Em nova fase, seleção volta a jogar bem e goleia o Japão
Kaká comanda outra apresentação consistente da equipe, desta vez contra rival razoável. Vitória por 4 a 0 deve garantir meia no time, sem centroavante
Foram apenas dois jogos com Kaká entre os titulares, mas parece impensável montar a seleção a partir de agora sem ele
A seleção brasileira confirmou seu bom momento e mostrou que está em ascensão ao vencer mais um amistoso, desta vez contra o Japão, nesta terça-feira, em Wroclaw, na Polônia. A vitória por 4 a 0, com gols de Paulinho, Neymar (duas vezes) e Kaká, veio com mais uma boa exibição da nova formação ofensiva da equipe – e com outra atuação competente do camisa 8, novo titular do time. Assim como no jogo contra o Iraque, o meia de 30 anos melhorou o desempenho das duas jovens apostas da seleção para 2014, Neymar e Oscar. A tendência é de que permaneça na equipe, assim como a dupla de volantes formada por Paulinho e Ramires. A ausência de um centroavante típico, fixo na área, tem sido compensada pela maior mobilidade da equipe. O time de Mano Menezes cresce de produção na hora certa, já que enfrentará grandes desafios no ano que vem – com destaque para a Copa das Confederações, em junho. A seleção volta a campo no dia 14 de novembro, em Nova Jersey, para o último amistoso de 2012, contra a seleção da Colômbia, do artilheiro Falcao Garcia. A convocação para essa partida será feita no dia 30.
Desfalcado de Marcelo mas com Ramires recuperado (o volante perdeu o treino de segunda e era dúvida), o Brasil foi a campo com apenas uma mudança em relação à equipe que goleou o Iraque na semana passada: o zagueiro Leandro Castán foi improvisado na lateral esquerda. O time voltou a jogar sem um centroavante fixo, com Neymar, Oscar, Kaká e Hulk formando o setor ofensivo. A primeira boa jogada aconteceu aos 5 minutos, quando Hulk cruzou para Oscar e o camisa 10 tentou um bonito voleio. A bola saiu sobre o gol. Em boa fase – é líder de seu grupo nas Eliminatórias para a Copa de 2014 e ganhou da França na semana passada -, a seleção japonesa, 23ª colocada no ranking da Fifa, marcava forte, tornando o jogo mais disputado que os últimos amistosos da equipe. Aos 11 minutos, porém, Paulinho aproveitou uma abertura na entrada da área e chutou forte de longa distância, acertando o canto esquerdo e abrindo o placar.
Aos 15, o volante do Corinthians teve a chance de marcar seu segundo gol na partida. Lançado em profundidade por Neymar, Paulinho ficou cara a cara com o goleiro, mas chutou para fora. Aos 23, o Brasil conseguiu um pênalti em jogada de Kaká, que arrancou pela direita, acionou Adriano e recebeu de volta, dentro da área. Ao ser driblado pelo meia brasileiro, o defensor japonês tocou a bola com a mão – sem intenção, aparentemente – e o árbitro marcou a infração. Neymar bateu e marcou. O camisa 11 teve mais uma chance cinco minutos depois, em contra-ataque que Kaká iniciou e Neymar concluiu, chutando para fora. Aos 33 minutos, Neymar retribuiu a oportunidade de marcar ao passar para Kaká, na entrada da área. O meia chutou rasteiro e carimbou a trave. A seleção de Mano Menezes encerrou o primeiro tempo dominando a partida, dando espaço para poucas investidas da seleção japonesa e criando boas oportunidades no setor ofensivo.
O jogo continuou fácil para o Brasil no segundo tempo. Depois de escanteio cobrado por Oscar, Neymar recebeu na segunda trave e bateu fraco. A bola desviou na zaga e enganou o goleiro Kawashima, ampliando a vantagem da seleção para 3 a 0 logo aos 2 minutos. Aos 12, Hulk bateu falta sofrida por Neymar na meia-lua da área. A bola desviou na barreira e beliscou o poste esquerdo. Nove minutos depois, o Brasil chegou a ampliar o marcador, mas teve seu gol mal anulado pela arbitragem. Neymar foi lançado por Hulk e deu um pique impressionante para alcançar a bola, cruzando pelo alto para Ramires empurrar para a rede. O auxiliar, porém, marcou a saída de bola pela linha de fundo na hora do cruzamento. Se o juiz anulou o de Ramires, Kaká garantiu os 4 a 0 aos 30 minutos, em sua jogada característica, arrancando da intermediária, invadindo a área e concluindo com frieza e categoria, no canto direito. Foram apenas dois jogos com Kaká entre os titulares, mas parece impensável montar a seleção a partir de agora sem ele.