Osorio diz que não confia na diretoria do São Paulo
Treinador colombiano negou que pedirá demissão após o clássico contra o Palmeiras, mas admitiu desejo de dirigir a seleção mexicana no futuro
O ambiente no centro de treinamento do São Paulo não esteve nada tranquilo nesta sexta-feira, apesar da boa vitória sobre o Vasco, pela Copa do Brasil, no meio de semana. O técnico Juan Carlos Osorio demonstrou irritação com as especulações sobre um possível acerto com a seleção mexicana. O colombiano negou a possibilidade de deixar o cargo neste domingo, mas disse que não tem confiança na diretoria do clube.
Quando questionado se confiava nos cartolas, Osorio foi bem direto. “Pelo que fizeram com o elenco e com os desfalques, não”, afirmou, lembrando que o time negociou oito jogadores desde sua chegada, em junho. Logo em seus primeiros meses, ele reclamou por não ter sido informado sobre a crise financeira do clube e sobre a necessidade de negociar jogadores – só do time titular, saíram os zagueiros Rafael Toloi e Dória, e os volantes Souza e Denilson.
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Irritado, Osorio negou a informação de um jornal colombiano de que deixaria o São Paulo depois do clássico contra o Palmeiras, no domingo, mas afirmou que tem seu futuro indefinido. “Quero ganhar do Palmeiras, quero ganhar do Vasco na quarta e depois sentar e tomar a minha decisão. O futebol brasileiro é de resultados e tenho que pensar nas minhas possibilidades”.
Um antigo sonho do técnico pode abreviar sua passagem pelo futebol brasileiro: Osorio, que recebeu propostas da seleção mexicana, reafirmou seu objetivo de trabalhar em uma Copa do Mundo. Ele tem 54 anos e disse que pretende dirigir uma seleção competitiva até os 60. “O México é uma seleção de elite. Não nego que tivemos conversas. Meu contrato não tem cláusula que me garanta dinheiro caso eu saia, então tenho o meu direito de tomar decisões. Por enquanto, estou 100% no São Paulo”.
O México tem como técnico interino o brasileiro Ricardo Ferretti, do Tigres, que vai ficar no cargo por apenas duas partidas. Esse período se encerra em novembro, quando a equipe inicia a disputa por vaga na Copa do Mundo da Rússia e deve contratar outro treinador. Osorio trabalhou no país da América Central entre 2011 e 2012 no Puebla e antes de acertar com o São Paulo, foi sondado pelo Cruz Azul.
“Há muita gente cínica e hipócrita no futebol. A verdade é que em quatro jogos ruins, eu posso não estar aqui. Eu não me pago ao trabalho, mas aos jogadores”, atacou Osorio. O contrato dele com o São Paulo vai até o fim de 2016 e como explicado pelo próprio Osorio, o vínculo não estipula o pagamento de multa rescisória em caso de saída do cargo.
(Com Estadão Conteúdo)