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Nas oitavas, favoritos sofrem diante de rivais ousados

Quem vê só a tabela das quartas de final quase preenchida (faltando apenas os vencedores das partidas entre Argentina e Suíça, em São Paulo, e Bélgica e Estados Unidos, em Salvador, nesta terça-feira), pode até achar que os favoritos fizeram valer sua reputação e dominaram os adversários menos tradicionais nos duelos das oitavas. Não foi […]

Quem vê só a tabela das quartas de final quase preenchida (faltando apenas os vencedores das partidas entre Argentina e Suíça, em São Paulo, e Bélgica e Estados Unidos, em Salvador, nesta terça-feira), pode até achar que os favoritos fizeram valer sua reputação e dominaram os adversários menos tradicionais nos duelos das oitavas. Não foi bem assim. De acordo com as estatísticas das quatro partidas que colocaram frente a frente uma seleção de peso e um oponente de currículo bem mais modesto, a fase eliminatória da Copa do Mundo tem sido marcada por extremo equilíbrio, mesmo nos confrontos que pareciam menos complicados. Excetuando-se os confrontos entre Colômbia e Uruguai, vizinhos que se conhecem bem e chegaram à Copa com equipes mais ou menos equivalentes, e Costa Rica e Grécia, em que ninguém poderia ser apontado como o grande favorito, os outros quatro jogos das oitavas foram duríssimos, decididos apenas no detalhe – o que pode servir de alerta para a Argentina, a última favorita a entrar em campo nessa fase. Os números das demais partidas no banco de dados da Opta, líder mundial no registro detalhado dos grandes jogos do futebol internacional, mostram que as seleções da elite do futebol mundial se depararam com rivais abusados, que não se contentaram em ficar esperando na defesa para jogar no erro dos favoritos. “A Copa tem mostrado jogos muito equilibrados, com equipes que ninguém imaginava que dariam trabalho”, disse o técnico Luiz Felipe Scolari depois da classificação brasileira às quartas. “São partidas muito parelhas, decididas em uma ou duas bolas.”

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A batalha entre Brasil e Chile, por exemplo, teve a seleção pentacampeã com menos tempo de posse de bola (48% contra 52%) e menos passes efetuados (424 contra 474). Os brasileiros ganharam por pouco nos quesitos disputas de bola ganhas (53% a 47%) e desarmes realizados (31 a 30). A Holanda, três vezes finalista, também sofreu contra o México, com posse de bola não muito superior à do adversário (56% a 44%, sendo que os europeus tiveram de tomar a iniciativa durante quase toda a segunda etapa, já que estavam em desvantagem no marcador). A equipe laranja deu treze chutes a gol contra dez dos mexicanos. Equilíbrio maior ainda aconteceu em França x Nigéria, em Brasília. Assim como os holandeses, os campeões mundiais de 1998 tiveram uma pequena vantagem na posse de bola, 53% a 47%, e trocaram mais passes, 371 a 332, mas não dominaram completamente o adversário – a Nigéria chutou nove vezes a gol (contra treze dos favoritos) e empatou nos desarmes (16 a 16). A exceção entre os quatro embates em que havia uma grande favorita em campo foi a partida entre Alemanha e Argélia, na tarde de segunda. Os tricampeões garantiram uma vaga nas quartas com 67% de posse de bola (contra 33% dos argelinos), 793 passes (contra 380) e 28 chutes, um recorde nesta Copa (os africanos somaram dez). Quem assistiu à partida, porém, sabe bem que os números, nesse caso, não contam tudo o que se deve saber sobre o duelo, considerado por muitos o melhor da competição até aqui – os argelinos, corajosos e inabaláveis, levaram os alemães ao limite e só foram batidos no segundo tempo da prorrogação (depois, aliás, de desperdiçarem algumas chances de vencer a partida).

(Giancarlo Lepiani, de Salvador)

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