Atacante foi o destaque na vitória por 4 a 2 sobre o Capivariano, no Pacaembu. Já o volante Maicon foi vaiado e desabafou contra a torcida
O São Paulo venceu o estreante Capivariano por 4 a 2 na noite desta quarta-feira, no Pacaembu, pela segunda rodada do Campeonato Paulista. O grande destaque do jogo foi o atacante Alexandre Pato, que esperou por uma oportunidade e mostrou aos titulares Luis Fabiano e Alan Kardec que está disposto a recuperar espaço. Com três gols e uma bela assistência, Pato correspondeu às expectativas e disse que espera convencer o treinador Muricy Ramalho que merece mais chances.
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“Todos sabem que é importante jogar. É complicado para o treinador escolher. São jogadores de muita qualidade no elenco. Tive minha primeira oportunidade e estou muito feliz porque pude ajudar e, mais ainda, por jogar ao lado desses craques”, afirmou Pato, que levou a bola do jogo para casa após alcançar um feito inédito na carreira (nunca havia marcado três gols em um mesmo jogo).
Muricy Ramalho, que há poucos dias havia elogiado o desempenho do jogador nos treinamentos, comemorou a atuação e revelou uma conversa antes da partida. “Os jogadores têm que ter a esperança de jogar e sei que é difícil. O Pato jogou dez minutos em Penápolis e isso não é legal porque jogador quer jogar mais tempo e tenho que ser muito justo. Conversei muito com ele, disse que ele tinha que se esforçar mais, especialmente sem a bola. Ele brigou um pouco mais, estava na área como eu pedi”, disse o técnico do São Paulo ao final do jogo. Alan Kardec marcou o outro gol da equipe e William Favone e Everton Dias descontaram para o Capivariano.
Vaias – Outro fato marcante da partida no Pacaembu foi a perseguição da torcida do São Paulo contra o volante Maicon. Especialmente no segundo tempo, o atleta foi vaiado a cada vez que tocava na bola, apesar da vitória tranquila e de ter dado uma bonita assistência para Pato. Inconformado, o técnico Muricy Ramalho tentou, sem sucesso, conter a atitude dos torcedores. Alguns minutos depois, o próprio jogador se virou para o setor e acenou ironicamente, pedindo mais vaias e sendo prontamente atendido. Alguns são-paulinos que discordavam das vaias então passaram a aplaudir sempre que Maicon pegava na bola.
Ao final do jogo, Maicon desabafou. “Toda vez ficam pegando no meu pé. Tudo é o Maicon. Também quero entender o porquê das vaias. Eu trabalho para caramba. Posso não ser um craque, mas sou jogador de grupo. Não sou nenhum moleque. Tenho 30 anos, não estou de brincadeira. Se eu sou o problema, peçam para o presidente para eu sair. Estou há três anos aqui, uma hora cansa”, continuou. “Dei passe para o gol do Pato, cabeceei uma bola na trave, marquei, tabelei. Só Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo para driblar todo o mundo e fazer o gol”, defendeu-se, antes de ser contido pelo capitão Rogério Ceni, que ressaltou que o atleta conta com o apoio de todos no elenco.
(Com Estadão Conteúdo e Gazeta Press)