Maior clássico da história de Minas já mobiliza as torcidas
Atleticanos e cruzeirenses aguardam sorteio nesta quinta para descobrir quem será o mandante em cada partida da final. Mineirão pode receber os dois jogos
“Pela importância do jogo, precisa ser no Mineirão. Mas jogamos onde o presidente decidir”, disse Levir Culpi
Atlético e Cruzeiro fazem o maior clássico de Minas Gerais. Ainda neste mês, os arquirrivais vão decidir pela primeira vez um título nacional – o que, para jogadores, treinadores e torcedores, já transforma a final da Copa do Brasil de 2014 no maior duelo da história do confronto entre as equipes. A decisão inédita esteve perto de acontecer em 2000. Na ocasião, atleticanos e cruzeirenses chegaram até as semifinais, mas apenas o time azul avançou. Em 1987, Atlético e Cruzeiro também estiveram muito próximos de decidir a Copa União, mas o alvinegro perdeu a vaga para o Flamengo, enquanto os cruzeirenses caíram diante do Internacional. Logo depois que os mineiros eliminaram Flamengo e Santos, numa rodada emocionante na noite de quarta-feira, atletas dos dois lados já começaram a pensar nos dois capítulos do superclássico. Os jogos estão marcados para os dias 12 e 26, ainda sem local definido.
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O atacante Luan, herói da classificação do Atlético, afirma que o duelo com o Cruzeiro vai atrair as atenções de todas as outras torcidas – e o talismã do time de Levir Culpi não quer desperdiçar a chance de levantar a taça. “É uma final inédita, que vai parar o Brasil. Sabemos da qualidade que tem o Cruzeiro. Serão clássicos decididos por detalhes e estamos focados em busca do título inédito.” Do lado cruzeirense, o atacante boliviano Marcelo Moreno acredita que não haverá favorito na decisão. “A final vai parar não só Minas. O Brasil inteiro vai querer ver. Clássico não tem favorito.” Por causa da rivalidade acirrada entre as torcidas, o atacante Willian aproveitou para pedir que os torcedores se respeitem, evitando repetir as cenas de violência dos últimos duelos. ‘Temos um histórico triste de brigas de torcida em Belo Horizonte. Espero que sejam dois jogos com paz nos estádios”, afirmou.
Mandos – O primeiro episódio da decisão será escrito já nesta quinta-feira, com a definição dos palcos dos jogos. Um sorteio no início da tarde, na sede da CBF, deverá definir quem será o mandante do primeiro jogo. Levir Culpi defende que as duas partidas sejam realizadas no principal estádio mineiro, de preferência com as duas torcidas em igual número. “Pela importância do jogo, precisa ser no Mineirão. Mas jogamos onde o presidente decidir.” Marcelo Oliveira, que disse que o confronto será “extremamente difícil” e que o Cruzeiro, líder do Brasileirão, “vai com todas as suas forças” para a decisão, concorda com Levir, assim como a Federação Mineira de Futebol. Nos últimos clássicos, o Cruzeiro tem mandado os jogos no Mineirão e o Atlético, no Independência. Nesta quinta, o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, sinalizou que prefere manter a estratégia de usar o Independência.
“A última coisa em que eu vou pensar nesta final é dinheiro. Nas quartas e na semifinal, o Mineirão foi lucrativo, foi interessante. Mas o Independência marcou a grande virada do Atlético, do time que perdeu o medo, que é respeitado, que voltou para a prateleira de cima”, disse o cartola em entrevista ao canal pago SporTV. Kalil avisou, porém, que deseja ouvir os atletas e a comissão técnica antes de anunciar onde será disputada a partida. “Levar o jogo contra o Corinthians para o Mineirão foi decisão dos jogadores”, contou Kalil, antes de provocar o rival. “O único clube que tem o direito de escolher onde jogar é o Atlético. O Cruzeiro tem contrato, é obrigado a jogar no Mineirão. Nós temos uma vantagem e vamos aproveitar. Mas vamos tomar essa decisão com calma.” O último duelo entre os arquirrivais aconteceu no Brasileirão, em setembro, com vitória atleticana no Mineirão: 3 a 2.
(Com agência Gazeta Press e Estadão Conteúdo)