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Dunga critica psicólogos na seleção e leva lição de moral de entidades

O treinador da seleção brasileira disse em um evento organizado pela CBF que a contratação desses profissionais é “inviável” e que não gosta da atuação deles com os jogadores

O técnico Dunga vem causando debates acalorados sobre alguns costumes extra-campo da seleção brasileira. Depois de dizer que a concentração da equipe nacional “não é lugar de religião”, o treinador agora comprou briga com os psicólogos ao afirmar, há três dias, em um evento organizado pela CBF, que é “inviável” a contratação dos profissionais da área e que eles não são necessários aos atletas. “Desculpa meu modo sincero de falar, mas eu sou autêntico: tem coisas inviáveis na seleção brasileira”, disse o comandante da seleção. Indignados com a opinião do técnico, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP) divulgaram comunicados em que declaram total repúdio às declarações de Dunga.

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“Muitos dirigentes e treinadores não apenas desconhecem a natureza do trabalho da psicologia do esporte como são capazes de comparar a atuação de profissionais qualificados, que levam em torno de dez anos para se efetivar (entre graduação, especialização, mestrado e doutorado), a práticas de senso comum. Deixar de considerar a preparação ou treinamento psicológico é ignorar a importância da relação entre os aspectos psicofísicos e psicossociais, determinantes para o alcance dos objetivos e dos resultados esperados pelo atleta ou pela equipe de alto rendimento”, diz a nota do conselho federal.

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Em seus disparos contra os psicólogos atuando na seleção, Dunga, inclusive, questionou a confiança no sigilo desses profissionais em relação às informações que poderiam ser compartilhadas pelos jogadores. Sobre isso, a CRP-SP foi contundente em sua crítica ao técnico e classificou as alegações de Dunga como “intoleráveis” e dignas de um “total desconhecimento do campo de exercício da psicologia como ciência e profissão no contexto esportivo”.

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“Esse tipo de declaração banaliza a profissão de modo geral ao se basear em reducionismos e sensos comuns sobre a atuação da psicologia como exclusivamente clínica e focada na doença, desconsiderando, inclusive, os avanços e contribuições que a ciência tem ofertado à sociedade nos quase dois séculos desde o seu surgimento nos mais diversos campos de atuação (organizacional, hospitalar, educacional, trânsito, esporte, dentre outras)”, critica a CRP-SP em seu comunicado.

De acordo com o Código de Ética da profissão, os profissionais da psicologia devem “respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional”. O comunicado da CRP-SP se encerra lembrando que nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, em agosto, mais de 30 profissionais da psicologia estarão trabalhando junto às confederações e aos atletas.

(Da redação)

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