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Estádios Paulistas: Palestra Itália

Como contrato de compra de 1920 deu dores de cabeça para o Palmeiras na atualidade

O site de PLACAR inicia nesta semana uma série com a história da compra dos terrenos e estádios dos maiores times de São Paulo e alguns outros da capital paulista. Com ajuda de Augusto Pigini do Colégio Notorial do Brasil – Seção de São Paulo, tivemos acesso às certidões da escritura de venda e compra das principais praças esportivas da cidade de São Paulo, além da Vila Belmiro, em Santos.

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Documento original de compra do Parque Antártica: Difícil leitura – Reprodução

A primeira história que PLACAR traz é do estádio Palestra Itália, da Sociedade Esportiva Palmeiras, que hoje é o Allianz Parque. A compra se deu em 27 de abril de 1920, quando o local passou a ser a casa do então Palestra Itália, hoje Palmeiras.

Em 1920, o Palmeiras compra o Parque Antártica – Divulgação

Na época, o local pertencia à Companhia Antártica Paulista, empresa de cerveja e refrigerantes. À época, o local, continha um campo de futebol, com arquibancadas, que já era usado no Campeonato Paulista, além de algumas outras construções pertencentes a uma praça esportiva. Na escritura, define-se que tudo vai para o Palmeiras, menos trilhos dormentes e postes, que pertenciam à Light & Power, empresa que fornecia energia para a cidade de São Paulo e tinha benfeitorias no local.

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Estádio era bem diferente dos tempos atuais – Divulgação

Por ser de propriedade da Antártica, o local era conhecido por Parque Antártica, nome que sobreviveu até a reforma do estádio, em 2010. Até por isso, o hoje estádio palmeirense, tem o nome Parque ao lado de Allianz, remetendo ao antigo nome. A escolha foi feita por palmeirenses entre três nomes disponíveis, e o vencedor foi aquele que remetia aos primórdios do estádio.

A compra do estádio se deu em abril de 1920 – Reprodução

Na venda, pelo lado da Antártica, estava o Conde Asdrúbal do Nascimento e Adam Von Bulow, representando os diretores da empresa. Pelo lado palmeirenses, estavam o presidente do clube, Menotti Falchi, o secretário-geral, Eurico Belli e o tesoureiro Luiz Izzo.

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O Parque da Antártica ainda existia ao lado do campo – Divulgação

A compra do terreno fora feita pela Antártica em 14 de outubro de 1897, 23 anos antes. Agora, a venda seria feita ao Palestra Itália por 500 contos de réis, ou seja, 500 milhões de réis. Em valores atualizados, o preço próximo seria de 181 milhões de reais, ou coisa do tipo, já que a conversão daquele tempo para hoje, é algo incalculável. 

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No ato da compra, o Palmeiras pagou 250 contos de réis com ajuda de Francisco Matarazzo, que daria nome à avenida que circunda o estádio anos depois. O restante seria pago em parcelas. No dia 31 de dezembro de 1921, o clube teria que pagar 125 contos de réis. Já no dia 31 de dezembro de 1922, o clube pagaria outra parcela de 125 contos de réis, finalizando a compra, além dos juros em cima disso.

Contra o Corinthians, em 1920, no Parque Antártica – Divulgação

Contudo, ao fazer a venda, a Antártica exigiu contrapartidas do Palmeiras, que até hoje, com a construção do novo estádio, foram cobradas do clube. Uma das exigências da época é que o estádio tivesse uma bilheteria aberta sempre para o parque de esportes da Antártica, que ficava ao lado. Contudo, com a mudança do formato do local, essa exigência já nem pode ser mais cobrada. Na época, exigiu-se que todos os anúncios que estivessem no estádio levassem o nome do Parque da Antártica, algo que mudou com o encerramento do parque. Contudo, por muitos anos, a marca “Antártica” esteve presente em anúncios no estádio. A terceira contrapartida foi um dos entraves da atual diretoria. Pelo contrato de compra, seria proibida a venda de produtos semelhantes aos da Antártica no local do estádio. Ou seja, outras marcas não poderiam comercializar, nem terem propaganda ou distribuição gratuita no local. Por fim, os diretores da Antártica teria direito a ingressos em todos os jogos e festas dentro do campo de esportes. 

No ano da compra, as arquibancadas do local eram de madeira – Divulgação

Por conta disso, a Ambev, nesse primeiros anos de Allianz Parque, exigiu que essas cláusulas fossem cumpridas. Especialmente a de que somente produtos da marca poderiam ser comercializadas no local. Com um contrato com a Itaipava e Naming Rights com a Allianz, a Ambev pediu para que as cláusulas fossem cumpridas.

As sociais do estádio também eram de madeira – Divulgação

O estádio Palestra Itália, com esse nome e nova estrutura seria inaugurado somente em 13 de agosto 1933, em goleada de 6 x 0 sobre o Bangu. Em 1964, para evitar alagamentos da região, o local teve o campo elevado, ganhando o nome de Jardim Suspenso. 

As contrapartidas exigidas pela Antártica na época – Reprodução

Visão superior do Parque Antártica – Divulgação

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