Apesar de altos salários, astros não querem ficar na China
Depois de Conca, que tenta voltar para o RJ, Anelka e Drogba negociam saída
Anelka recebe o equivalente a 660.000 reais por semana. Drogba ganha nada menos que 825.000 reais semanais. Ambos reclamam, porém, de problemas internos no clube
Os salários astronômicos oferecidos no futebol chinês parecem não ser o bastante para manter grandes craques no país. Os problemas extracampo e as diferenças no estilo de vida têm afastado os principais jogadores em atividade na liga chinesa da permanência na Ásia. Os três principais nomes do campeonato estão tentando romper seus acordos e retornar aos centros tradicionais do futebol. Depois do argentino Dario Conca, ídolo do Fluminense, que busca sua liberação do Guangzhou Evergrande, o francês Nicolas Anelka e o marfinense Didier Drogba, ambos do Shanghai Shenhua, também tentam deixar a China. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira pela imprensa local, tanto Anelka como Drogba já deixaram claro aos dirigentes que gostariam de deixar Xangai. Drogba, que era ídolo no Chelsea, está há menos de seis meses na cidade e já quer ir embora.
Os atacantes, que já tinham jogado juntos na Inglaterra, foram as contratações mais caras da história do futebol chinês. Conforme a imprensa chinesa, Anelka já chegou a um acordo, ainda não confirmado publicamente pelo clube. Ele teria aceitado abrir mão de um pagamento de 7 milhões de dólares para ser autorizado a não cumprir o segundo dos seus dois anos de contrato em Xangai. Um jornal local informa que Anelka está negociando seu retorno ao futebol inglês, para defender as cores do Queens Park Rangers, de Londres, equipe do goleiro brasileiro Júlio César. Drogba, que não se juntou aos demais jogadores para os treinamentos de inverno, estaria perto de um acerto para reforçar a Juventus, da Itália. Anelka recebe o equivalente a 660.000 reais por semana. Drogba ganha nada menos que 825.000 reais semanais. Ambos reclamam, porém, de problemas internos no clube.
Os altos valores pagos pelos chineses aos astros estrangeiros são a principal barreira à volta de Conca ao Rio de Janeiro. Para liberar o argentino, o Guangzhou Evergrande exige que o jogador devolva cerca de 24 milhões de reais ao clube. O montante é referente ao adiantamento salarial do último ano de contrato. Em conversa com alguns dirigentes, Conca disse que está disposto a devolver em torno de 13 milhões – o restante seria pago pelo Fluminense. Além disso, Conca teria pedido 1 milhão por mês de salário para assinar contrato, quantia superior a recebida pelo atacante Fred, considerado o grande ídolo do clube, que se sagrou campeão brasileiro neste ano. Apesar do título, o Flu não vive situação financeira confortável e não se mostra disposto a investir tanto dinheiro no jogador. Se Conca não voltar à China, o Evergrande promete suspender seu contrato e denunciar o atleta à Fifa.
(Com agências EFE e Gazeta Press)