Seleção vai a campo. E a névoa da Comary volta a rondar
Começa a etapa de treinos em Teresópolis. A neblina da região serrana do Rio costuma atrapalhar seleção – e previsão é de sol encoberto até fim de semana
“Quando a gente consegue ganhar fora de campo, com um bom ambiente, já temos uma mão na taça. E desta vez já temos”, disse Parreira
A seleção brasileira inicia na manhã desta quarta-feira os primeiros treinamentos com bola na Granja Comary. E, para chegar em perfeitas condições à estreia da Copa do Mundo, daqui a quinze dias, a equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari enfrentará uma adversidade já conhecida por outras equipes que representaram o Brasil: o clima de Teresópolis, onde fica localizado o centro de treinamentos da seleção. A forte neblina da região serrana do Rio de Janeiro – conhecida entre os boleiros como “ruço” – se fez presente na Granja Comary nos dois primeiros dias de preparação. De acordo com a previsão do tempo, o sol aparecerá apenas na sexta-feira. Até lá, finas garoas e muita névoa devem atrapalhar a visibilidade dos atletas. Nada que preocupe a comissão técnica, que não se cansa de elogiar o reformado lar da equipe pentacampeã.
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A Granja Comary é a casa oficial da seleção brasileira desde 1987. Desde então, várias preparações para a Copa do Mundo aconteceram no local, incluindo as campanhas vitoriosas de 1994, sob o comando de Carlos Alberto Parreira, e 2002, quando Luiz Felipe Scolari era o treinador. Agora reformado, a um custo de 15 milhões de reais, o centro de treinamentos em Teresópolis foi elogiado pelos integrantes da seleção. Durante entrevista coletiva na segunda-feira, o auxiliar técnico Flávio Murtosa ignorou completamente as questões climáticas. “O local sempre foi aprazível, mas era uma área já antiga, precisava de uma reforma. Agora, ele está em ótimas condições. A Granja Comary é um lugar onde todos sonhariam em fazer uma preparação para o Mundial.” O coordenador técnico Carlos Alberto Parreira também nunca escondeu sua admiração pela estrutura e beleza do CT em Teresópolis e, disse, inclusive, que o Brasil já larga na frente por se hospedar ali. “Quando a gente consegue ganhar fora de campo, com um bom ambiente, já temos uma mão na taça. E desta vez já temos.”
O fato é que, agradável ou não, a Granja Comary apresenta um clima bastante diferente do que a seleção brasileira irá enfrentar no Mundial. Só na primeira fase, a seleção jogará em Fortaleza – em 17 de junho, contra o México – e em Brasília – no dia 23, encara Camarões -, cidades com clima bem mais quente e seco. A estreia acontecerá em São Paulo, em 12 de junho, contra a Croácia – e a capital paulista tem registrado chuvas e temperaturas mais parecidas com as de Teresópolis.
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O Brasil fará toda a sua preparação para a Copa do Mundo na Granja Comary e pretende abrir os treinos ao público com pouca frequência. “Nós vamos tentar evitar os dois extremos: nem abrir, nem fechar demais. Nossa prioridade é que os jogadores tenham condições de treinar e evitar o oba-oba. A Granja é diferente, não temos estrutura e nem condições de segurança para receber muita gente”, afirmou Parreira. Os primeiros treinos com todos os 23 jogadores devem acontecer nesta quarta por volta das 9h30 da manhã.