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Fifa reserva receitas da Copa para enfrentar Justiça e multas

A Copa de 2014 foi a mais rentável da história da entidade, com lucros de mais de 5 bilhões de dólares

A Fifa está reservando um total de 261 milhões de dólares (cerca de 815 milhões de reais) obtidos como renda da Copa do Mundo de 2014 no Brasil para enfrentar uma série de processos e pagar pesadas multas que corre o sério risco de receber em diferentes tribunais. Diante da dificuldade em conquistar novos contratos de patrocínio, analistas que fizeram um “pente fino” nas contas da Fifa nos últimos anos, apontaram que será essa reserva acumulada, ainda pelo torneio no Brasil, que pode salvar a entidade da falência, caso seja condenada.

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Os dados fazem parte do informe financeiro da entidade que, pela primeira vez, revela detalhes sobre as pendências que a Fifa ainda tem com fornecedores no Brasil, com advogados, disputas sobre ingressos, impasses com fornecedores e mesmo com casos de corrupção. Os detalhes não são revelados pela entidade sobre em quais casos terá de arcar com multas ou penalidades. Os valores são mantidos para “cobrir vários assuntos legais com relação aos negócios centrais da Fifa“. “Nenhuma informação pode ser dada por enquanto, já que disputas legais são assuntos sensíveis”, indicou o informe da entidade.

A Fifa aponta que reservas são feitas e “reconhecidas” quando “uma obrigação surge de um evento passado”. “É provável que a Fifa seja exigida a pagar essa obrigação e uma estimativa confiável pode ser feita sobre o valor dessa obrigação”.

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A Copa de 2014 foi a mais rentável da história da entidade, com lucros de mais de 5 bilhões de dólares. Naquele momento, a Fifa chegou a prometer que daria 100 milhões de dólares para a CBF como legado. Mas as suspeitas de irregularidades na entidade brasileira ainda impedem que o dinheiro seja liberado.

Copa de 2018 pode salvar entidade

O que mudou de forma dramática as contas da entidade foi a prisão de cartolas, a partir de maio de 2015. Se há alguns anos a Fifa nadava em dinheiro e distribuía presentes luxuosos a seus dirigentes, os novos números financeiros da entidade revelam uma situação bastante diferente. As perdas foram de 369 milhões de dólares em 2016, 112 milhões dólares em 2015, e para 2017 o buraco deverá ser ainda maior. De acordo com o balanço financeiro da entidade, mais de 70 milhões dólares foram gastos apenas para pagar advogados na tentativa de se defender de processos nos Estados Unidos e na Suíça. Outros 50 milhões de dólares foram gastos em custos com tribunais.

A entidade, que tem sua renda dependente basicamente da Copa do Mundo, espera reverter tudo isso com o Mundial de 2018, na Rússia, onde prevê uma receita de 5,5 bilhões dólares. No entanto, dos 34 patrocinadores que esperava fechar, hoje conta com apenas dez. Entre seus dirigentes, poucos escondem que a crise é uma das mais sérias de sua história. Para combater esse momento, a Fifa está retirando dinheiro de suas reservas estratégicas, criadas apenas para tempos de dificuldades. Hoje, elas estão em 1 bilhão de dólares, mas devem cair para 600 milhões dólares ao final do ano.

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(com Estadão Conteúdo)

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