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Retrospectiva 2023: Dinamite, Minelli e outras mortes que marcaram o ano

Torcedores choraram a morte de grandes ídolos no Brasil e no exterior

(Conteúdo publicado na PLACAR de dezembro, Melhores e Piores de 2023, já disponível nas bancas e em nossa loja no Mercado Livre)

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Roberto Dinamite
Retrospectiva 2023: Roberto Dinamite
Roberto Dinamite, do Vasco, comemorando gol.

Em 8 de janeiro, menos de duas semanas após a morte de Pelé, o futebol brasileiro foi atingido por outra grande perda: Carlos Roberto de Oliveira, o Roberto Dinamite, não resistiu a um câncer no intestino. Tinha apenas 68 anos – e uma história marcada por glórias com a camisa do Vasco da Gama. Revelado no clube cruz-maltino, subiu para o time principal em 1971 e brilhou com a camisa 10 em 21 dos 22 anos em que jogou como profissional. Marcou 708 gols em 1.110 partidas (só o Rei e o goleiro Rogério Ceni também entraram em campo pelo mesmo time em mais de 1.000 ocasiões). É o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro (190 bolas na rede) e do Estádio São Januário (deixou sua marca 184 vezes). Depois de pendurar as chuteiras, elegeu-se vereador em 1992 e, mais tarde, conseguiu uma vaga como deputado estadual (posição que ocupou por cinco mandatos consecutivos, até 2015). Foi também presidente do Vasco entre 2008 e 2014.

Rubens Minelli
Retrospectiva 2023: Rubens Minelli
Rubens Minelli como técnico do Corinthians, em 1986

Se Marinho Peres é conhecido por trazer ao Brasil a linha de impedimento, Rubens Minelli, como técnico, será para sempre lembrado como um dos mais revolucionários de sua profissão. Juntos, os dois levaram o Inter ao bicampeonato brasileiro, em 1976. Já era a terceira conquista do treinador (1969, com o Palmeiras, e no ano anterior, com o mesmo Inter), que ainda se tornaria o primeiro tricampeão consecutivo, ao levantar a taça de 1977 com o São Paulo. Entre muitas qualidades, foi um dos primeiros a apostar na preparação física dos atletas e a investir na pressão sobre a saída de bola do time adversário. Trabalhou à beira do campo de 1963 a 1998 e passou também por Atlético-MG, Corinthians, Grêmio e Santos, além de vários outros clubes do interior de São Paulo. Em 1979, num movimento pioneiro para a época, assumiu o comando do Al-Hilal, da Arábia Saudita. Foi diretor de São Paulo, Athletico-PR, Paraná e Avaí e também comentarista de rádio. Morreu aos 94 anos, em 23 de novembro.

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Marinho Peres
Retrospectiva 2023: Marinho Peres, zagueiro da seleção brasileira na Copa de 1974 - J.B Scalco / Placar
Marinho Peres, zagueiro da seleção brasileira na Copa de 1974 – J.B Scalco / Placar

É impossível não pensar nas palavras elegância e classe ao falar do zagueiro Marinho Peres. No início dos anos 1970, quando poucos brasileiros atuavam em clubes do exterior, ele teve o privilégio de ser treinado pelo holandês Rinus Michels no Barcelona – e acabou famoso por ensinar os times do lado do cá do Atlântico a fazer a linha de impedimento. Revelado pelo São Bento, de Sorocaba, brilhou também na Portuguesa e no Santos. Na Copa do Mundo de 1974, realizada na Alemanha, era o capitão do time canarinho (lamentavelmente atropelado pela Holanda de Cruyff e Neskens, que tinham aprendido tudo com o mesmo Michels no Ajax). Pelo Internacional, foi campeão brasileiro de 1976. Depois, ainda encantou as torcidas de Palmeiras e América-RJ, clube pelo qual encerrou a carreira. Após mais de um mês internado por causa de uma pneumonia e de complicações nos rins e no coração, morreu em 18 de setembro. Tinha 76 anos.

Bobby Charlton
Bobby Charlton foi protagonista no título mundial da Inglaterra, em 1966 - EFE
Bobby Charlton foi protagonista no título mundial da Inglaterra, em 1966 – EFE

Altivo, elegante, dono de uma visão de jogo inigualável e com faro de gol comparado ao do húngaro Puskás, seu contemporâneo, Bobby Charlton era considerado um dos grandes, senão o maior jogador da história do Manchester United e da seleção da Inglaterra. No total, marcou 298 gols (249 pelo Red Devils, recorde que seria batido apenas em 2017, por Wayne Rooney) e jogou como se cumprisse a missão de homenagear os 23 companheiros mortos em um acidente de avião em 1958. O atacante, condecorado com o título de “Sir” pela rainha Elizabeth II, estava entre os 21 sobreviventes. “Penso nisso todos os dias da minha vida. Eu não acho que tive sorte ou algo assim. Como posso estar bem e todos os outros terem ido embora? Você se sente um pouco culpado”, dizia, sempre que perguntado sobre a tragédia. Desde 2020, sofria de demência. Morreu em 21 de outubro, aos 86 anos.

Gianluca Vialli
Gianluca Vialli morreu, aos 58 anos -
Gianluca Vialli morreu, aos 58 anos –

Em quase 20 anos de carreira profissional, o atacante italiano Gianluca Vialli marcou mais de 200 gols com as camisas da Cremonese, da Sampdoria, da Juventus e do Chelsea. Ganhou diversos títulos (Campeonato Italiano, Copa da Itália, Supercopa da Itália, Copa da Inglaterra, Copa da Liga Inglesa, Recopa Europeia, Copa da Uefa e a Liga dos Campeões de 1996, com a Juve). Em 1983, estreou pela seleção italiana sub-21 e dois anos depois já estava no time principal, pelo qual jogou até 1992. Ao pendurar as chuteiras, tornou-se técnico do Chelsea e levantou outras cinco taças entre 1998 e 2000. Também estava na comissão técnica da Azzurra campeã da Eurocopa de 2020. Diagnosticado com um câncer de pâncreas duas vezes (em 2017 e 2021), afirmou em um documentário: “Sei que provavelmente não vou morrer de velhice, espero viver o máximo possível, mas me sinto muito mais frágil do que antes”. Em 6 de janeiro, com apenas 58 anos de idade, não resistiu à doença.

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Palhinha
Palhinha com a camisa do Cruzeiro - Rodolpho Machado/Placar
Palhinha com a camisa do Cruzeiro – Rodolpho Machado/Placar

Ele foi batizado como Vanderley Eustáquio de Oliveira, mas ficou famoso no mundo da bola como Palhinha e conseguiu a proeza de se tornar ídolo dos dois maiores clubes de Minas Gerais. Pelo Cruzeiro, equipe que o revelou e pela qual se profissionalizou em 1969, ganhou a Libertadores de 1976. Em seguida, transferiu-se para o Corinthians por 1 milhão de dólares (a maior negociação do futebol brasileiro até então) e ajudou o time a sair da fila, com a conquista do Paulistão de 1977. Em 1980, brilhou no Galo, ao lado de João Leite, Reinaldo, Toninho Cerezo e Éder, entre outros craques, e foi tricampeão mineiro e vice do Brasileirão naquela polêmica final contra o Flamengo. Ainda passou por Santos e Vasco antes de encerrar a carreira no América-MG, em 1985. Fez seis gols em 16 partidas pela seleção e, de 1985 a 2002, trabalhou como técnico. Internado num hospital de Belo Horizonte, morreu em 17 de julho por causa de uma infecção. Tinha 73 anos.

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