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Busquets deixa o Barcelona; qual o seu lugar na história do futebol?

Volante que formou trio com Xavi e Iniesta ganhou mais de 30 títulos, incluindo três Champions e uma Copa do Mundo, e ajudou a definir um estilo de jogo

O Barcelona já prepara a despedida de um de seus maiores ídolos. O meio-campista Sergio Busquets anunciou nesta quarta-feira, 10, que deixará o clube catalão ao final da temporada europeia. Aos 34 anos, 18 deles dedicados à camisa azul e grená, o jogador deve encerrar uma carreira gloriosa na Arábia Saudita. Uma espécie de coadjuvante de luxo, Busquets foi titular absoluto e peça fundamental de um Barça e de uma seleção espanhola que fizeram história.

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“O Barça é o clube da minha vida, pelo qual eu fui, sou e sempre serei um torcedor, membro, torcedor, capitão e pude superar 700 partidas. Foi uma honra, um sonho e um orgulho. Significou tudo defender e representar este escudo por tantos anos, mas tudo tem um início e um fim. E por mais que não tenha sido uma decisão fácil, acredito que chegou o momento”, informou Busquets em comunicado oficial. 

Nascido em Sabadell, na Catalunha, filho de Carles Busquets, que foi goleiro do Barcelona na década de 90, o atual capitão da equipe chegou ao Camp Nou em 2005. Foi um dos destaques do Barça B treinado por Pep Guardiola e foi imediatamente promovido à equipe principal junto com técnico, em 2008. Desde a estreia diante do Racing Santandér, entrou para sempre na história culé.

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Com 719 jogos disputados, e alguns ainda por fazer, terminará como terceiro atleta que mais vestiu a camisa blaugrana, atrás de dois grandes parceiros, Lionel Messi (778 jogos) e Xavi Hernández (767). Com o último, seu atual treinador, e também com Andrés Iniesta, ‘Busi’ formou um dos trios de meio-campo mais celebrados de todos os tempos.

Com 1.89 de altura, pernas largas que lhe renderam o apelido de “Pulpo” (Polvo), Busquets era responsável por dar maior sustentação à defesa, mas sem jamais perder a qualidade de passe, sua grande virtude. Sem ele, o ‘Tiki-Taka’ como ficou conhecida a filosofia de jogo do time, baseado na troca de passes e valorização da posse não seria o mesmo.

Em 15 anos na equipe profissional, Busquets marcou 18 gols e distribuiu 40 assistências. Ganhou 31 títulos pelo Barcelona (deve aumentar a lista para 32 com a iminente conquista de LaLiga), incluindo três Ligas dos Campeões e Mundiais de Clubes (2009, 2011 e 2015), oito ligas e sete Copas do Rei.

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Ele é o recordista de participações em clássicos diante do Real Madrid (48 duelos), com 23 vitórias. Busquets também foi titular absoluto e peça-chave nas conquistas da Copa do Mundo de 2010 e da Euro-2012 pela Espanha.

Busquets celebra a conquista da Copa do Mundo de 2010 com a torcida em Madri
Busquets celebra a conquista da Copa do Mundo de 2010 com a torcida em Madri

‘Busquets confundiu o futebol mundial’

Assim que anunciou seu adeus, Busquets passou a receber uma série de homenagens de companheiros e ex-colegas nas redes sociais, em mensagens que ajudam a definir seu estilo e sua importância. O zagueiro Carles Puyol, ex-capitão do Barça, escreveu: “obrigado por tudo, Busi. Foi uma sorte ter você ao lado (você não tem ideia da tranquilidade que me dava ao saber que você estava à frente da zaga). Te desejo o melhor.”

Iniesta, por sua vez, respondeu a uma postagem do amigo com “Número 1”, enquanto Neymar distribuiu aplausos ao volante. Mas talvez a melhor definição (e o melhor elogio) sobre Busquets tenha vindo de um dos grandes craques argentinos, Juan Román Riquelme. Em entrevista à ESPN de seu país no ano passado, o ídolo do Boca Juniors com passagem pelo Barcelona disse que o meia espanhol revolucionou a posição.

“O único camisa 5 que conheci que é também um 10 e faz tudo bem é Busquets. Ele confundiu o futebol mundial. Desde que ele apareceu, começamos a achar que o 5 tem que ter um bom passe, que se o time joga mal é porque o 5 passa mal a bola. Nos esquecemos que antes era o 10 quem fazia o time jogar e que o 5 tem que marcar, tem que se aproximar dos zagueiros, fazer as coberturas caso o lateral suba… Busquets só tem um”, disse Riquelme.

Outro grande nome da posição a reverenciar Busquets foi um de seus grandes rivais, o croata Luka Modric, do Real Madrid. “Um dos melhores meio-campistas contra quem joguei. Foi um prazer”, escreveu o camisa 10 merengue. Reverências do tipo tomaram as redes sociais nesta quarta. Alheio a badalações, sem tatuagens, cortes de cabelo espalhafatosos ou qualquer tipo de estrelismo, Busquets tornou-se, indiscutivelmente, uma lenda do futebol.

 

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