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Presidente do Corinthians escapa de impeachment

Roberto de Andrade recebeu apoio de 183 conselheiros e permanecerá no cargo até fevereiro de 2018. Crise esportiva e financeira, porém, ainda incomoda

O presidente Roberto de Andrade escapou do processo de impeachment no Corinthians. A votação para julgar os atos do dirigente sequer foi realizada, após muita confusão na reunião entre conselheiros do clube na noite desta segunda-feira, no Parque São Jorge. Uma votação prévia foi suficiente para livrar Roberto de Andrade de qualquer punição e garantir a manutenção de seu mandato, que se encerra em fevereiro de 2018.

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O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Guilherme Strenger, decidiu abrir votação de admissibilidade do processo contra Roberto de Andrade. Existia uma brecha no estatuto do clube que permitia a realização desta “pré-votação”. Inicialmente, o voto dos conselheiros seria secreto, mas Strenger sugeriu que o voto fosse aberto. A decisão gerou muita discussão, então definiu-se voltar a opção secreta.

Compareceram 266 conselheiros dos 341 possíveis e 183 optaram para que não fosse realizada a votação, contra 81 a favor do impeachment. Houve ainda um voto em branco e mais um voto nulo. Com isso, não se atingiu a maioria simples necessária para a aprovação dos motivos da convocação para análise da destituição do presidente.

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Inconformada com a decisão, a oposição, capitaneada pelo conselheiro Romeu Tuma Jr., tentou barrar a “pré-votação” em um primeiro momento e depois prometeu recorrer da decisão. Para que uma nova votação do impeachment aconteça, porém, seria necessário um fato novo além dos expostos na tentativa inicial desta segunda-feira.

Roberto de Andrade concedeu entrevista e se disse “de alma lavada”.  “Se acontecesse o impeachment, seria a injustiça da injustiça. Conseguimos mostrar para a maioria que estávamos certo. O pedido de impeachment foi motivado por um grupo querendo o poder no clube. “

Ele, no entanto, prometeu unir forças dentro do clube para tirar o Corinthians da crise. “Quero agradecer os 181 votos, que não votaram no Roberto, mas votaram no Corinthians, para o que é melhor para o clube. Vamos fazer um mandato com tudo aquilo que sonhamos sempre, sem grupo político. Quem quer o bem do Corinthians que se junte a nós para recolocarmos o clube no lugar de onde nunca deveria ter saído.”

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O ex-presidente corintiano e hoje deputado federal Andrés Sanchez, que de distanciou de Roberto, mas votou contra o impeachment, disse que espera que o atual mandatário mude sua postura. “É óbvio que um clube do tamanho do Corinthians tem que delegar e dividir o poder. Não dá para ver tudo do clube sozinho. É importante que ele tenha percebido isso”,

Entenda o caso

O processo contra o dirigente teve início em 22 de novembro do ano passado, quando 63 conselheiros entregaram ao Conselho Deliberativo do Corinthians o pedido de saída de Roberto de Andrade. A acusação citou assinaturas do dirigente em contratos do Itaquerão e em ata de uma reunião. Ele teria assinado os documentos como presidente antes de assumir o cargo em fevereiro de 2015, o que, segundo a oposição, representaria falsidade ideológica.

Roberto se defendeu alegando que assinou os papéis após assumir o cargo, mas que os documentos possuíam datas antigas, o que considerou um “equivoco”.  O que mais forçou a investida da oposição, porém, foi mesmo a má fase do clube no futebol e a preocupante dívida para quitar a construção do estádio de Itaquera.

A pressão ficou ainda maior com o passar do tempo pelo fato de o dirigente ter se afastado de alguns de seus principais aliados. A reclamação é que Roberto de Andrade tem sido muito centralizador e não ouve nem mesmo seus vices.

Para piorar a situação do presidente, o time não rendia em campo e ele fez constantes mudanças na comissão técnica, antes mesmo de ter início o processo de impeachment. Só no ano passado, foram quatro treinadores diferentes. Tite – que foi para a seleção brasileira – Cristóvão Borges, Fábio Carille e Oswaldo de Oliveira.

No dia em que anunciou a demissão de Oswaldo de Oliveira, Roberto assegurou que Carille não tinha chance alguma de ser efetivado e que iria atrás de outro treinador. Pouco depois, anunciou o ex-auxiliar técnico como novo comandante, após várias recusas. Roberto, entretanto, assegura que tentou apenas a contratação do colombiano Reinaldo Rueda.

(com Estadão Conteúdo e Gazeta Press)

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