O projetista Adrian Newey, da Red Bull, tem muitos motivos para comemorar a liderança da sua equipe no Mundial de Construtores, com o alemão Sebastian Vettel prestes a se tornar tetracampeão. Mas o britânico de 54 anos ainda não esqueceu a morte de Ayrton Senna, em 1994, quando era projetista-chefe da Williams. “O que aconteceu naquele dia, o que causou o acidente, tudo ainda me assombra. A causa foi a quebra da barra de direção ou foi um acidente?’, disse Newey à emissora de tevê britânica BBC.
Campeão com a McLaren em 1988, 1990 e 1991, Senna foi para a Williams em 1994 em busca do melhor carro à época. Para Newey, não ter correspondido às expectativas de Senna é uma de suas maiores frustrações. “Havia uma aura sobre ele, algo difícil de descrever. Acho que uma coisa que sempre vai me assombrar é que ele veio para a Williams porque tínhamos feitos carros bons naquela três temporadas e ele queria estar no time que deveria ter construído o melhor carro. E, infelizmente, o carro de 1994 não era bom.”
Senna morreu no dia 1º de maio de 1994, no GP de San Marino, na terceira prova do ano. Nas duas primeiras corridas, o desempenho da equipe ficou evidente, apesar de Senna marcar a pole position nas três provas – mas rodou no GP Brasil, abertura da temporada, e bateu logo depois da largada em Aida, no Japão. Ao longo do ano, a Williams se recuperou e conquistou o Mundial de Construtores. “Ayrton tinha talento puro e determinação. Ele tentava levar aquele carro adiante e a fazer coisas que não era capaz. Foi uma pena que ele estivesse naquela posição. Quando corrigimos o carro, ele não estava mais conosco.”