Publicidade
Publicidade

NBA no Rio: reencontro entre LeBron e Heat causa tensão

Chris Bosh e Dwyane Wade se incomodaram ao falar sobre o ex-companheiro, agora no Cleveland, no último treino antes do tão aguardado duelo de sábado

“Cara, a gente se gosta, mas dentro da quadra ele é dos Cavs e eu sou do Heat”, avisou o gigante Chris Bosh

Na véspera da segunda edição do NBA Global Games no Rio de Janeiro, Cleveland Cavaliers e Miami Heat treinaram no ginásio do Flamengo, nesta sexta-feira, em clima de descontração. Com a pré-temporada apenas no início, os jogadores pareciam relaxados e se empolgaram ao falar de suas primeiras impressões do Brasil. Um assunto, no entanto, vem deixando o ambiente tenso: o reencontro entre LeBron James e seus ex-companheiros de Heat. Maior estrela do basquete na atualidade, o ala de 29 anos retornou a Cleveland depois de quatro temporadas e dois títulos na equipe de Miami. Enquanto o principal protagonista da partida pregou respeito aos ex-colegas, Chris Bosh e Dwyane Wade, dois craques com quem LeBron dividiu o protagonismo nos últimos quatro anos, se mostraram incomodados ao falar sobre o duelo, marcado neste sábado, às 18 horas (de Brasília), na HSBC Arena, na Barra da Tijuca.

Publicidade

Leia também:

LeBron é marca pessoal mais valiosa do esporte no mundo

LeBron desembarca no Rio para reencontro com o ex-time

LeBron e Varejão mandam o recado: ‘A caminho do Brasil’

Continua após a publicidade

Durante o treinamento do Heat, no fim da manhã, os principais astros da equipe, antes muito ligados a LeBron, não demonstraram tanto afeto pelo astro. O craque Dwyane Wade lembrou que o Miami Heat já havia conquistado um título antes da chegada de LeBron. “Joguei um bom tempo sem o LeBron e fui campeão em 2006. Aí jogamos quatro anos juntos e agora ele voltou a ser rival. Não há nada além disso. Estou preocupado com meu time.” Wade admitiu, porém, que a saída de LeBron aumentou sua responsabilidade. “A liderança é importante e o treinador me passou essa função. Mas liderar não é só mostrar o que fazer ou dizer. Somos um grupo. Só quero ajudar a todos.” No fim do treino, Wade ainda brincou ao posar para uma selfie com um fã carioca. “Você está com uma camisa do LeBron, mas tudo bem”, alfinetou. Wade atua pelo Miami Heat desde 2003, o ano em que se profissionalizou.

Responsabilidade – Outro atleta de primeiríssimo nível, o ala-pivô Chris Bosh, não levantou o tom de voz, mas também se disse cansado por ter de responder a tantas perguntas sobre LeBron. “Nós já jogamos um contra o outro diversas vezes antes, não deveria ser visto como uma grande coisa. Claro que as pessoas se interessam muito por essa história, querem saber como vai ser, mas já joguei até contra parentes meus! Quando entramos em quadra, vamos lutar por cada bola para tentar ganhar.” Questionado sobre a chance de dar um abraço em LeBron antes da partida, ele desconversou. “Não sei… Cara, a gente se gosta, mas dentro da quadra ele é dos Cavs e eu sou do Heat.”

Publicidade

Mesmo depois de perder seu principal jogador, o Heat fez apenas contratações modestas, como a do britânico nascido no Sudão Luon Deng. Ex-jogador do Chicago Bulls – time pelo qual Deng esteve no Brasil ano passado, na primeira edição do Global Games no Rio -, o ala fez questão de afastar a responsabilidade de substituir o melhor jogador do planeta. “Não sinto que esteja substituindo ninguém. Tenho 29 anos e nunca quis ser outra pessoa. Vim para o Heat para ser eu mesmo e ser o melhor jogador que eu posso ser. Já assisti a muitos filmes do Super-Homem e sei que não posso voar”, brincou Deng.

Horas depois do treinamento do Heat, foi a vez de LeBron e os Cavaliers entrarem em quadra. Inevitavelmente, o novo reforço da equipe e o brasileiro Anderson Varejão foram os jogadores mais celebrados pelo grupo de cem torcedores que acompanhou a primeira parte do treinamento. Sem camisa, LeBron foi um dos últimos atletas da equipe a conceder entrevistas. Cercado por uma multidão de jornalistas, o atleta mais valioso do planeta evitou falar sobre o reencontro com a ex-equipe e não quis dizer se a nova parceria com Shawn Marion e Kyrie Irving pode ser mais bem sucedida do que a dos tempos de Bosh e Wade. “São dois ótimos trios”, se limitou a dizer. Em seguida, LeBron impressionou os torcedores com sua precisão nos arremessos. Numa das poucas vezes em que deixou a bola escapar, ouviu um murmurinho dos fãs e abriu um sorriso. Depois de cerca de vinte minutos, o técnico David Blatt abandonou o microfone que usava para dar instruções ao jogadores e ordenou que todos os torcedores e jornalistas deixassem a quadra do Flamengo. Melhor jogador do último Mundial, Kyrie Irving não participou do treino e deve ser desfalque para o jogo deste sábado.

Turismo – Se o tema LeBron despertou reações nervosas de alguns jogadores, os atletas da NBA mostraram empolgação com a chance de estar no Brasil. Chris Bosh abriu um sorriso ao falar de suas primeiras impressões sobre o Rio e sobre a única palavra que aprendeu. “Futebol. Passamos pela praia, tinha gente jogando futebol na quadra de tênis, futebol na quadra de vôlei, na grama, na areia, na quadra. Aqui todos amam o futebol, mas acho que o basquete está crescendo e as pessoas também vêm demonstrando muita paixão pelo nosso esporte. Estamos empolgados. É um privilégio estar aqui”, afirmou o gigante de 2,11 metros, campeão olímpico com a seleção americana em Pequim-2008. Dwyane Wade também falou sobre a bela paisagem da cidade, mas disse que o real objetivo da viagem é preparar bem a equipe para o início de temporada. “O Rio é uma cidade linda, mas vim aqui para trabalhar pelo meu time. Em Miami tenho muitas praias maravilhosas também”, brincou.

Publicidade

Já Anderson Varejão, que está no Cleveland desde 2004, assumiu o papel de anfitrião e guia turístico de sua equipe. “Todos estão adorando. Levei os jogadores para conhecer os pontos turísticos, o Cristo Redentor, o Corcovado… Sempre tem alguém da equipe me dizendo o quanto achou meu país bonito”, disse o jogador capixaba, um dos atletas mais queridos e carismáticos do Cleveland. O técnico do Heat, David Blatt, também participou da sessão de elogios ao Rio de Janeiro. “Estou amando. Pretendo passar férias aqui em breve.” A má notícia para os torcedores da cidade que receberá a chance de ver os craques em ação no fim de semana foi o anúncio de que Dwyane Wade e Chris Bosh não virão ao Rio para a disputa da Olimpíada de 2016. Ambos alegaram já ter cumprido seus ciclos olímpicos com o bronze de Atenas-2004 e o ouro em Pequim-2008.

Continua após a publicidade

Publicidade