* Coluna publicada na edição 1522, o guia PLACAR da Libertadores, de abril de 2025, à venda nas bancas e em nossa loja no Mercado Livre.
Texto adaptado da entrevista de Luiz Felipe Scolari ao programa Pôster Placar (assista abaixo)
O BRILHO NOS OLHOS
É uma satisfação escrever sobre essa competição, que notamos que, depois de tantos anos, está diferente. A alma continua, com muitas mudanças, inovações, o nível do jogo melhorou. Dos 30 anos em que ganhei com o Grêmio, mudou muita coisa, mas a alma, aquele espírito continua lá, e isso é muito bonito.
Sou Grêmio, nasci gremista e gremista continuei. Depois tive a oportunidade de vivenciar um outro time que passou a ter um pedaço do meu coração, que é o Palmeiras. Foram tantas épocas, passei a admirar e torcer, como faço com o Grêmio.
Certa vez, o doutor Fábio Koff me disse: “você está sem fazer nada no Natal, lá vai assistir os jogos do juvenil em Londrina.” Eu achei ruim, mas fui. De lá saíram Carlos Miguel, Roger e Arílson que no ano seguinte foram titulares e campeões da Libertadores.
Jogamos o estadual com os reservas, que chamamos de “Expressinho”, e fomos campeões. Foi um resultado que ninguém jamais imaginaria, um 5 a 0 em casa, e depois na volta perdemos jogadores, ainda conseguimos sair na frente com o Jardel e depois foi um massacre, suamos frio até terminar 5 a 1 para eles. O Palmeiras era uma seleção. Imaginávamos uma vitória simples, fechadinho, mas os jogos foram diferentes. Nossa estratégia era bastante montada pro cruzamento do Arce e cabeceio do Jardel. Se alguém, levantasse o dedo na área, o Arce botava a bola no lugar. O “problema” é que era um gentleman demais, não sabia fazer uma falta.
Me taxavam de violento, uma bobagem. Ninguém pede para bater. Temos um time organizado, que compete, sabe parar uma jogada para equilibrar o time. No futebol, colocam-se muitos rótulos, mas nunca me importei.






