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Oasis de volta: a relação da banda com o futebol

Irmãos Liam e Noel Gallagher são figurinhas carimbadas nas vitórias, e nas derrotas do Manchester City

Uma das bandas mais marcantes dos anos de 1990 está de volta. O Oasis, que anunciou seu retorno na última terça-feira, 27, depois de 15 anos sem tocar, tem imensa relação com o futebol. Os irmãos Gallagher são figurinhas carimbadas nas vitórias, e também nas derrotas do Manchester City.

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A máxima da banda era fazer música de gente operária para a classe operária, em total sintonia com a formação do City, histórico time menos favorecido em relação ao vizinho United. Liam e Noel, os conhecidos “bad boys” do “Britpop”, como ficou conhecido o movimento, brigavam tanto que até se separaram em 2009.

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Durante as comemorações de títulos recentes, já com aporte bilionário dos Emirados Árabes, é sempre possível reparar a figura recorrente de Noel. Em uma delas, ficou registrado um abraço em Pep Guardiola. Curiosamente, foi ele o responsável por entrevistá-lo logo em sua chegada ao clube.

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“Teve uma fase em que toda vez que ia ao estádio o City perdia. Devo ter assistido a dez derrotas consecutivas do time quando ia à Maine Road”, contou Gallagher, em entrevista à Sky Sports.

Blur (Chelsea) x Oasis (City)

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Damon Albarn, do Blur, e os irmãos Gallagher, citizens de carteirtinha – Reprodução

Os endinheirados Chelsea e Manchester City formam uma das principais rivalidades inglesas, o que nos últimos anos, especialmente em 2021, quando os times decidiram a Liga dos Campeões, reascendeu um gigante adormecido: a rixa entre as bandas Blur (formada por torcedores do time londrino) e Oasis (do de Manchester).

A disputa entre os “bons moços” ou “mauricinhos” do Blur e os “bad boys” ou “operários” de Manchester se deu pela coexistência. Liderada pelo vocalista Damon Albarn, o Blur nasceu primeiro, em 1991, com seus primeiros sucessos lançados naquele mesmo ano, mas se viu incomodada, em 1994, pela petulância dos irmãos Liam e Noel Gallagher, do Oasis, conhecidos pelo gênio indomável e brigas entre si.

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“Do lado do Blur, o vocalista, Damon Alborn, também não levava desaforo para casa e logo começou essa rivalidade. Qual é a grande banda de rock inglês deste final de século? E foi uma batalha dura com singles sendo lançados nos mesmos dias, com álbuns em datas muito parecidas para ver qual tinha o maior alcance, a maior vendagem. No final das contas diz-se que o Blur ganhou uma batalha, o Oasis ganhou a guerra com o álbum em que eles lançaram e tem [a música] Wonderwall, por exemplo, mas que no final da campanha quem levou a melhor foi o Blur, que enquanto o Oasis se destruiu sozinho com a briga dos irmãos Gallagher, o Blur viveu um hiato, mas seguiu a carreira, conseguiu permanecer existindo”, avaliou o crítico musical Pedro Antunes, em entrevista à PLACAR em 2021.

Liam Gallagher (Oasis) encarando Damon Albarn (Blur) durante um torneio amistoso, em 1996 -
Liam Gallagher (Oasis) encarando Damon Albarn (Blur) durante um torneio amistoso, em 1996 – David Cheskin/PA Images/Getty Images

“É claro que a imprensa britânica gosta de criar factoides e rivalidades, foram eles os responsáveis por uma das maiores rivalidades do rock, por exemplo, entre Beatles e os Rolling Stones. Eles não precisavam ser inimigos, ou rivais, mas isso vendia tabloides. E isso aconteceu nos anos 1990 quando o Blur já era uma banda razoavelmente estabelecida, principalmente em solo inglês, e foi tomado pela onda chamada Oasis que mexeu com as estruturas da música pop inglesa, liderada por dois irmãos falastrões que eram um prato cheio para a imprensa”, explica Antunes.

No auge da rivalidade entre Oasis e Blur, ambas as equipes estavam mal. “Teve uma fase em que toda vez que ia ao estádio o City perdia. Devo ter assistido a dez derrotas consecutivas do time quando ia à Maine Road”, contou Gallagher, em entrevista à Sky Sports. No fim da década de 1990, o time azul de Manchester chegou a ser rebaixado à terceira divisão.

Do outro lado, Graham Leslie Coxon, considerado um genial guitarrista, é o mais fanático do lado Blur pelo Chelsea. Albarn também era comumente visto com a camisa do clube. Em 1995, no clipe de Country House, é possível ver o músico lendo um jornal com uma página falando sobre o Chelsea. Além disso, o Blur lançou a trilha sonora mais famosa da história dos games futebol Fifa, a Song 2, do jogo Fifa:Road to World Cup 98. 

Em um festival amistoso em 96, chamado Soccer 6 Trophy Cup, o time do Blur jogou todo de azul, com Albarn vestindo a camisa número 25, então usada pelo italiano Gianfranco Zola, principal ídolo da equipe na época. Passados anos da disputa, os lados atenuaram os discursos e atribuíram a rixa a gravadores e aos tabloides da época. Eles chegaram a dividir palco em um evento beneficente para ajudar crianças com câncer, em 2013.

Gündogan e Oasis

Não é apenas o Oasis que reapareceu. Gündogan também está de volta. Depois de uma temporada no Barcelona, o meio-campo alemão acertou com o clube que havia defendido de 2016 a 2023.

O City, claro, aproveitou a coincidência de retornos e fez uma postagem especial nas redes sociais, dizendo que também adoram um “comeback”. Na imagem, aparece o gol da vitória, de virada, por 3 a 2, sobre o Aston Villa, que fez o time ultrapassar o Liverpool na tabela de classificação e ficar com o título de 2022. O gol, claro, foi marcado por Gündogan.

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