Horas depois de o STJD negar a impugnação do Campeonato Paulista vencido pelo Corinthians, clube alviverde anunciou “missão cumprida”
O Campeonato Paulista de 2018, enfim, terminou oficialmente, depois de 164 dias de indefinição jurídica. Horas depois de o STJD negar, por unanimidade, o pedido de impugnação da final feito pelo Palmeiras, o clube paulista informou que não irá recorrer à CAS (Corte Arbitral do Esporte), a última instância do direito esportivo. Com isso, o Corinthians, que venceu a decisão nos pênaltis, em 8 de abril, não corre mais nenhum risco de ter sua conquista anulada.
O Palmeiras alega que houve interferência externa para ajudar o árbitro Marcelo Aparecido de Souza a marcar e, depois de oito minutos, cancelar um pênalti de Ralf no atacante Dudu, no segundo tempo da decisão. Antes de ir ao STJD, já havia recorrido, sem sucesso, à esfera estadual, no TJD.
Em nota, o clube considerou que “deu sua contribuição ao demonstrar, de maneira inequívoca, a interferência externa” após um “processo de investigação extremamente minucioso” e lamentou que os tribunais brasileiros não tenham entendido da mesma forma.
O Palmeiras, no entanto, se disse com um sentimento de “missão cumprida” por ter contribuído com a implementação do árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) na Copa do Brasil e no Paulista do ano que vem.
A Sociedade Esportiva Palmeiras entende que deu sua contribuição ao demonstrar, de maneira inequívoca, a interferência externa na atuação da arbitragem na final do Campeonato Paulista deste ano. Após um processo de investigação extremamente minucioso, o Palmeiras comprovou que houve comunicação não permitida pelo regulamento com os árbitros.
Infelizmente, os tribunais esportivos brasileiros não entendem que a série de fatos apresentados constitui prova suficiente para anulação de uma partida de futebol, o que lamentamos.
Porém, tudo o que foi demonstrado pelo Palmeiras foi referendado pela opinião pública e pela mídia especializada e, graças a essa movimentação do clube, algumas atitudes foram tomadas no sentido da evolução no futebol brasileiro.
A CBF, que não introduziu o uso do VAR no Campeonato Brasileiro porque não teve a votação suficiente dos clubes, determinou sua utilização a partir das quartas de final da Copa do Brasil. O Palmeiras foi o único clube do Estado de São Paulo que votou a favor do uso da tecnologia e seguiu fazendo gestões junto à CBF para que a ideia não fosse arquivada.
Até a FPF, após as evidências levantadas pelo Palmeiras, decidiu adiantar o uso do VAR, e o Campeonato Paulista de 2019 também terá a utilização desta tecnologia a partir das quartas de final, o que, esperamos, ajude a diminuir as questões duvidosas e traga legitimidade à tecnologia no auxílio à arbitragem.
Ainda há espaço para mais avanços. Por isso, o Palmeiras segue sugerindo a disponibilização das gravações das comunicações entre os árbitros e a reciclagem e renovação do comando do Departamento de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol.
A Sociedade Esportiva Palmeiras espera que esse caminho de evolução não tenha mais volta no futebol brasileiro. O clube seguirá, por sua vez, sempre batalhando e à frente de posturas que contribuam para o desenvolvimento do esporte nacional.
Para este caso específico, consideramos nossa missão cumprida e, por isso, não daremos sequência a novos recursos.
Sociedade Esportiva Palmeiras