A Copa Libertadores da América é o palco mais prestigiado do futebol sul-americano, em que os clubes brasileiros forjaram glórias eternas e elevaram o padrão do esporte nacional. Com 24 títulos conquistados até aqui, o Brasil domina a competição, representando um terço das conquistas totais e simbolizando a excelência técnica e a paixão pelo jogo.

Desde sua criação em 1960, as equipes brasileiras pioneiras estabeleceram uma tradição de superação, com o domínio nacional crescendo ao longo das décadas, influenciando gerações e consolidando o país como potência continental e aquecendo as apostas na Libertadores.

Os primeiros brasileiros a conquistar o Tri

Os primeiros títulos brasileiros na Libertadores surgiram em um contexto de profissionalização do futebol sul-americano, com o Brasil rompendo o gelo em 1962 e pavimentando o caminho para futuras gerações. Até o final dos anos 80, os brasileiros acumularam cinco troféus, distribuídos nas décadas de 60 e 80, marcando o início de uma cronologia de conquistas que reflete a evolução do esporte no país.

Santos de Pelé: As primeiras glórias (1962, 1963)

O Santos de Pelé inaugurou a era de ouro brasileira na Libertadores, com campanhas avassaladoras que misturaram talento individual e coletivo, conquistando o mundo e estabelecendo recordes que perduram.

  • 1962: A conquista inédita: Derrotando o Peñarol na final por 5-4 no agregado (3-1 em Montevidéu e 2-3 em Santos), o time de Pelé, Coutinho e Pepe marcou 18 gols em 10 jogos, com Pelé anotando 7, elevando o futebol brasileiro ao estrelato global.
  • 1963: O bicampeonato histórico: Superando o Boca Juniors por 6-2 no agregado, o Santos estabeleceu o recorde de maior goleada em semifinais (6-0 sobre o Botafogo) e conquistou o Mundial Interclubes, deixando um legado de 37 gols em 12 partidas e inspirando o “futebol-arte” brasileiro.

Outras conquistas pioneiras

O Flamengo de 1981 quebrou um jejum de 18 anos para o Brasil, vencendo o Cobreloa por 3-0 no Maracanã em uma final épica sob chuva torrencial, com Zico como maestro e Júnior como capitão, consolidando o Mengão como potência continental em um período de instabilidade política no país. Essa vitória não só resgatou o orgulho rubro-negro, mas também marcou a transição para um estilo mais pragmático, misturando técnica com garra.

Em 1976, o Cruzeiro de Zezé Moreira superou o River Plate em uma disputa de três jogos, com Palhinha e Nelinho brilhando em uma campanha de 10 jogos invictos, representando a raposa mineira em sua primeira glória internacional e destacando a filosofia de posse de bola e contra-ataques velozes. Já o Grêmio de 1983, sob Valdir Espinosa, derrotou o Peñarol por 3-2 no agregado, com Renato Gaúcho e Tarciso liderando uma defesa sólida e um ataque letal, em uma conquista que uniu o Rio Grande do Sul e comparou-se ao estilo guerreiro do futebol gaúcho com a tradição uruguaia.