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Fernando de Noronha tem uma seleção para representar o arquipélago

Formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos, o arquipélago de Fernando de Noronha atualmente pertence a Pernambuco. Mesmo assim, quer se tornar a primeira seleção “Não Fifa” do Brasil

A qualidade do “campo do Pianão” é sazonal, como o próprio clima da região. Mesmo assim, os moradores se reúnem lá todas as quartas, às 7h da noite, e sábados, pela manhã, para a “brincadeira”, como Genílson Deonilo da Silva chama as partidas organizadas pela Associação Noronhense de Veteranos (Anove). Essa é, atualmente,a mais importante manifestação futebolística em Fernando de Noronha. O arquipélago formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos, que ocupa 26 km e tem 2.930 habitantes, já foi considerado território federal e atualmente pertence a Pernambuco. Seu maior feito em campo, aliás, é um título desse estado no futebol de areia. Agora os noronhenses querem mais: criar sua própria seleção. 

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Thiago Fernandes Monteiro, do Conselho Sul-Americano de Novas Federações (CSANF), e alguns moradores pretendem fazer de Fernando de Noronha a primeira seleção de futebol Não Fifa do Brasil. As seleções Não Fifa são nações que, sem reconhecimento internacional, estão fora da tutela da principal organização de futebol, sejam elas regiões, estados, povos ou minorias.

Em 2011, Thiago recebeu essa incumbência do próprio Conselho. O primeiro passo foi buscar informações sobre o futebol das ilhas, com telefonemas desde São Paulo, onde ele mora, para comerciantes da região. Num golpe de sorte, Thiago ligou para a Noronha Divers, empresa de mergulho onde Genílson é gerente, então vice-presidente da Anove, e ficou sabendo das práticas futebolísticas por lá. Baseado nelas, ooficializou a inscrição de Noronha na CSANF. Com a seleção inscrita, Thiago trabalha agora para tirá-la do papel. 

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Os desenhos do escudo e do uniforme já estão prontos. No início do ano que vem, Fernando de Noronha deve realizar seus primeiros jogos, ainda no Nordeste. Para o futuro, está programado um amistoso entre os noronhenses e alguma seleção de Cabo Verde. Seria a primeira partida entre seleções Não Fifa no Brasil.

Enquanto isso, toda semana o Pianão continua recebendo em seu gramado os atletas da região. Alguns para lá dos 60 anos, outros abaixo dos 30. Gente como o próprio Genílson, que chegou a disputar uma Copa São Paulo de Juniores pelo Náutico e, com orgulho, lembra-se dos tempos de futsal com um certo Mané. “Conhece o Mané? Não? E o Manoel Tobias?”, completa, lembrando do ex-jogador da seleção de futsal, considerado um dos melhores da história. Quase três décadas após dividir as quadras com Mané, pode estar chegando a vez de Genílson vestir a camisa de uma seleção.

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