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Brasil ganha da Espanha mas perde atalho rumo ao pódio

Seleção masculina de basquete jogou de igual para igual contra o forte time de Pau Gasol. Com a vitória, porém, a equipe ficou no caminho de Argentina e EUA

Não houve dúvidas aparentes sobre a motivação e o empenho das duas equipes: ambas pareceram jogaram para ganhar. No fim do jogo, porém, os brasileiros insinuaram que os espanhóis teriam relaxado no fim

Poucas vezes uma vitória foi tão animadora e tão perigosa ao mesmo tempo. O Brasil derrotou a Espanha nesta segunda-feira, no fechamento da primeira fase do torneio olímpico de basquete masculino, por 88 a 82. O resultado, porém, coloca a equipe numa situação estranha. Por um lado, ganhou moral ao superar um time forte e experiente, favorito a chegar ao pódio olímpico. A partida foi equilibrada, decidida nos detalhes e no empenho dos brasileiros. O problema é que, agora, o time entra numa chave que terá a Argentina e os Estados Unidos no caminho até a final. Se tivesse perdido, o Brasil pegaria a França nas quartas de final e só encararia a seleção de astros da NBA numa eventual decisão de medalha de ouro. Para uma seleção que estava ausente dos Jogos havia 16 anos, é ao mesmo tempo um enorme alento e uma situação difícil. O Brasil ainda sonha com uma medalha, mas sabe que o caminho será complicadíssimo. De qualquer forma, a missão dos brasileiros no torneio de basquete em Londres parece estar cumprida. O país, dono de três bronzes olímpicos, voltou ao rol das seleções respeitadas e temidas na modalidade. Talvez não suba ao pódio, é verdade. Mas reconquistou sua reputação depois de um longo período de extrema fragilidade.

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As duas seleções entraram em quadra numa situação inusitada. Tanto para brasileiros como para espanhóis, perder seria ruim para o embalo dentro da competição, mas muito melhor no que se refere à esperança de uma medalha. O Brasil, que só tinha perdido um jogo em Londres – em um vacilo no fim do duelo contra a Rússia – poderia mostrar sua força ganhando da Espanha, time mais forte da Olimpíada depois dos Estados Unidos. Se perdesse, porém, teria um caminho bem menos complicado rumo ao pódio. A vitória significaria pegar a Argentina nas quartas de final e provavelmente os EUA numa semifinal. Mas a equipe chegou para o jogo descartando a hipótese de fazer corpo mole. Thiago Splitter, um dos destaques do time na campanha olímpica, classificou essa possibilidade de “estúpida”. O técnico Rubén Magnano também avisou que nem sequer cogitaria pensar numa derrota proposital. E, para alívio do público que lotou a arena de basquete do Parque Olímpico – o encontro era a preliminar de EUA x Argentina -, não houve dúvidas aparentes sobre a motivação e o empenho das duas equipes. No fim do jogo, porém, os brasileiros insinuaram que os espanhóis teriam relaxado no fim. Não mudaram o discurso: para eles, se a Espanha abriu mão da vitória, problema dela.

A Espanha fechou a primeira metade do jogo em vantagem no marcador: 44 a 38, com Pau Gasol, craque do Los Angeles Lakers, como o cestinha da partida (16 pontos nos dois primeiros quartos). Jogando num bom ritmo – e com raça, principalmente nos casos de Varejão, Splitter e Leandrinho Barbosa -, a seleção chegou a encostar no placar no início do terceiro quarto. A Espanha controlou o jogo com competência até a metade do último quarto. A 4 minutos do fim, porém, o Brasil tomou a frente no placar, pressionando na defesa e virando o jogo com uma cesta de três pontos de Leandrinho. Manteve uma boa vantagem até o fim e, de quebra, conquistou a torcida em Londres (que, em sua maioria, só aguardava o início da partida do Dream Team americano). Além de Pau Gasol, os outros dois pivôs espanhóis, Marc Gasol e Serge Ibaka, tiveram boas atuações. Ainda assim, o elenco brasileiro trabalhou bem – a rotação conduzida por Magnano deu ótimo resultado, e o time não perdeu o ritmo mesmo com a entrada de seus reservas. A regularidade do time, que tem mostrado desempenho homogêneo mesmo quando está sem seus jogadores mais destacados, vem sendo um dos trunfos do time. Espera-se se agora que esse grupo tenha força suficiente na fase eliminatória.

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