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A maldição do segundo jogo

Empate da seleção brasileira e vitória apertada da Holanda sobre a Austrália provam: como é complicado estrear bem e repetir a dose na segunda partida

Quem é segundo sabe. Para o primeiro, tudo. Todos os mimos, cuidados. O primogênito tem mamadeira esterilizada diariamente. Com o segundo, o biscoito cai no chão, a mãe espana a poeira e vamos de novo. O primeiro tem carrinho de bebê com suspensão inteligente e rodas de liga leve. O segundo encara o carrinho usado e enferrujado do vizinho.

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A Copa do Mundo também tem sua espécie de maldição, a “maldição do segundo jogo”. Como é complicado estrear bem e repetir a dose na segunda partida! O Brasil nem fez uma partida exuberante contra a Croácia, mas o resultado empolgou os que não se ligam muito em detalhes, até porque viram o jogo animados por umas e outras. Um 3 a 1 com dois belos gols (o primeiro de Neymar e o de Oscar) sempre empolga mesmo. Mas aí Ochoa e o México estragaram tudo.

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Pior aconteceu com a Holanda, protagonista do jogão da primeira rodada. Após os 5 a 1 contra os campeões do mundo na estreia, vencer com sobras a fraca Austrália era obrigação.

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E não sobrou, até faltou. Sejamos sinceros. Os australianos fizeram a melhor partida desde que o futebol aportou na terra dos cangurus. Mereciam até ter vencido. Só que no futebol a camisa da Holanda pesa quilos, a australiana, gramas. O placar de 3 a 2 garante apenas três pontos, não é capaz de mudar a percepção de que a Holanda arrasadora da estreia não confirmou a ótima impressão no segundo jogo.

Ah, o segundo jogo. Por que será que é tão difícil em Copas do Mundo repetir as atuações convincentes da estreia? Talvez porque seleções estejam mais para “catados” do que para times estruturados. Por mais que as federações tentem entregar os jogadores aos treinadores com a maior antecedência possível, o calendário do futebol mundial é organizado em torno dos clubes.

Bola da VEJA: como VEJA mostra a Copa do Mundo

Algumas seleções até conseguem se reunir um mês antes de a Copa começar. Mas em que estado esses jogadores chegam? Geralmente, no bagaço, com músculos em petição de miséria. Sim, são os melhores jogadores de cada país, craque se entende com craque. Só que no futebol competitivo só a “craqueza” não ganha jogo. É preciso ter repertório de jogadas, é necessário saber onde o companheiro vai estar sem olhar.

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Entrosamento requer treino, e não há tempo para isso. Em um dia mágico as coisas podem funcionar. O problema é que é raro os deuses da bola permitirem dois dias mágicos em sequência. E vai ter segunda rodada para Alemanha, para Itália, para França e outros que começaram a Copa com o pé direito. Será que tem maldição para eles também?

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