Carta desmente Fifa sobre envolvimento de Valcke em escândalo
Entidade nega participação de seu secretário-geral em transferência de 10 milhões de dólares à Concacaf – transação apontada pelo FBI como pagamento de propina
Uma carta enviada em 2008 e divulgada nesta terça-feira deu mais índicios de participação direta do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, na transferência de 10 milhões de dólares à Concacaf, uma transação apontada como pagamento de propina pelo FBI. Nesta terça-feira, a Fifa reconheceu que realizou o pagamento desta quantia “para o desenvolvimento do futebol no Caribe”, mas negou que Valcke, homem de confiança do presidente Joseph Blatter, tenha participado da negociação, e que ela tenha sido feita de forma ilegal.
Na segunda-feira, o jornal americano The New York Times informou que Valcke transferiu 10 milhões de dólares a contas administradas pelo ex-presidente da Concacaf, Jack Warner – acusado pela Justiça americana de corrupção – para que ele respaldasse a candidatura da África do Sul como sede da Copa de 2010. No entanto, a entidade informa que a quantia saiu do comitê de organização da Copa do Mundo de 2010 e que o responsável pela negociação foi o argentino Julio Grondona, que comandava as finanças da entidade e morreu no ano passado.
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“O pagamento dos 10 milhões foi autorizado pelo presidente da comissão de finanças e executado de acordo com as normas da Fifa. Nem o secretário-geral Jérôme Valcke, nem nenhum alto dirigente da Fifa estava a par do início, da aprovação ou da aplicação do projeto”. De acordo com o New York Times, a transferência – realizada em três parcelas entre janeiro e março de 2008 – foi emitida de uma conta da Fifa e seria um “elemento central do escândalo de corrupção que envolve o mundo de futebol” e seus dirigentes.
Nesta terça, porém, foi divulgado um indício de participação direta de Valcke no caso. A emissora sul-africana SABC exibiu uma carta, enviada pelo ex-presidente da federação sul-africana Molef Oliphant a Jérôme Valcke em 4 de março de 2008, pedindo a liberação dos 10 milhões de dólares a Jack Warner. O documento mostra que, ao menos, Valcke tinha ciência da negociação.
(Com agência France-Présse)