Neymar pai nega assédio e diz que rompeu com Nike por salários e chuteira
Neymar afirmou ser “estranho uma denúncia de 2016 aparecer agora” e disse que suspeitava que calçados da Nike fossem responsáveis por lesões do jogador
Uma reportagem do jornal americano The Wall Street Journal desta quinta-feira, 27, apontou que a Nike rompeu contrato com Neymar porque o jogador do PSG se recusou a cooperar com uma investigação iniciada após uma funcionária da empresa acusá-lo de assédio sexual. Em nota enviada ao jornal, a assessoria de Neymar negou e disse que o atacante vai “se defender vigorosamente desses ataques sem fundamento caso alguma denúncia formal seja apresentada, o que não aconteceu até agora”. A PLACAR, o pai do jogador deu sua versão sobre o rompimento do contrato.
“Meu amigo, liga para a Nike, e pergunte se o destrato foi sobre esse assunto. E outra coisa, a matéria fala que o caso é de 2016? O Neymar saiu da Nike no ano passado, é estranho essa denúncia aparecer agora, né? Por quê? Só após sair ela está preocupada? A gente não consegue entender. Vamos ter de averiguar isso, por enquanto não temos nada contra o Neymar, não temos que nos preocupar. Se a Nike realmente está se manifestando dessa forma ela vai ter a posição dela e nós vamos ter a nossa. Vai ser uma briga grande, pode ter certeza, e a gente gosta dessas”, afirmou o pai e empresário do jogador da seleção brasileira, em contato telefônico.
Neymar pai negou que o rompimento tenha sido motivado por uma denúncia de assédio. “Se você ficar sem receber você continua na sua empresa, meu amigo? É simples assim. Quando a Nike não honrou os pagamentos que estavam em atraso alegando um monte de situação a gente rompeu. Simples assim”, afirmou. Questionado sobre os motivos, Neymar disse que a rixa com a empresa teve início devido a reclamações do atleta sobre a chuteira da fornecedora americana, que seria a causadora de suas lesões.
“Primeiro foi porque o Neymar não quis mudar de produto, de chuteira. Eles queriam um modelo de chuteira que ele utilizasse e ele não queria mudar, sair da chuteira que era de costume, a Mercurial. E ele resolveu não aceitar e depois não fizeram o pagamento, envolveram um monte de situações. Com os pagamentos atrasaram, entrou pandemia, eles não queriam honrar com aquilo e a gente não queria mais continuar pelos desgastes que já estávamos sofrendo”, afirmou.
“A chuteira já estava provocando várias situações para ele, principalmente de lesão, porque era uma chuteira que não tinha estabilidade. Era isso, um monte de situações que estamos colocando agora e a gente, nesse momento, se a Nike vier para cima, nós vamos para cima dela”, prosseguiu, em tom exaltado. “Não é hora para falarmos nada e criarmos mais polêmica. Vou esperar o que a Nike vai fazer primeiro de estratégia e eu vou fazer a nossa. Eu só sei que eu não estou entendendo, não soa bem. Do jeito que você não está entendendo eu também não estou entendendo, a conta não fecha.”
PLACAR procurou a Nike, que até o momento não se manifestou sobre o caso. A empresa americana anunciou o fim do patrocínio, que por contrato deveria durar mais oito anos, em agosto de 2020, sem explicar o porquê da decisão.
Segundo a reportagem do WSJ, uma funcionária da Nike disse a amigos e a colegas que trabalhavam com ela na empresa que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral nele no quarto de hotel em que o jogador estava hospedado em Nova York, na madrugada do dia 2 de junho de 2016. Neymar estava na cidade americana para um evento de divulgação da parceria entre a Nike e o ex-jogador de basquete Michael Jordan.
De acordo com o jornal, a funcionária abriu uma reclamação junto à Nike em 2018. No ano seguinte, a empresa começou uma investigação interna sobre o caso e decidiu não colocar mais o jogador em campanhas de marketing.
À reportagem, a representante legal da Nike, Hilary Krane, afirma que o contrato foi encerrado porque o atacante não quis cooperar com a apuração e que a companhia não falou sobre o assunto publicamente antes porque “nenhum fato emergiu que nos permitisse falar com segurança sobre o assunto. Seria inapropriado a Nike fazer acusações sem apresentar fatos que as comprovassem”.
Segundo o jornal, durante a investigação, realizada por advogados do escritório Cooley LLP, representantes de Neymar negaram o que foi relatado pela funcionária, mas o jogador se recusou a ser entrevistado. Neymar era um dos atletas mais bem pagos pela Nike quando o contrato foi encerrado. Cerca de duas semanas depois do rompimento, a Puma anunciou acordo de patrocínio com o jogador.
Neymar está na Granja Comary, em Teresópólis (RJ), concentrado com a seleção brasileira que disputará a Copa América, a partir do dia 13, na Argentina. Curiosamente, justamente às vésperas da última edição do torneio em 2019, o jogador recebeu outra acusação de assédio, da modelo Najila Trindade. Neymar se machucou dias depois e não participou da campanha do título em casa. O caso foi arquivado – tanto a denúncia de assédio por parte do atleta quanto às de caluniosa e extorsão contra Najila.