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De volta ao Brasil, seleção tenta derrotar a desconfiança

Amistoso contra África do Sul, no Morumbi, marca reencontro com o torcedor brasileiro. Mais que a vitória, o time de Mano briga para reconquistar apoio

“O torcedor sempre chega disposto a apoiar, mas para ele fazer isso por 90 minutos, depende da gente”, disse Mano. “Não se pode exigir apoio por decreto”, reconheceu ele

Dois anos no cargo, com poucos sucessos, muitas partidas fracas e tropeços marcantes na Copa América e na Olimpíada de Londres. É com esse currículo que o técnico Mano Menezes volta a comandar a seleção brasileira numa partida disputada no país, nesta sexta-feira. O retorno, em amistoso contra a África do Sul, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, tem a marca da desconfiança. O torcedor brasileiro não esconde sua decepção com o desempenho da equipe a apenas dois anos da Copa do Mundo (e a menos de um da estreia na Copa das Confederações). Por isso, a equipe de Mano vai a campo sob um clima de expectativa e tensão. Os sul-africanos, adversários frágeis, não preocupam. A ansiedade fica por conta de uma possível reação negativa da torcida paulista, que já costuma ser exigente – e está irritada com a perda da chance de conquistar a medalha de ouro inédita em Londres.

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Mano Menezes sabe que o tempo está passando e, se não convencer rapidamente, pode ter sua trajetória na seleção interrompida. O presidente da CBF, José Maria Marin, apoia Mano em público, mas não está seguro de que o treinador seja o melhor para a seleção. Uma troca não pode ser descartada. Até porque gente com grande influência sobre ele, como o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, quer outro treinador no cargo. Mais do que um bom resultado, portanto, Mano precisa que a seleção apresente um futebol convincente, que agrade ao torcedor que for ao Morumbi. “O torcedor sempre chega disposto a apoiar, mas para ele fazer isso por 90 minutos, depende da gente”, disse Mano Menezes na quinta, após treino no Morumbi, visto por cerca de 3.000 pessoas – a entrada foi liberada por Marin para aproximar o público da equipe. “Não se pode exigir apoio por decreto”, disse Mano.

O treinador reconhece que a seleção precisa fazer sua parte, ou seja, “jogar um futebol que deixe o torcedor envolvido com a equipe”. Para isso, convocou para o amistoso desta sexta e também o da próxima segunda contra a China, no Recife, um grupo um pouco mais experiente do que aquele que foi à Olimpíada – mais parecido com o que fez 3 a 0 na Suécia, em um amistoso logo depois da prata em Londres. Não tem, porém, seu capitão, Thiago Silva, cortado por contusão. Confia em atletas como Neymar, Oscar e Daniel Alves, além de Lucas que, enfim, vai ter chance de começar jogando. Estar no São Paulo e conhecer bem o Morumbi certamente contribuiu para o meia ter uma chance entre os titulares. A seleção será ofensiva. Mano Menezes escalou apenas um volante, Rômulo, e vai completar o meio de campo com Ramires e Oscar. Lucas, Neymar e Leandro Damião formarão o ataque.

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Com uma chance de ouro de se firmar numa posição que segue indefinida, Diego Alves será o goleiro e Daniel Alves, poupado nos treinos por causa de uma contusão muscular, está confirmado na lateral. Mano se diz tranquilo, mas pede o “carinho” dos paulistas, algo que não aconteceu nas duas últimas visitas da seleção a São Paulo. Contra o Uruguai, em 2009, nas Eliminatórias da Copa de 2010, ainda sob o comando de Dunga, o time foi vaiado e só os gols de Luis Fabiano na vitória por 2 a 1 aliviaram um pouco o clima. No ano passado, na despedida de Ronaldo e já sob o comando de Mano, a equipe também levou vaias no pálido 1 a 0 sobre a Romênia, no Pacaembu. Na quinta, Mano teve uma amostra do que pode encarar. Houve apoio, é fato, mas em meio a aplausos, surgiram vaias e pedidos de troca de treinador. Até quinta, 40.000 dos 64.197 ingressos disponíveis foram vendidos.

(Com Agência Estado)

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