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Willian, na Rússia, espera ganhar uma chance de Felipão

O habilidoso meia de 24 anos, ex-Corinthians e Shakhtar, inicia sua trajetória no Anzhi, da Rússia, como um dos poucos atletas cotados para cavar um lugar no grupo de 2014: ‘Sinto que posso estar lá’

“O Chelsea e o Tottenham tentaram me contratar, mas o Shakhtar não liberou. Então, o Anzhi fez um esforço muito grande para me contratar. Eles foram os únicos dispostos a pagar a minha multa de 35 milhões de euros”

O meia Willian é um velho conhecido do torcedor corintiano: promovido aos profissionais pelo técnico Emerson Leão, atuou na equipe principal entre 2005 e 2007. Durante o Brasileirão de 2007 – ano da queda do time para a Série B – o meia destro, natural de Ribeirão Pires, interior de São Paulo, foi negociado com o futebol ucraniano por cerca de 14 milhões de euros, para jogar no Shakhtar Donetsk. Depois de um início atribulado, resultado das óbvias dificuldades de adaptação a um país tão diferente, Willian passou a ser o grande nome do Shakhtar: em cinco anos e meio no clube, disputou 221 partidas e marcou 37 gols, conquistando mais de dez títulos, incluindo a Copa da Uefa (atual Liga Europa), em 2009. Na temporada passada, foi o grande destaque da equipe na fase de grupos da Liga dos Campeões, quando ajudou a eliminar o então campeão, o Chelsea, e despertou o interesse de grandes clubes ingleses. O atleta de 24 anos e 1,75 metro acabou se transferindo para uma equipe de menor expressão: o Anzhi, da Rússia. Foi a transferência mais cara da janela internacional do começo do ano: mais de 90 milhões de reais.

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Para muitos, Willian perdeu a chance de ir para um clube onde apareceria mais para o técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari. Nada disso: em entrevista coletiva na Copa das Confederações, Felipão avisou que o grupo ainda estava aberto e que alguns atletas em atividade no Leste Europeu seriam os primeiros na lista de testes depois do torneio. Acredita-se que o principal nome dessa relação seria justamente Willian, uma ótima opção para a armação da equipe – o reserva de Oscar, Jadson, teve participação discreta no grupo campeão. Willian torce para estar entre os convocados para o amistoso com a Suíça, em 14 de agosto (a lista sai nesta terça-feira). Não seria sua primeira experiência na seleção: além de ter conquistado o Sul-Americano Sub-20 em 2007, foi convocado para o time principal por Mano Menezes, em 2011, para os amistosos contra Egito e Gabão. Em entrevista ao site de VEJA, o jogador falou sobre a expectativa para a lista de Felipão, sobre os planos futuros e sobre a chegada ao futebol russo.

Quais são as suas expectativas em relação à seleção brasileira? Eu tenho muita confiança de estar presente novamente, principalmente na Copa do Mundo de 2014. Mas para isso, tenho de continuar mostrando meu trabalho aqui na Rússia e esperar, quem sabe, uma nova chance na equipe.

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Você acompanhou a seleção na Copa das Confederações? O que achou do desempenho da equipe do Felipão? Acompanhei todos os jogos da seleção no torneio. E foi possível ver que o time do Felipão está muito bem montado, principalmente na grande partida que eles fizeram contra a Espanha, na final.

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Você sente que poderia estar presente com o time na competição? Claro que a gente sente que podia ter uma chance lá, ou jogando ou pelo menos estando presente com o grupo. A minha vontade é de estar lá em todos os momentos. Estou torcendo.

O que você aprimorou em sua passagem pelo futebol europeu? Eu aprendi a jogar sem a bola, aprimorando a parte tática. Os treinadores cobram muito disso no futebol de hoje. Aprendi a recompor a marcação, a prender a bola, coisas essenciais para o esporte. A parte técnica a gente aprimora a cada dia, em cada jogo, cada vez mais.

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Como foi sua transferência para o Anzhi, da Rússia? O que fez com que você optasse por ele? O Chelsea e o Tottenham tentaram me contratar, mas o Shakhtar não liberou. Então, o Anzhi fez um esforço muito grande para me contratar. Eles foram os únicos dispostos a pagar a minha multa de 35 milhões de euros. Eles já haviam contratado grandes jogadores na última janela de transferências e isso pesou para a minha mudança também.

Outro brasileiro que passou pelo Anzhi, Roberto Carlos, foi vítima de racismo na Rússia – foi alvo de uma banana lançada pelos torcedores. Você não ficou preocupado com isso ao se mudar para lá? Nunca fiquei preocupado com o racismo. No futebol russo, principalmente no Anzhi, existem muitos jogadores negros e isso não fez com que eu me sentisse ameaçado. Infelizmente, em quase todos os lugares do mundo ainda há racismo, o que é péssimo para o futebol. Mas eu estou tranquilo. Acredito que isso esteja acabando. Só espero que acabe logo.

Como você foi recebido no Anzhi? Minha relação com todos é muito boa. Desde o presidente, os diretores, os jogadores e o técnico, todos me trataram muito bem desde a chegada. Em quase seis meses que estou aqui, estou me sentindo muito feliz.

Você já se sente adaptado ao futebol russo? O futebol russo é mais forte e mais competitivo que o futebol ucraniano. A cada dia, a cada jogo, a gente tenta se adaptar e melhorar sempre.

Você acha que fez a escolha certa ao se transferir para a Rússia? Sendo a escolha certa ou não, o importante é a minha felicidade. Eu fui acolhido muito bem e não tenho problema com ninguém, graças a Deus.

Pretende voltar algum dia para jogar em algum time brasileiro? Claro que penso, mas acho que ainda tenho muito a fazer na Europa. Eu tenho um sonho, um objetivo, que é vencer aqui. Talvez, para encerrar a carreira, como muitos jogadores fazem, eu possa voltar para algum clube que tiver um bom projeto e quiser contar com meu futebol.

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