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Jantar sem CBF e apelos a Romário: os bastidores das festas do tetra

Grupo de reuniu, sem o “Baixinho”, na Granja Comary em evento promovido pela entidade. Nesta quarta, 25 anos depois do título, haverá nova celebração

Os atletas que participaram da campanha do tetracampeonato da seleção brasileira, na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, marcaram um jantar de confraternização para esta quarta-feira 17, dia exato do aniversário de 25 anos da conquista. O evento fechado, sem nenhum representante da CBF entre os 80 convidados, acontece em um hotel de luxo em Ipanema, no Rio. O senador e ex-atacante Romário, protagonista daquela campanha, manifestou o interesse de participar, mas ainda não confirmou presença devido a indefinições em sua agenda em Brasília.

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A ausência de cartolas na celebração foi um pedido dos próprios atletas e da comissão técnica da época, que querem ter “um momento só deles”. O evento foi idealizado por Raí e Jorginho há alguns meses, em um grupo de WhatsApp dos tetracampeões. Ao saber da iniciativa dos jogadores, a CBF também quis homenageá-los, promovendo uma grande festa no último sábado. De todos os convidados, o único que recusou o convite e criticou a festa promovida pela entidade foi Romário, feroz crítico da CBF há pelo menos duas décadas.

Detalhe da medalha oferecida pela CBF aos campeões de 1994
Detalhe da medalha oferecida pela CBF Instagram/Reprodução

Mais da metade do grupo campeão em 1994 compareceu à Granja Comary, em Teresópolis, para a primeira grande comemoração pelo tetra. Os que se ausentaram alegaram compromissos previamente marcados no exterior, como Cafu, Ronaldo e Leonardo, ou imprevistos, como Branco, funcionário da CBF, que perdeu um voo vindo da Europa e não chegou a tempo. Aos 87 anos, Zagallo, coordenador técnico do tetra, se recupera de uma cirurgia e também não compareceu. Anfitrião da outra festa e dirigente do São Paulo, Raí não foi à Teresópolis pois estava focado no clássico contra o Palmeiras, também realizado no sábado.

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Romário foi o único convidado que não apareceu porque não quis. A CBF lamentou o fato, mas disse respeitar a posição do senador e nem tentou forçar a barra. A entidade não convidou Ricardo Teixeira, presidente de 1989 a 2012, atualmente envolvido em uma série de denúncias de corrupção. Os ex-jogadores se hospedaram com suas famílias no centro de treinamentos da seleção brasileira, com direito a jantar de recepção na sexta-feira e partida de futebol, de dois tempos de trinta minutos, seguida de churrasco. Taffarel, atual preparador de goleiros da seleção, fez as vezes de anfitrião.

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, também marcou presença e presenteou os campeões com uma medalha de ouro comemorativa. De um lado do mimo, aparecia o nome de todos os atletas de 1994 e do outro a campanha do time, coroada com uma vitória nos pênaltis sobre a Itália. Bebeto, um dos mais animados e gratos pela homenagem, postou diversas fotos em suas redes sociais.

Campanha pelo ‘Baixinho’

Desde o princípio, ainda no grupo de Whatsapp, a intenção dos organizadores do encontro da próxima quarta era reunir o grupo inteiro que fez história nos EUA e que, de modo geral, se dá muito bem – o ex-zagueiro Ricardo Rocha é considerado o “palhaço” da turma e se esforça para manter os laços de amizade. Para contar com todos os tetracampeões, houve um esforço para minimizar um problema pessoal entre duas de suas principais estrelas daquela conquista. Em 2016, Dunga, o capitão do tetra e então técnico da seleção, e Gilmar Rinaldi, goleiro reserva na campanha e diretor da CBF na ocasião, processaram Romário por difamação – em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, o “Baixinho” disse que havia “interesses escusos” nas convocações do ex-colega.

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Dunga e Gilmar ganharam os processos contra Romário e as partes seguem sem se falar, mas concordaram em aparar as arestas em nome do coletivo. “Não temos amizade, Romário não reúne as condições para ser meu amigo. Mas a reunião do tetra é outra coisa, se ele estiver lá será tratado com todo o respeito. Uma coisa é nosso time e outra é o que cada um faz na sua vida”, afirmou Gilmar, que participou das celebrações no último fim de semana, na Granja Comary, mas não irá ao jantar, pois comparecerá à formatura de sua filha, em Madri.

A maioria do grupo já confirmou presença, enquanto as ausências certas são Leonardo, Müller e Gilmar Rinaldi, que têm compromissos fora do Brasil. O grupo espera ver Zagallo, auxiliar no tetra, que vem enfrentando problemas de saúde, mas demonstrou interesse em participar. Carlos Alberto Parreira, o técnico do time, esteve na Granja e também vai ao jantar.

Música e cordel em homenagem a Recife

O evento desta quarta-feira terá atrações musicais – Pretinho da Serrinha vai comandar uma roda de samba com, e a DJ carioca Luluta vai samplear músicas que marcaram as vidas dos jogadores, como Lá Vai Pitomba, de Luiz Gonzaga. Já o menu será assinado por Jérôme Dardillac, chef executivo do hotel Fairmont Copacabana.

Liderados por Raí, o grupo encomendou até uma uma logomarca ilustrada para o evento, inspirada na literatura de cordel, assinada por artistas maranhenses. “O Cordel é uma homenagem a Pernambuco, onde começou nossa arrancada, nas eliminatórias, para o Tetra”, afirmou Raí, em referência ao histórico Brasil 6 x 0 Bolivia nas eliminatórias da Copa, em Recife, no dia 29 de agosto de 1993, quando o grupo entrou em campo de mãos dadas, gesto que virou marca registrada da seleção.

“Recife foi a primeira cidade que paramos na volta dos Estados Unidos”, recordou Raí, que iniciou o torneio como capitão, mas perdeu a titularidade. A faixa, então, passou para os braços de Dunga.

Logo do evento dos tetracampeões de 1994
Logo do evento dos tetracampeões de 1994 ./Divulgação
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