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Conca x primo de Messi: o Vasco x Flamengo pelo melhor argentino do Brasil

Há quase 15 anos, os baixinhos argentinos Conca, do Vasco, e Maxi, do Flamengo, apareceram como incógnitas; PLACAR de 2007 tratou de apresentá-los

Hermanos no futebol brasileiro não são novidade no país, mas há 15 anos um caso curioso chamava atenção dos brasileiros; dois meias-atacantes baixinhos, argentinos, com trajetórias completamente distintas e muita habilidade com a bola, se cruzaram no Rio de Janeiro. O tímido Darío Conca, de 1,67m, esbanjava maestria no Vasco da Gama, enquanto Maximiliano Biancucchi, 1,64m, era recém-chegado ao Flamengo. PLACAR tratou de apresentá-los, entrevistando as promessas da época.

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Na edição de outubro de 2007 de PLACAR, uma reportagem assinada pela repórter Flávia Ribeiro fez o perfil dos dois atletas e esmiuçou o potencial de cada um. Ouviu os próprios jogadores, além dos técnicos Celso Roth (Vasco) e Joel Santana (Flamengo), que comentaram sobre as expectativas nos clubes e o processo de adaptação na cidade. Rechaçaram ainda qualquer problema com a baixa estatura.

À época, Maxi, de 22 anos, era visto como uma incógnita para a torcida do Rubro-Negro. O meio campista viera do Paraguai, onde havia atuado por cinco anos, mas sua principal credencial era mesmo o fato de ser o primo mais velho do craque Lionel Messi. Já Dario Conca, três centímetros mais alto e dois anos mais velho, tinha passagens por River Plate e Universidad Católica, e estava cada vez ganhando mais espaço no Vasco.

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Confira abaixo trechos da reportagem de 2007, na íntegra:

Apresentando os hermanos

Não se trata de Maradona em seus áureos tempos. Nem de Lionel Messi, a estrela ascendente da seleção portenha. Mas de dois jogadores que caíram nas graças de duas grandes torcidas cariocas; Darío Conca, desde janeiro no Vasco, e Maximiliano Biancucchi, há três meses no Flamengo. Apesar da semelhança aparente, os dois tem trajetórias distintas, mas que cismaram de se cruzar pela primeira vez no Brasil.

Com muita habilidade distribuída em 1,67 metro, o canhoto Conca tem comandado o meio-campo do Vasco em sua surpreendente boa campanha no Brasileirão. Ex-jogador do River Plate e do chileno Universidad Catolica, Conca já era reconhecido por seu talento antes de chegar a São Januário.

Já outro baixinho argentino foi apresentado como um tiro no escuro. Maxi, 22 anos e apenas 1,64 metro, chegou ao Flamengo há três meses tendo como principal credencial o fato de ser primo mais velho de Lionel Messi. Nem seus compatriotas sabem como ele joga, já que Maxi esteve no Paraguai nos últimos cinco anos.

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“Biancucchi é praticamente um desconhecido. Diria que só é conhecido pelos jornalistas que seguira, sua campanha no Sportivo Luqueño e que agora estão curiosos pelo que ele pode fazer no Flamengo. O público argentino sabe pouco ou nada sobre ele. Só sabe que Messi tem um parente que jogou futebol no Paraguai e que agora está no Flamengo. Mas desconhece sua função em campo e não seria capaz de reconhece-lo se cruzasse com ele no caminho”, diz o jornalista Elias Perugino da revista El Gráfico.

Maxi x Conca PLACAR 2007

A adaptação no Rio de Janeiro

Maxi diz que está adorando a vida no Rio. Conta que, até agora só teve tempo de conhecer a praia, já que mora pertinho dela, na Barra da Tijuca e os shoppings. “Nós argentino trabalhamos o ano todo para tirar férias nas praias brasileiras. (…) Agora moro na cidade onde se tiram férias, com clima tropical”, diz. Mais que o clima, o que mais agrada a Conca no Rio são as pessoas. Extremamente tímido o meia de 24 anos fala pouco, baixo, olhando para o chão. Quando chegou ao clube cruz-maltino, demorou um pouco a se adaptar. Ficou no banco um tempo, escondido. Até que floresceu. “Precisei de um tempo, fui me acostumando aos poucos com o futebol e com a gente brasileira. ”

Os brasileiros fizeram Conca se sentir bem, mas quem mais o apoiou nos momentos difíceis foi um compatriota, o zagueiro Emiliano Dudar, também do Vasco. “Nós não nos conhecíamos, mas foi muito importante para mim ele estar aqui, logo nos juntamos. ”

Maxi, do Flamengo, e Darío Conca, do Vasco, na PLACAR de 2007
Maxi, do Flamengo, e Darío Conca, do Vasco, na PLACAR de 2007

Dentro de campo; e a estatura? 

Conca só se firmou depois que passou a ajudar mais na marcação, a pedido do técnico Celso Roth. “Quando o jogador tem qualidade e busca se enquadrar na metodologia de trabalho, rende. A grande vitória do Conca foi ter se enquadrado na filosofia de participação de todo mundo, ofensiva e defensivamente. Teve dificuldade num primeiro instante, mas se adaptou e, então, floresceu”, disse Roth.

Para o técnico do Flamengo, Joel Santana, um dos trunfos de Maxi é sua velocidade. E o que já foi apontado como defeito, sua estatura, pode ser uma grande qualidade. “Tamanho não faz diferença. Sabe aquele baixinho que fez 1 000 gols, o Romário? Pois é, tamanho é isso”, diz Joel.

Maxi lembra que o primo Messi também é baixo. “Ser pequeno, no futebol, tem muitas vantagens. Sou mais rápido que a maioria, por exemplo. Nunca me atrapalhou, nunca ouvi um treinador falar que não ia jogar porque sou baixinho”, afirma. Conca também aproveita a pouca estatura lembra que, na Argentina, grande parte dos meias é baixa. “Sempre usei meu tamanho a meu favor. Principalmente porque fui do River Plate, que tem muitos jogadores baixos”, diz.

Os dois pequenininhos nunca jogaram juntos na Argentina. Nem contra, nem a favor. Maxi acredita que podem até ter se cruzados nas categorias de base, mas Conca duvida, porque é mais velho. Em comum, além da pouca estatura, habilidade, velocidade e nacionalidade, está o carinho que sentiram dos Hermanos brasileiros. “Fui muito bem recebido”, diz Maxi. Conca completa: “Nunca senti a rivalidade. Desde o início, aqui me fizeram sentir-me como mais um, como parte do grupo. ”

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