Clube recebeu R$ 20 milhões ao ser vice do torneio, em outubro; expectativa era que o dinheiro seria usado em contratações, mas serviu para pagar dívidas
O diretor financeiro do Corinthians, Matias Romano Ávila, explicou nesta terça-feira (20) que os 20 milhões de reais recebidos pelo vice-campeonato da Copa do Brasil deste ano, em outubro, foram utilizados para pagar as premiações dos jogadores pelos títulos dos Campeonatos Brasileiro e Paulista do ano passado.
“Com o dinheiro, pagamos despesas recorrentes para reduzir o nosso déficit. Pagamos as premiações do ano passado do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Paulista. Estamos liquidando nossas despesas para zerar o déficit”, disse Ávila, no programa Papo Reto, com o presidente Andrés Sanchez, na TV Corinthians. Entre torcedores, havia a expectativa que os recursos fossem usados em contratações de reforços para o time.
O dinheiro da competição foi alvo de polêmica recentemente. O Instituto Santanense, que briga na Justiça pelo pagamento de uma quebra de contrato, tentou penhorar o prêmio da Copa o Brasil, mas não conseguiu. Na sequência, a instituição solicitou a penhora da taça do Mundial de Clubes de 2012 e ampliou a confusão nos bastidores do clube.
No mais recente balanço divulgado nesta terça-feira, que contabiliza as movimentações financeiras até setembro, o clube informa que acumulou um déficit de 26,2 milhões de reais em 2018, 5,1 milhões de reais a mais do que o registrado até agosto. No total, a dívida corintiana é de 504,7 milhões de reais.
A expectativa de Ávila é zerar esse saldo negativo de 2018 até no máximo fevereiro de 2019. “Até setembro de 2017, o déficit era de 38 milhões de reais. Até setembro de 2018, esse déficit passou para 26 milhões de reais. Conseguimos a redução com renegociações de contratos para ter custo financeiro menor. As despesas administrativas também estão sendo reduzidas. Estávamos prevendo ter déficit de até 100 milhões. Devemos ter 20 milhões de reais até o final do ano. Em janeiro e, no máximo até fevereiro, teremos o número próximo de zero”, revelou.
A redução de custos afetou diretamente o desempenho da equipe em campo. O clube negociou atletas importantes da última temporada para agora: o centroavante Jô, o meia Rodriguinho, o volante Maycon, o zagueiro Balbuena, os laterais-esquerdos Guilherme Arana e Sidcley, o volante Maycon, além do técnico Fabio Carille.
As peças de reposição não vieram à altura e o time caiu de produção. Da conquista do Brasileiro em 2017, o Corinthians agora passa apuros para se livrar do rebaixamento na atual temporada — hoje ocupa a 12ª colocação na tabela, com 43 pontos, a seis pontos da zona da degola.
Andrés voltou a repetir seu mantra dos últimos meses: avisou que os reforços irão chegar, mas que não vai trazer jogadores para ganhar mais do que 700.000 reais. “Nós vamos contratar jogador na média salarial que o Brasil aceita”, disse. “O futebol brasileiro está inflacionado. Temos que tomar cuidado nas contratações. Estamos montando um time jovem, virão reforços, seremos muito competitivos”, finalizou o mandatário.