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Em grande clássico, Itália ‘brasileira’ bate a Inglaterra: 2 a 1

Empurrada pela torcida de Manaus e iluminada pela categoria de Pirlo, seleção tetracampeã saiu na frente na acirradíssima disputa dentro do ‘grupo da morte’

O público de Manaus não se limitou a torcer pelos italianos: houve vaias às jogadas dos ingleses, barulho para abafar os gritos dos torcedores do English Team e muitos coros de “olé”

A segunda seleção mais vencedora da história das Copas do Mundo teve uma experiência inusitada e emocionante neste sábado: a de jogar como time mandante na capital amazônica do Brasil. E o calor que veio da torcida parece ter inspirado o time de adoção do público local: num clássico à altura das tradições de duas equipes que têm história de sobra, a tetracampeã Itália levou a melhor e derrotou a Inglaterra, na Arena da Amazônia, em Manaus: 2 a 1, gols de Marchisio e Balotelli (Sturridge fez para o English Team; confira aqui todas as estatísticas). No jogo mais esperado do chamado “grupo da morte”, o estádio se dividiu em camisas amarelas (da seleção brasileira, em maioria entre os quase 40.000 torcedores) e azuis, com os manauaras deixando mais do que clara sua preferência pelos italianos: houve vaias para os ingleses e coro de “olé” para os vencedores da partida. Na próxima rodada do Grupo D, os italianos enfrentam a Costa Rica – líder da chave, no saldo de gols – no Recife, na sexta. Um dia antes, ingleses e uruguaios (que perderam de forma surpreendente na estreia, também neste sábado) medem forças e tentam continuar vivos no torneio em mais um clássico do grupo, agora no Itaquerão, em São Paulo.

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O clássico em Manaus começou equilibrado, apesar das diferentes propostas de jogo das duas seleções. A Itália trabalhava mais a bola e fazia a bola rodar em busca de uma brecha na defesa inglesa. A equipe do técnico Roy Hodgson, por sua vez, jogava compacta, com forte marcação, e apostava na saída rápida para o ataque. Mesmo com a menor posse de bola, os ingleses acabavam sendo mais contundentes. Foram duas chances logo nos primeiros cinco minutos, com uma bomba de Sterling, raspando a trave, e outra de Henderson, de novo para fora. Empurrada pela torcida da casa, que vaiava as jogadas dos ingleses, a Itália rondava a área adversária mas não conseguia furar o bloqueio – nem mesmo a maestria de Pirlo, que clareava o jogo com lindas viradas de bola, era capaz de superar a marcação firme do English Team. Enquanto isso, os italianos tinham problemas para conter as descidas dos ingleses, principalmente pelo lado direito do ataque rival. Aos 11 minutos, Paletta rebateu mal e entregou no pé de Danny Welbeck, que arriscou de longe, para fora. No minuto seguinte, Sturridge disparou pelo mesmo setor mas perdeu o ângulo na hora do chute. Com o pesado zagueiro Giorgio Chiellini improvisado na lateral, o lado direito do ataque inglês não parava de criar oportunidades: aos 23, Welbeck arrancou nas costas do lateral, deu um drible da vaca em Paletta e cruzou, mas Sturridge não conseguiu empurrar para as redes.

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Balotelli, muito isolado na frente, teve sua primeira chance aos 31, mas não alcançou o cruzamento de Marchisio. O primeiro gol saiu aos 35 minutos: depois de cobrança de escanteio de Verratti, Pirlo, com incrível inteligência, enganou os marcadores e só deixou a bola passar para Marchisio, que chutou forte, rasteiro, no canto direito do goleiro Joe Hart. A festa durou pouco: aos 37, Sturridge empatou, aproveitando um belo cruzamento pela esquerda de Wayne Rooney e fuzilando o goleiro Sirigu. Na comemoração, o preparador físico da seleção inglesa acabou levando a pior: em meio à euforia dos jogadores, ele deslocou o tornozelo e precisou ser atendido pelos médicos da equipe. Mais preocupante era o que acontecia em campo. Já nos acréscimos do primeiro tempo, os ingleses se salvaram de tomar dois gols. Primeiro com Balotelli, que estava sumido na partida mas fez uma jogada genial: ao ser lançado em profundidade por Pirlo, dominou e encobriu Hart, com calma e categoria, mas Jagielka tirou de cabeça, quase sobre a linha. No lance seguinte, Pirlo acionou Candreva, que chutou de longe e carimbou o poste direito do goleiro inglês. Os rivais europeus voltavam aos vestiários sob aplausos, depois de um belíssimo primeiro tempo. A dúvida era se os times manteriam o ritmo na segunda etapa, mesmo com o calor sufocante da capital amazonense.

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Balo e olé – O duelo, porém, continuou no mesmo excelente ritmo: com apenas 4 minutos, Sturridge tentou surpreender o goleiro Sirigu, que defendeu seu tiro. Um minuto depois, a Itália voltava a ficar em vantagem. Candreva fez linda jogada pela direita, cortou seu marcador e cruzou de esquerda, achando Balotelli na pequena área. O artilheiro de temperamento explosivo e belos gols deixou sua primeira marca na Copa do Mundo, completando de cabeça com muito oportunismo. De novo em desvantagem, a Inglaterra avançava suas linhas e pressionava. Rooney arriscou de fora da área aos 9, e a bola passou raspando a trave. Em seguida, Gerrard invadiu a área e pediu pênalti numa dividida com Paletta, mas o árbitro holandês Bjorn Kuipers mandou o jogo seguir. Para reforçar a marcação, o técnico italiano Cesare Prandelli mexeu na equipe: o brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta substituiu Verratti. Trocando mais passes, a Itália despertava os gritos de “olé” dos manauaras. Hodgson trocou Welbeck pelo novato Ross Barkley, do Everton, mas era o astro Rooney quem levava perigo ao gol italiano: aos 17, ele voltou a chutar com perigo, mas outra vez para fora. O repertório ofensivo dos ingleses, no entanto, começava a se esgotar: a equipe encontrava problemas para criar boas oportunidades.

Aos 27, Balotelli deixou o campo aclamado: o mercurial artilheiro deu lugar a Immobile. Numa nova cartada para dar criatividade ao ataque, os ingleses trocaram Henderson pelo meia� Jack Wilshere. Aos 30 minutos, depois de uma falta de Chiellini em Sturridge na entrada da área, o lateral Baines cobrou colocado, mas Sirigu, que substituía o veterano Buffon com muita competência, desviou para fora. Os jogadores de ambas as equipes começavam a demonstrar sinais de cansaço – o que levava a lances improváveis, como Pirlo errar passes que para ele costumam ser simples. Os técnicos aproveitavam suas últimas alterações: Prandelli trocou Candreva por Marco Parolo e Hodgson tirava Sturridge para promover a estreia de Adam Lallana no Mundial. Depois de 70 minutos de futebol intenso e disputado, o jogo ficou cadenciado – tanto por causa da vontade dos italianos de manter o placar como pela falta de gás e inspiração dos ingleses. Gerrard teve boa chance de empatar numa de suas especialidades, uma falta bem próxima à área. O capitão bateu com curva, mas sobre o gol. Do outro lado, mais um especialista nesse tipo de lance por pouco não marcou: já no tempo extra, Pirlo bateu com notável habilidade e acertou o travessão. Imobbile ainda teve mais uma chance de ampliar, mas foi desarmado por Cahill no lance derradeiro do jogo, que terminou em festa da torcida amazonense.

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