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A soberba de Neymar

Neymar e mais dez é o chavão que resume o futebol da seleção brasileira de Dunga. Quando o Brasil foi onze menos Neymar, naquela tarde de Belo Horizonte, deu no que deu, a Alemanha fez sete e a camisa amarela deixou definitivamente de assustar os adversários. Em 2014, o camisa 10 não pôde entrar em […]

Neymar e mais dez é o chavão que resume o futebol da seleção brasileira de Dunga. Quando o Brasil foi onze menos Neymar, naquela tarde de Belo Horizonte, deu no que deu, a Alemanha fez sete e a camisa amarela deixou definitivamente de assustar os adversários. Em 2014, o camisa 10 não pôde entrar em campo porque o colombiano Zuñiga o atropelou, quebrou uma vértebra lombar do ex-santista e o resto é história. Na Copa América do Chile, o Zuñiga de Neymar foi o próprio Neymar. Expulso ao final da derrota contra a Colômbia, ele pegou um gancho de quatro jogos e está fora do torneio. Poderia ter sido pior. Poderiam ser dez jogos de suspensão caso o árbitro chileno Enrique Osses tivesse relatado na súmula fato que foi repassado pelo delegado do jogo Brasil x Colômbia, o uruguaio Washington Rivero, ao Tribunal Disciplinar. Neymar puxou a camisa de Osses ao insultá-lo no túnel de acesso aos vestiários do estádio Monumental, em Santiago, instantes após receber o cartão vermelho. O árbitro, porém, não descreveu o puxão de camisa na súmula, e apenas os insultos. Se tivesse relatado, a pena mínima de Neymar seria de dez jogos de suspensão, o que o impediria de jogar não só nessa Copa América, mas também na edição especial que será jogada nos Estados Unidos em 2016.

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Quatro ou dez jogos, tanto faz. Neymar foi derrotado pela arrogância. Em campo, além de ter feito uma péssima partida, o que não é crime nenhum, parecia ter encarnado os piores momentos de jogadores brigões como Edmundo e, em passado mais remoto, Almir Pernambuquinho. A seguir nessa toada, o mais completo craque brasileiro da atualidade, a caminho de bater todos os recordes de gols pela seleção, pode virar nota de pé de página. Fracassou na Copa de 2014 (por culpa de Zuñiga, sim), fracassou nesta Copa América, e convém não esquecermos que fracassou também na Olimpíada de Londes, em 2012, com a medalha de prata. Como o Brasil é mesmo ele e mais dez, seria bom que pudesse jogar. Uma outra chance foi perdida, e nesta semana o campeão da Liga pelo Barcelona diminuiu de tamanho. Quem sabe, merecidamente impossibilitado de entrar em campo, possa estudar saídas para a confusão em que foi metido pelo pai no torto contrato assinado com o Barcelona, motivo de investigação policial na justiça espanhola. Neymar está perdendo de goleada para a soberba.

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