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Paulo Cezar Caju ícone blog Paulo Cezar Caju O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum

Não somos mais aquela seleção que fazia os adversários tremerem

Perdi as contas de quantas vezes bati na tecla de que precisávamos enfrentar times da Europa antes da Copa, e não deu outra: fomos eliminados por um de lá

Fim de ano é sempre uma época de muita reflexão, balanços e promessas para o futuro. Juro que ia aproveitar a última coluna de 2022 para renovar as minhas esperanças – que estão cada vez mais baixas – com o futebol brasileiro, mas foi tudo por água abaixo quando abri o jornal para ler as notícias. Nos áureos tempos, a essa altura, as manchetes seriam sobre os preparativos para os campeonatos estaduais, contratações de peso e a expectativa para o ano seguinte, certo? Pois é, agora só se fala de futebol inglês, do tal “boxing day” e não sei mais o quê.

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Esse é o problema! Estamos tão desvalorizados que nem os nossos próprios jornalistas se preocupam com as novidades daqui. Queremos imitar o futebol inglês, mas esqueceram de dizer que a Inglaterra só ganhou uma Copa do Mundo, em 1966, e, para quem não se lembra, foi com a ajuda da arbitragem! Geoff Hurst chutou a bola, que bateu no travessão, quicou nitidamente fora e o juiz deu gol.

Sei que não é um trabalho do dia para a noite, mas não consigo entender como nada foi feito desde os 10 x 1 (7 da Alemanha e 3 da Holanda). Perdi as contas de quantas vezes bati na tecla de que precisávamos enfrentar seleções da Europa durante a preparação para a Copa do Mundo e não deu outra: fomos eliminados por uma de lá. É preciso investir na base, trabalhar os fundamentos básicos dos garotos, ou ficaremos mais 20 anos sem conquistar uma Copa do Mundo.

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Além disso, ao invés de contratarem professores de educação física, seria importante buscarem os craques do passado para trabalharem na base dos clubes, como Telê Santana, Pinheiro, Neca, Carlinhos e tantos outros. É triste dizer isso, mas precisamos ter a humildade de reconhecer que já não somos mais aquela seleção que faz os adversários tremerem. Antigamente, os rivais já entravam derrotados no túnel ao se depararem Pelé, Gerson, PC, Brito, Didi, Clodoaldo, Félix, Garrincha, Vavá, Zagallo, Nilton Santos, Djalma Santos, Tostão, Carlos Alberto Torres, Rivellino, Jairzinho, Zico, Leandro, Eder, Sócrates e por aí vai! E hoje? É capaz de nem conhecerem os que vestem a amarelinha!

Inclusive, não sei como ocupamos o primeiro lugar no ranking de seleções da Fifa, superando Argentina e França, respectivamente. Sinceramente, não consigo ver uma luz no fim do túnel. No futebol carioca, Fluminense e Vasco contrataram diversos jogadores e aposto que, assim como eu, a maioria não sabe quem são. Por que não investir essa grana na garotada, no centro de treinamento?

Pérolas da semana:

“Com uma ligação direta e marcação alta, o jogador faz a transição com uma leitura de como armar um jogo tendo uma rotação qualificada para chapar a bola explodida como pedra e gerar consistência para o time encorpado, com ideia de jogo por dentro, sobre as linhas”.

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“Intensidade e jogo vertical para replicar dinâmica e viés de contenção dos pilares de gravidade do gramado. Dessa forma, encaixa o tapa pelas beiradas com a bola viva para que o atacante do 4-3-2-1 na cratera reativa vertical da diagonal centralizada possa receber a assistência no último terço do campo”.

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