Publicidade
Publicidade

Com Felipão, Neymar muda nome, camisa, função e status

Inscrito na Copa das Confederações com o número 10, ‘Neymar Jr’ passou de aposta de Mano a dono do time com Scolari. Mas agora vem a parte mais difícil

Felipão acabou dispensando os veteranos e colocando Neymar na posição de craque incontestável do time – ainda que, em público, faça questão de dizer que “sozinho ele não vai resolver nada”

A seleção brasileira inscreveu um “novato” na Copa das Confederações: a lista final entregue à Fifa na semana passada inclui um camisa 10 chamado “Neymar Jr”. Depois de preferir o número 11 durante quase toda a sua trajetória na seleção, o jovem craque pediu a troca de camisa justamente às vésperas de seu grande teste na equipe. Nas duas competições oficiais em que defendeu o Brasil, a Copa América de 2011 e a Olimpíada de 2012, ele sempre foi o 11 e nunca teve o “Jr” estampado na camisa – só nas partidas do Santos essa variação era adotada. De mudança para o Barcelona, ele resolveu abraçar de vez essa versão, ainda que poucos conheçam o “Neymar pai” e absolutamente ninguém fora da família e do círculo íntimo do atleta o chame de Júnior. A pequena crise de identidade se estende ao Barça, onde as camisas do novo ídolo do time já trazem a grafia preferida do jogador enquanto o site oficial do clube tem referências a “Neymar dos Santos”. Lá, o craque ainda não tem número – e ele já disse que não se importa com essa escolha, ao contrário do que acontece com quase todos os boleiros, que adoram manter sua camisa favorita ao longo da carreira. Ainda assim, ele pediu o número 10 na hora da definição para a Copa das Confederações.

Publicidade

Leia também:

O paradoxo de Neymar, um ídolo que divide os brasileiros

Felipão se irrita com Neymar – que enfim prioriza a seleção

Supersticioso, Felipão gosta da repetição da história no Sul

Continua após a publicidade

Seleção luta, vence e quebra escritas – mas sem encantar

Felipão: falta de criatividade é culpa da retranca dos rivais

Essa fase de transição e definições na carreira do craque chega a um capítulo importante neste sábado, quando ele entrar em campo no Estádio Nacional de Brasília para a estreia da seleção no torneio, contra o Japão. Não é exagero dizer que é uma das partidas mais importantes da vida de Neymar. O jogo é pela fase de grupos de um torneio que serve apenas como ensaio para a Copa. Mas o ídolo colocará seu prestígio à prova diante da torcida brasileira no grande teste da seleção para o Mundial do ano que vem. Em sua única entrevista coletiva antes da estreia, Neymar disse que “nunca mudou o jeito de jogar”. Mas além da alteração de nome e de número para o torneio, ele chega para o jogo deste sábado com nova função no time e um novo status na equipe nacional. Ao assumir o comando da equipe, o técnico Luiz Felipe Scolari até tentou dar uma chance a Ronaldinho Gaúcho e Kaká, que poderiam emprestar experiência ao novato e dividir os holofotes com ele. No fim, acabou dispensando os veteranos e colocando Neymar na posição de craque incontestável do time – ainda que, em público, faça questão de dizer que “sozinho ele não vai resolver nada”, como afirmou em entrevista na véspera da partida, já no palco da estreia. “Ele é igual aos outros, não é diferente. E quanto mais ele entender isso e quanto mais for um jogador de equipe, melhor ele vai ser.”

Acompanhe VEJA Esporte no Facebook

Siga VEJA Esporte no Twitter

Apesar dessas afirmações, o tratamento dispensado por Felipão a Neymar é claramente diferente. Sabendo que ele é um dos poucos atletas do grupo capazes de desequilibrar um jogo – e consciente de que é quase impossível ganhar uma Copa sem um jogador que se encaixa nesse perfil -, Felipão jamais fez qualquer ressalva ao comportamento de Neymar dentro do grupo ou ao rendimento do jogador dentro de campo. Tornou-se rotina ouvir o técnico listar intermináveis elogios ao seu pupilo. Depois dos últimos três amistosos da seleção no Brasil, contra Chile, Inglaterra e França, Felipão tratou de levantar a bola do camisa 10, mesmo com atuações pouco empolgantes (a melhor foi contra os ingleses, no Maracanã). Além de uma questão de confiança, é também um reflexo do novo papel do jogador em campo. Com Mano Menezes, Neymar quase sempre jogou aberto pelo lado esquerdo, com eventuais inversões com o companheiro de time que atuava pelo lado direito. Sob nova direção, a seleção agora tem Neymar mais solto em campo. Felipão planeja usar o atleta mais centralizado, como um ponta-de-lança, mais próximo do centroavante Fred e com mais liberdade para buscar a bola e armar o jogo. É assim que “Neymar Jr” deve começar o torneio no jogo deste sábado, o mais aguardado desde o início da “era Neymar” na seleção, após a Copa do Mundo de 2010.

Publicidade

Continua após a publicidade

Publicidade