Deyverson titular? Como o Atlético pensa em anular o Botafogo
Sem a possibilidade de ter Zaracho, Gabriel Milito deve apostar em Deyverson para atrapalhar saída de bola do Fogão; veja probabilidades
Atlético Mineiro e Botafogo se enfrentam neste sábado, 30, às 17h (de Brasília), no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, na Argentina, pela final da Copa Libertadores. A decisão entre as duas equipes brasileiras contará com o duelo tático entre o argentino Gabriel Milito e o português Artur Jorge.
Os treinadores ostentam trabalhos que chamam a atenção em 2024. Além da Libertadores, o atleticano foi finalista da Copa do Brasil, enquanto o botafoguense está próximo de cravar o título do Brasileirão.
Em estilo de jogo, o português lidera uma equipe segura defensivamente, que se destaca ao quebrar as primeiras linhas adversárias e atacar verticalmente, com as principais peças ofensivas.
Já na análise do time de Milito, as leituras partem de um time que constrói com homens abertos agressivos no ataque, forte pressão pós-perda e muitos encaixes individuais.
Partindo desse ponto, é possível relacionar pontos fortes de cada lado se encontrando nos fracos do outros. Por exemplo, caso o Galo optar por manter a linha defensiva adiantada, e o Fogão quebre as primeiras pressões, um grande campo para a velocidade de Luiz Henrique, Jefferson Savarino, Thiago Almada e Igor Jesus estará aberto.
Por outro lado, roubar a bola na saída deixa o Galo em condições para marcar. Além disso, trabalhar com dois alas ofensivos, como Guilherme Arana e Gustavo Scarpa, obrigará atenção defensiva de um dos pontas do Botafogo, já que Gabriel Milito costuma prender três (ou até quatro) defensores adversários ao povoar o centro do ataque.
Fator Deyverson
O Botafogo tem grandes chances de não contar com o zagueiro Bastos, que teve lesão muscular na coxa esquerda constatada. Desse modo, quem deve assumir a vaga da defesa direita é Adryelson, sem causar fortes mudanças em estilo e esquema.
Do lado atleticano, a ausência é Matías Zaracho, meia que poderia ser opção de criatividade. No entanto, nas semifinais da Libertadores, o Galo atuou de outra maneira: com dois meio-campistas e três atacantes.
Nesse sentido, apesar de não ser incontestável, Deyverson deve ser titular na final. Contar com o atacante, que tem entre suas características a capacidade de pressionar a posse do defensor adversário, compensará a menor atividade de Hulk no momento sem bola.
Assim, em momentos de construção botafoguense partindo de trás, o camisa 9 terá o papel de impedir passes qualificados dos zagueiros ou de Gregore, o primeiro volante. Essa estratégia casa com a ideia de impedir a quebra da pressão e o ataque rápido no espaço vazio.
Mas, assim também, em situações de escape do Botafogo, a marcação individual é a armadilha perfeita para extrair o melhor do quarteto ofensivo do Glorioso. Tendo em vista a evidente dificuldade do Galo em transitar defensivamente, quando a bola chegar em Marlon Freitas com liberdade, os pontas podem ser acionados.
Especialmente, o lado direito de ataque do Fogão é uma das “minas de ouro”. O lateral-esquerdo Guilherme Arana, destacado por valências ofensivas, pode ter dificuldades para conter Luiz Henrique, atacante pela direita.
Em contraposição, as principais dificuldades botafoguenses nos últimos jogos foi furar times que defendam mais próximo do próprio gol. Contra o próprio Atlético Mineiro, o empate em 0 a 0, marcado por confusão ao apito final, teve o aspecto de 71% de posse de bola e 27 chutes para o Glorioso. Contudo, apenas 12 batidas foram de dentro da área.