Uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu na noite desta segunda-feira, 2, o processo de votação do impeachment de Augusto Melo da presidência do Corinthians. A decisão saiu já quando os conselheiros do clube estavam no Parque São Jorge.

A liminar é assinada pela desembargadora Clara Maria Araújo Xavier, que se baseou no relatório da Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians. Segundo a desembargadora, é necessário aguardar o fim do inquérito policial para que a votação, por exemplo, seja iniciada.

De acordo com o texto publicado, eventual impeachment de Augusto pode resultar “na destituição do presidente democraticamente escolhido, somada a hipótese de inexistência de irreversibilidade da medida”. A Justiça ainda determinou multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento da decisão.

Augusto já havia tentado barrar a votação, mas teve uma liminar negada. A decisão mais recente é portanto um pedido de recurso da primeira decisão. Uma nova reunião ainda pode ser marcada futuramente.

A própria torcida Gaviões da Fiel já havia tentado adiar a votação desta segunda. Em nota oficial, a principal organizada do Timão disse que a intenção era “priorizar o bem-estar e a integridade física dos conselheiros e associados além de proteger o patrimônio do clube”. Durante todo o processo, Augusto e seus apoiadores bradavam “não vai ter golpe”.

Eventual impeachment, então, poderia afastar provisoriamente Augusto do cargo de presidente do Corinthians. Em seu lugar entraria Osmar Stábile, primeiro vice-presidente e opositor do mandatário.

Pedido de impeachment no Corinthians

Esse pedido de impeachment se arrasta desde agosto deste ano, ou seja, sete meses depois de Augusto assumir a presidência. O processo foi protocolado por um grupo de 90 conselheiros denominado “Movimento Reconstrução SCCP”. Mário Gobbi, presidente entre 2012 e 2015, é um dos líderes do grupo.

Segundo as denúncias, a piora da saúde financeira do clube se deu principalmente depois do contrato com a então patrocinadora VaideBet. O contrato da casa de apostas para o espaço máster da camisa do Timão era na casa de R$ 10 milhões mensais, totalizando R$ 120 milhões por ano. A proposta seria esperar o término da investigação policial sobre o caso VaideBet.

O contrato, no entanto, foi rompido em junho em razão de ‘suspeitas em relação a condutas que fugiam à conformidade com a ética e os preceitos legais’.