O Sport e a Prefeitura do Recife firmaram na última quinta-feira, 27, um acordo de compensação ambiental para a reforma da Ilha do Retiro, com investimento de R$2,7 milhões após análise do Estudo de Impacto de Vizinhança. Essa iniciativa reflete o movimento dos clubes e das empresas proprietárias dos estádios no Brasil em valorizar ações sustentáveis, seja na reciclagem de materiais nos dias de jogos ou na parte estrutural das arenas.

Um dos projetos pioneiros que visam coleta de resíduos em partidas oficiais acontece no Heriberto Hulse, casa do Criciúma. O projeto “Recicla Junto”, implementado pela Cristalcopo, tem o objetivo de coletar todo o lixo gerado durante os jogos do clube para que seja encaminhado ao processo adequado de reciclagem. A iniciativa já retirou mais de 15 mil toneladas de plástico, papel e vidro no Campeonato Brasileiro da Série A no ano passado.

“O esporte é uma ferramenta de transformação social e de impacto positivo na sustentabilidade. Podemos chegar em muitas pessoas de forma educativa, unindo uma paixão nacional com a responsabilidade ambiental. Isso tem uma força enorme na sociedade e um grande potencial de impacto”, afirma Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo.

Beira-Rio sustentável

O Internacional é outro clube que se preocupa com ações renováveis em seu estádio. O Beira-Rio, reformado para atender a altos padrões de sustentabilidade, possui a Certificação LEED Silver, que reconhece práticas de construção verde. Uma das principais iniciativas protagonizadas pelo clube é o sistema de captação de água da chuva em 22 das 65 membranas que recobrem o estádio, que são destinadas para duas cisternas com capacidade total de 300m³ e reutilizadas nos vasos sanitários.

Com isso, os 45 mictórios do estádio são secos e não possuem acionamento de descarga de água. A ação deu tão certo que o clube já economizou quase 2,5 mil litros de água em 2024. A cobertura do Beira-Rio, por sua vez, utiliza materiais que reduzem a temperatura interna e aumentam a luz solar para o gramado.

O clube também já reciclou mais de 34 toneladas de resíduos secos no ano passado, gerados em dias úteis e em jogos realizados no estádio. Além disso, o Colorado investe em mobilidade urbana, disponibilizando aos colaboradores e torcedores três áreas com bicicletários, totalizando 300 vagas em locais visíveis e acessíveis.”O Inter está inserido em uma nova realidade, onde esporte, entretenimento e sustentabilidade caminham juntos. Nossa gestão ambiental é ativa e alinhada às melhores práticas de ESG, tanto nas operações do clube quanto em eventos e atividades diárias. Contamos com a expertise da bióloga Daisy Bessa, responsável técnica pelas iniciativas, sempre buscando melhorias e inovações sustentáveis para o Inter”, comenta Rodrigo Lucca, diretor executivo de operações do Inter.