Estima-se que o número real seja dez vezes maior, por casos não reportados por vítimas
Quarenta e cinco casos de assédio sexual foram registrados oficialmente até agora durante o período de disputa da Copa do Mundo, que começou no dia 14 de junho e será encerrada no próximo domingo, em Moscou. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira pela entidade Fare, aliada da Fifa no controle de questões de discriminação no Mundial.
Piara Power, diretor da Fare, diz que os casos foram identificados desde o início do Mundial, incluindo cerca de quinze deles envolvendo jornalistas que foram alvo de assédios enquanto trabalhavam nas ruas das cidades russas e em estádios. “Esses são os números oficiais. Talvez o número real seja dez vezes maior”, disse Power, referindo-se aos casos não registrados pelas vítimas.
Federico Addiechi, diretor de Diversidade da Fifa, destacou os casos de sexismo, em que torcedores passaram a ser impedidos de entrar nos estádios. Ele salienta que, ainda que sérios, o número de ocorrências desse tipo de incidente foi pequeno diante do 1,5 milhão de torcedores, dos quais 700.000 vieram do exterior, do Mundial. Para ele, o que ocorreu na Rússia não é uma novidade em relação ao que foi visto há quatro anos, na Copa de 2014.
Na Rússia, o Ministério do Interior abriu um inquérito formal contra os brasileiros que, nos primeiros dias da Copa do Mundo, constrangeram uma mulher em Moscou, em vídeo que difundiram pela internet.