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Pacaembu, 80 anos: quem é, afinal, o maior artilheiro do estádio?

No aniversário do charmoso estádio paulista, temporariamente usado como hospital de campanha contra o coronavírus, PLACAR esclarece uma histórica confusão

O aniversário de oitenta anos do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, completados nesta segunda 27, trouxe novamente a tona uma dúvida sobre os recordes estabelecidos em um dos gramados mais emblemáticos do futebol brasileiro. Duas marcas sofrem mais com as imprecisões dos escassos registros dos primeiros anos de partidas na sede paulista da Copa do Mundo de 1950: a artilharia do estádio e o recorde de público em suas arquibancadas.

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O primeiro dado, o do recordista de gols marcados, é comumente atribuído ao Rei do Futebol: Pelé. O atleta do Século XX marcou 113 gols vestindo a camisa do Santos no Pacaembu – nas contas do pesquisador Alexandre Andolpho Silva, foram 127 ao todo. As listas que costumam colocar o maior ídolo do Peixe esquecem-se, porém, de dois artilheiros dos anos 40 e 50, que vestiram a camisa de outro alvinegro paulista: o Corinthians.

Elenco corintiano de 1952 publicado no álbum Balas do Futebol Acervo Museu do Futebol/Coleção Moacir Andrade Peres/Divulgação

De acordo com o jornalista e historiador Celso Unzelte, autor do Almanaque do Corinthians, originalmente publicado por PLACAR, dois jogadores do Timão ultrapassaram Pelé em gols marcados no Paulo Machado de Carvalho. O líder e recordista, segundo Unzelte, é o ponta Cláudio Cristóvam de Pinho (1922-2000), que jogou no Corinthians entre 1945 e 1957. Pinho, cujo apelido também era Gerente, marcou 186 gols em 322 jogos disputados com a camisa do time de Parque São Jorge.

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O “Gerente” jogou por outros clubes e fez parte das seleções brasileira e paulista. Com outras camisas, Cláudio de Pinho marcou outros 16 gols no Pacaembu, totalizando 202 gols no gramado do estádio paulista. O segundo colocado, ainda de acordo com o minucioso levantamento de Celso Unzelte, é o atacante corintiano Oswaldo Silva (1926-1997), mais conhecido como Baltazar: 161 gols. “Não se trata de nenhum demérito para Pelé. Afinal, Pinho e Baltazar jogaram mais vezes no Pacaembu pois essa foi a casa dos jogos do Corinthians por muito tempo. O Santos sempre teve a Vila Belmiro como palco principal”, diz Unzelte.

Recorde de público também é tema de divergência – Outra marca histórica que também provoca acalorados debates entre aqueles que zelam pela memória esportiva do Brasil é o recorde de público do Pacaembu. Em datas festivas como a desta segunda-feira, a partida de estreia de Leônidas da Silva pelo São Paulo é erroneamente apontada como jogo que mais reuniu torcedores no Paulo Machado de Carvalho.

Aquele empate em 3 a 3 entre o Tricolor paulista e o Corinthians, realizado no dia 24 de maio de 1942, reuniu 63.281 pagantes e outros 7.000 “sócios não pagantes”, totalizando 70.281 espectadores. Segundo o levantamento de Celso Unzelte, outros dois jogos registraram públicos superiores.

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Em 26 de agosto de 1977, o Corinthians foi derrotado por 2 a 1 pela Ponte Preta em partida do Campeonato Paulista (que seria vencido pelo time corintiano, em nova série de confrontos contra o time de Campinas). Naquele jogo foram ao Pacaembu 72.573 pessoas (67.543 pagantes e outros 5.030 “menores”, como a Federação Paulista de Futebol chamava os jovens de até 12 anos credenciados e que não pagavam pelo ingresso no estádio).

Mas o recorde que persiste até os dias atuais viria meses mais tarde, em 11 de dezembro daquele ano, em partida do Campeonato Brasileiro de 1977: Santos 1 x 1 Palmeiras, com público total de 73.532 espectadores (68.327 pagantes e 5.205 menores).

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