Publicidade
Publicidade

Jorginho e Willian criticam ambiente violento do futebol brasileiro

À PLACAR, jogadores de Arsenal e Fulham revelam que ameaças a atletas e seus familiares os afastam de um retorno ao Brasil

O futebol brasileiro viveu dias de selvageria nesta semana. Na Vila Belmiro e em São Januário, jogadores de Santos e Vasco foram intimidados com rojões, o que gerará punições aos clubes. O Corinthians desistiu de se hospedar no litoral ao ter o ônibus cercado por torcedores. Nas redes sociais, diversos atletas reclamam de ameaças e ofensas. O cenário assusta e dificulta a contratação de grandes estrelas. É o que atestam Willian, do Fulham, e Jorginho, do Arsenal, atrações da próxima edição impressa, que concederam entrevistas à PLACAR TV, direto de Londres.

Publicidade

Natural de Ribeirão Pires (SP), Willian é cria do “terrão” do Corinthians, de família toda alvinegra. No entanto, seu retorno a Itaquera, entre 2021 e 2022, não saiu conforme o esperado e terminou de forma desagradável, com o atacante alegando ter sofrido ameaças em suas redes sociais. De volta a Londres, direto do Craven Cottage, a charmosa casa do Fulham, ele lamenta o ambiente bélico e diz que na Inglaterra a situação é mais controlada.

“Pressão vai existir em todo lugar, mas desde que seja em relação ao que acontece dentro de campo, as críticas tem que ser baseadas nisso.  Mas às vezes as pessoas não entendem que o jogador tem dias bons e ruins, ninguém entra em campo para jogar mal. Às vezes os torcedores enxergam o jogador como máquina, que tem que acertar tudo 100%, mas o jogador é um ser humano sujeito a erros como qualquer outro profissional. Muitas vezes a pressão acaba sendo exagerada, levando para outro lado, atingindo familiares”, afirma.

Publicidade

“Aqui é diferente, não que não aconteça, pode ser que aconteça algo nas redes, acho difícil, mas pode ser com um outro. Comigo nunca aconteceu de perder um jogo e virem atacar minha familía, ameaças, pode ser que aconteça com outros e se acontecer com certeza o clube e as autoridades vão agir imediatamente. Por isso, minha volta ao Brasil foi meio difícil. Aqui a gente está acostumado, uma derrota nunca vai impedir o direito de jogador de ir ao shopping ou restaurante com os filhos. Minha vida pessoal é intocável, mas a gente sabe que no Brasil não é assim.”

Discurso praticamente idêntico tem o catarinense Jorginho, que jamais atuou por uma equipe do país e fez carreira na Itália, nação que defende desde 2017, e mais recentemente na Inglaterra. O jogador do Arsenal, que diz nutrir simpatia por São Paulo e Flamengo, diz ter deixado de lado o objetivo de encerrar a carreira no país natal diante de tantos episódios.

“Já parei para pensar nisso [encerrar a carreira no Brasil], vou ser bem sincero. Mas o que eu vejo daqui me entristece bastante, essa questão de segurança das famílias. Eu tinha vontade de ver como era, mas acabou que veio muita violência, o futebol envolve muita coisa, muitas emoções, mas acredito que tudo tem um limite. Você vê ameaça a família, aos filhos, invasão no CT, agressão no aeroporto, você não poder ir no shopping com a filha se perder um jogo. Isso passa dos limites”, diz Jorginho.

Publicidade

“É uma pena porque o Brasil é um pais maravilhoso, que ama o futebol, mas esse amor acaba indo longe demais. Hoje estou num momento mais para não do que para sim”. O jogador diz priorizar o mercado europeu ou americano, mas não descarta uma transferências para a Arábia Saudita ou Catar. “Não digo não para estas opções, mas até para uma experiência de vida acho que ir para os EUA seria uma coisa bacana.”

Nas próximas semanas, PLACAR TV exibirá entrevistas exclusivas com outras estrelas da Premier League (inscreva-se no canal).

Publicidade