Publicidade
Publicidade

Daniel Alves critica torcida paulista: ‘Não nos sentimos em casa’

Outros atletas reclamaram do silêncio no Morumbi – e do alto preço do ingresso (tíquete médio custou 485 reais) para ver a seleção

Apesar da vitória por 3 a 0 da seleção brasileira sobre a Bolívia na estreia da Copa América, o clima não foi festa no Morumbi, em São Paulo. O público, além de bem menor do que o esperado, passou a maior parte do tempo em silêncio e vaiou o time no intervalo. O comportamento dos espectadores decepcionou os atletas, especialmente os mais experientes, como Daniel Alves e Thiago Silva.

Publicidade

Tabela completa de jogos da Copa América 2019

O capitão Daniel Alves disse que o público costuma ser mais caloroso no Nordeste e acredita que a rivalidade entre os clubes locais atrapalha. “Estamos acostumados, sempre acontece isso aqui em São Paulo. Os torcedores não conseguem separar os clubes da seleção, mas é isso, nós somos os que jogam e o mais importante é não se deixar contagiar dessa energia”, afirmou, na zona mista do estádio do São Paulo, seu clube do coração.

O lateral do PSG foi duro e disse que não se sentiu em casa no Morumbi. “Não sei se é o preço, não sei o que é. Quando a gente joga na Arena sente outro tipo de energia. Eu não sou hipócrita, faz diferença sim, porque não temos a sensação de jogar em casa, de estar representando nosso país.”

Publicidade

Apesar do público de 47.260 torcedores, bem aquém da lotação máxima, a renda bateu o recorde do futebol nacional (22 milhões de reais, com tíquete médio de incríveis 485 reais). O zagueiro Thiago Silva foi o mais crítico em relação aos preços. “O gol não sai, as vaias vêm. Mas a gente tem de compreender, porque eles pagam caro, vêm aqui e não assistem gols. Mas acho que muitas vezes o preço do ingresso tinha que diminuir, é muito caro para o nosso povo. Principalmente, para fazer um espetáculo melhor, acho que a gente tem que ter um pouco mais de sensibilidade.”

“Acho que temos um privilégio de jogar uma competição dentro de casa. As pessoas falam de pressão, mas a pressão está para os outros de jogar aqui dentro do nosso país. A pressão existe em qualquer lugar, mas o orgulho de fazer parte dessa equipe, de estar jogando mais uma competição dentro do Brasil é muito favorável. Espero que a torcida possa ter uma compreensão melhor e tenho certeza que a tendência é melhorar”, completou Thiago Silva.

O silêncio da torcida surpreendeu até mesmo um atleta boliviano, Alejandro Chumacero, com passagem pelo Sport. “Foi algo muito diferente, esse silêncio deve ser pelo que o futebol brasileiro está passando, as derrotas recentes, mas isso seguramente vai mudar.”

Publicidade

Outros atletas da seleção brasileira preferiram minimizar o ocorrido. “É normal. A torcida vai apoiar em alguns momentos e em outro cobrar, mas a gente tem que se blindar ali dentro, que é o mais importante”, afirmou Philippe Coutinho, autor de dois gols.  “O torcedor é um reflexo do time dentro de campo. Quando colocamos a bola na rede, todos ficam mais confiantes, e aí podemos contar com apoio da torcida”, completou o goleiro Alisson.

A seleção voltará a jogar em São Paulo, mas na Arena Corinthians, no último jogo da fase de grupos, contra o Peru, dia 22. Antes, enfrenta a Venezuela, dia 18, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Continua após a publicidade

Publicidade