport em 1 x 1, vencendo nos pênaltis por 4 x 2 para depois vencer Atlético-PR e São Paulo por 2 x 0, sendo que o Tricolor foi no Morumbi, com gols de Bobô e Zé Carlos. Em seguida venceria o Palmeiras, que já tinha Zanata, por 1 x 0. No jogo seguinte, uma derrota dura para o Internacional por 3 x 0, com três gols de Nilson em Porto Alegre. 

Na última rodada do turno, o Bahia recebia a Portuguesa na Fonte Nova, enquanto o Grêmio encarava o Goiás. O Grêmio precisava perder e o Bahia vencer para se classificar. Contudo, com empate sem gols com a Lusa, nem a vitória nos pênaltis por 5 x 4 classificou o time, já que o Grêmio vencera o Goiás por 2 x 0. Assim, o Tricolor teria que melhorar no 2° turno, jogando contra times do mesmo grupo. O Vasco foi primeiro da chave, com 27. O Grêmio, com 24 se classificou em segundo, um ponto à frente do Bahia (lembra das disputas de pênalti perdidas?).

Bobô era o craque do Bahia e levantou a taça de 1988 – Revista Placar

Na estreia do returno, na Fonte Nova, o Bahia venceu o Cruzeiro por 2 x 1 e começou bem. Em São Januário, contra o Vasco, empatou por 0 x 0 e perdeu nos pênaltis por 3 x 5. Novo empate sem gols contra o Guarani, em Campinas, mas venceu nos pênaltis por 4 x 3.

Em Salvador, no jogo seguinte, derrota de 0 x 1 para o Botafogo, que complicava o time baiano. Nesse jogo, Renato, centroavante da equipe, foi mal novamente e teve a cabeça pedida pela torcida do Tricolor. Ele pediu para sair, dando chance a Charles, que surgia.

Paulo Robson e Osmar, do Bahia – ORLANDO KISSNER

No jogo seguinte, em casa, o Bahia fez 2 x 0 no Corinthians, com gol de Charles aos 45 do segundo tempo. Contra o Criciúma, fora de casa, na rodada seguinte, o Bahia voltou a vencer, agora por 1 x 0, com gol dele, Charles, de cabeça.

O Bahia voltara ao páreo, mas enfrentava outra equipe que lutava pela vaga. O Coritiba, no Couto Pereira. E uma derrota por 0 x 2 complicou a vida do Bahia. Para se classificar, o Bahia teria que vencer o Santos de César Sampaio e Sócrates na Fonte Nova. E o Bahia não só venceu, como aplicou uma goleada de 5 x 1, com dois gols de Zé Carlos.

Em outro jogo decisivo, contra o Grêmio, já classificado, o Bahia venceu o rival gaúcho com um 3 x 1 na Fonte Nova. Após derrota no Arruda para o Santa Cruz por 1 x 2, o Bahia garantiu vaga ao vencer o América-RJ, na Fonte Nova, por 2 x 1. 

O Vasco venceu o segundo turno com 27 pontos, mas como estava classificado, deu vaga ao Cruzeiro, segundo colocado, com 23 pontos. A segunda vaga ficaria com o clube de melhor campanha somados os dois turnos. E apesar de ter ficado um ponto atrás do Corinthians no segundo turno, o Bahia ficou com a vaga por ter tido melhor campanha. Foram 44 pontos, contra 36 do Coritiba, 32 do Corinthians e 32 do Guarani. 

Paulo Rodrigues na final contra o Internacional – ORLANDO KISSNER

Para as quartas de final, os clubes foram separados por campanhas. O 1° enfrentava o oitavo, o 2° o 7° e aí por diante. O time com melhor campanha ainda tinha vantagem de empate após prorrogação no segundo jogo.

O Bahia se classificou em quarto e o rival das quartas seria o Sport, quinto colocado.  Na ida, na Ilha do Retiro, empate por 1 x 1, com gol de Charles. Após 120 minutos na volta, em Salvador, o Bahia chegou à semifinal.

A semi seria contra o Fluminense, oitava melhor campanha, que havia vencido o Vasco por 2 x 0 na prorrogação. Por isso, novamente, o Bahia decidiria em casa com vantagem. No Maracanã, empate em 0 x 0. No jogo da volta, na Fonte Nova, com maior público do torneio, com 110.438 torcedores, o Bahia venceu por 2 x 1, com gols de Bobô e Gil.

Com isso, a final seria contra o Inter, dono da segunda melhor campanha do torneio, vencedor do GreNal do século. No jogo da ida, na Fonte Nova, com 2° maior público do torneio (90.508 torcedores), o Bahia venceu de virada, por 2 x 1. Leomir fez 1 x 0 para o Inter, mas Bobô virou para o Bahia.

Na volta, no Beira-Rio, com mais de 79 mil torcedores, um empate em 0 x 0 garantiu o título nacional ao Tricolor Baiano, já em fevereiro de 1989.

Bahia campeão brasileiro de 1988, já em fevereiro de 1989 – João Marcelo, Ronaldo, Paulo Rodrigues, Tarantini, Paulo Róbson e Claudir; Marquinhos, Bobô, Charles, Zé Carlos e Gil – ADOLFO GERCHMANN

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