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Fiasco mancha 2013 mágico do Atlético – e fecha ano terrível para clubes brasileiros

Enquanto a seleção brilhou, os times nacionais encararam uma temporada problemática e sofrida. A equipe mineira, campeã da América, era uma das poucas exceções. Até o encontro com o Raja no Marrocos

As equipes nacionais enfrentaram episódios traumáticos, a começar pela morte do torcedor boliviano na Libertadores, na estreia do Corinthians

Até o torcedor mais fanático do Atlético-MG sabia: em algum momento a maré positiva do time teria de acabar. Depois de um primeiro semestre iluminado, com uma trajetória quase inacreditável na Libertadores, a esperança dos mineiros era de que o embalo continuaria até sábado, quando a equipe enfrentaria o Bayern de Munique e precisaria, de fato, que tudo desse certo para conseguir superar o time considerado o melhor do planeta na atualidade. Mas o Atlético não teve a chance de testar sua sorte pela última vez no ano. Na semifinal, contra o Raja Casablanca, em Marrakesh, deu tudo errado. Jô, que marcou gols decisivos na Libertadores, perdeu duas chances incríveis quando o placar ainda mostrava 0 a 0. Ronaldinho Gaúcho, que distribuiu dezenas de assistências desde que chegou ao clube, desta vez teve poucos lampejos de craque. E o milagreiro Victor, que tantas vezes salvou o Atlético da eliminação no torneio continental, não conseguiu agarrar a cobrança de pênalti de Moutaouali, já no fim do jogo. Assim, a temporada mágica do Atlético termina com uma decepção que nem mesmo os arquirrivais cruzeirenses achavam ser possível.

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O Atlético ainda não se despediu de 2013: antes de retornar ao Brasil, terá de disputar o terceiro lugar com o Guangzhou Evergrande, da China, na preliminar da final do torneio, entre Raja e Bayern de Munique. Mesmo que consiga a medalha de bronze, porém, voltará ao país de forma muito diferente do esperado – nada de festa nas ruas de Belo Horizonte, e pressão redobrada para a temporada 2014. O presidente Alexandre Kalil e o técnico Cuca, que está de saída (vai para o futebol chinês), disseram que a derrota não pode apagar as façanhas do Atlético no primeiro semestre, que incluíram uma goleada sobre o São Paulo e classificações heroicas contra Tijuana e Newell’s Old Boys. Ainda melhor que os resultados foi o futebol exibido pela equipe, que também foi campeã estadual derrotando o arquirrival Cruzeiro. Os dois grandes de Minas Gerais, aliás, foram exceções numa temporada problemática para os clubes do país. Enquanto a seleção brasileira recuperava seu prestígio e construía um ano quase perfeito, as equipes nacionais enfrentaram episódios traumáticos, a começar pela morte do torcedor boliviano na Libertadores, na estreia do Corinthians.

O clube paulista ainda amargou o fracasso de sua contratação mais cara, Alexandre Pato, e pior ainda: o desabamento de um guindaste nas obras do Itaquerão, com a morte de dois operários. Problemas na liberação das verbas para o estádio e uma briga com torcedores do Vasco, em Brasília, também tiraram o sono dos dirigentes corintianos. A violência nos estádios, aliás, foi um grande problema para outras equipes. O Vasco voltou a se envolver numa batalha nas arquibancadas na última rodada do Brasileirão, no jogo contra o Atlético-PR na Arena Joinville. O jogo não foi em Curitiba por causa de uma punição que ficou quase rotineira – as atitudes hostis dos torcedores fizeram com que boa parte das equipes perdesse o direito de jogar em seus próprios estádios. Além da selvageria em Santa Catarina, a última rodada do campeonato foi marcada por mais um episódio constrangedor, a falha da Portuguesa na escalação de Héverton, suspenso, em jogo contra o Grêmio. Num julgamento com clima de circo, a equipe paulista caiu e o Fluminense, que merecia ter sido rebaixado, acabou sendo salvo por milagre. A escassez de patrocinadores dispostos a investir no futebol e o nível técnico decepcionante do futebol nacional na temporada também contribuíram para que 2013 se transformasse num ano que não vai deixar saudade na maioria dos grandes clubes.

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