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A Nova Geração Belga™

Ouço falar há algum tempo da Nova Geração Belga™. Uns três, quatro anos. E ouvi tanto que na minha cabeça virou até uma marca, daquelas que vêm acompanhadas com esse TM (do inglês trademark). Fizeram uma eliminatória impecável, viraram cabeça de chave no Mundial, coisa que a Itália, por exemplo, não foi. Hazard, De Bruyne […]

Ouço falar há algum tempo da Nova Geração Belga™. Uns três, quatro anos. E ouvi tanto que na minha cabeça virou até uma marca, daquelas que vêm acompanhadas com esse TM (do inglês trademark). Fizeram uma eliminatória impecável, viraram cabeça de chave no Mundial, coisa que a Itália, por exemplo, não foi. Hazard, De Bruyne e Courtois, todos com 20 e poucos anos. Fellaini, Kompany e Van Buyten, um tantinho mais velhos. Craques atuando nos melhores times da Europa.

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Pois virou até um troço meio chique, nas conversas de bar, citar a Nova Geração Belga™ como uma seleção que poderia surpreender na Copa. Apareceram mais uns bons moleques, como Lukaku e Origi. “Olha que eles vão dar trabalho…”, dizia o sujeito à mesa, com um ar superior.

Pois fui ontem ao Mané Garrincha com a sensação de que essa turma eliminaria a Argentina. Ambos os times chegaram ao jogo das quartas de final em Brasília com quatro vitórias, mas nenhum deles havia convencido de fato. Só que alguma coisa me dizia que essa Nova Geração Belga™ ia aprontar. “É hoje!”

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Mas a Argentina começou muito bem o jogo, com Di María e Messi comandando as ações de ataque. Logo aos 8 minutos, Higuaín abriu o placar com um belo gol. E, depois, sabe o que aconteceu? Nada. Um lance aqui, outro acolá. Os argentinos cautelosos, Messi desfilando seu talento, Di María muito bem até se machucar. Mas nada muito agudo. A Argentina cozinhava, esperando o que faria o adversário. E o adversário, apático, sem saber o que fazer.

O que vimos ontem foi um jogo de um time grande contra um time pequeno. Estava clara a diferença de camisa e de atitude. O único belga com algum sangue nos olhos era o técnico Wilmots. Em campo, a Nova Geração Belga™ jogava uma bolinha burocrática, sem sangue nos olhos, sem vontade de seguir adiante, claramente satisfeita por ter chegado até ali. Nos últimos cinco minutos, ficaram chuveirando bolas inúteis na área. Quando o juiz apitou o fim do jogo, não estranhei não ter visto belga algum botar as mãos no rosto, esconder a cabeça, se deitar no chão em lágrimas. Nada. Vi Kompany aplaudindo a torcida, jogando sua camisa. A Nova Geração Belga™ vai pra casa numa boa, crente de que cumpriu sua missão.

Os argentinos? Bem, fizeram muita festa no gramado e, certamente, no vestiário. Ninguém precisa ensinar a eles que Copa do Mundo se joga com paixão e camisa. Isso, muitas vezes, suplanta as deficiências técnicas que o time possa ter. É o caso da Argentina e do Brasil nesta Copa.

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Mas o melhor esteve fora do campo. Eu termino estas linhas exatos cinquenta minutos depois que o jogo acabou. Faz uma tarde linda e quente em Brasília. À minha frente, centenas de argentinos continuam na arquibancada do Mané Garrincha. Com suas faixas, não param de cantar um minuto. É o Velho Jeito Argentino de Torcer™.

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