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Beth Mead, a inglesa que pode destronar Putellas como Bola de Ouro

Campeã e melhor jogadora da Eurocopa feminina, atacante do Arsenal desponta como forte candidata ao prêmio da 'France Football' em 2022

O futebol inglês viveu um momento apoteótico em 31 de julho com o título da Eurocopa feminina conquistado pela seleção inglesa, diante de mais de 87.000 torcedores em Wembley, ao bater a eterna rival Alemanha na prorrogação. Foi a primeira conquista internacional do país desde a Copa do Mundo masculina de 1966, no mesmo estádio. Beth Mead, atacante de 27 anos do Arsenal, foi a grande estrela da competição. Alçada à condição de ídolo nacional, ela sonha agora com mais um troféu em 2022: a Bola de Ouro, que será entregue pela revista France Football nesta segunda-feira, 17 de outubro, em Paris.

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Desde que o corte da espanhola Alexia Putellas, atual melhor do mundo, foi anunciado às vésperas da Euro em razão de uma grave lesão, a disputa pelo posto de estrela do torneio ficou vaga. Beth Mead atropelou a concorrência e, com seis gols e cinco assistências em cinco jogos levou para casa não apenas a medalha de ouro, mas também os troféus de artilheira e melhor jogadora. Um hat-trick diante da Noruega de Ada Hegerberg, primeira vencedora da Bola de Ouro feminina em 2018, além dos 11 gols e oito assistências pelo Arsenal, terceiro colocado da liga inglesa, fortalecem ainda mais a sua candidatura à nova rainha do futebol feminino.

 

Bethany Jane Mead nasceu na pequena vila de Hinderwell, em North Yorkshire, que em entrevista à federação inglesa ela descreve como “literalmente no meio do nada”. Seus primeiros chutes foram aos seis anos de idade, como um inusitado empurrãozinho da mãe, June.  “Eu tinha muita energia quando criança e por causa disso, minha mãe queria que eu liberasse um pouco dessa energia e decidiu me levar para um treino de de futebol de sábado de manhã em Hinderwell”, explicou.

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A garota pegou gosto e, de tão habilidosa, passou a integrar equipes masculinas na escola Oakridge Primary e da equipe California Boys. Em seguida, foi levada à equipe feminina do Middlesbrough Academy. “Sou grata por esse tempo brincando com os meninos porque me desenvolvi melhor que algumas das meninas que estavam no centro de excelência. Acredito muito que tudo acontece por uma razão e acho que isso ajudou no desenvolvimento da minha carreira.”

Durante seu tempo no Middlesbrough, clube conhecido no Brasil pela passagem de Juninho Paulista, a mãe de Beth conseguiu um segundo emprego para ajudar a cobrir o custo da gasolina necessária para a viagem de 45 minutos duas vezes por semana. A atacante ainda passou seis anos pelo Sunderland antes de chegar ao time do Arsenal em 2017. A partir daí, sua carreira decolou.  

Beth Mead entre os garotos do California Juniors
Beth Mead (quarta da esq. para a dir. na fileira de baixo) entre os garotos do California Juniors

Beth Mead conciliou o futebol com os estudos e em 2016 formou-se na Teesside University de Middlesbrough em Desenvolvimento Esportivo. Sua vida pessoal também foi motivo de curiosidade dos tabloides ingleses. A atacante namorou sua então companheira de Arsenal, a holandesa  Danielle van de Donk. Em 2019, ela exaltou a presença de atletas abertamente gays.

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“Acho que se jogadores como eu e Danielle podem fazer as pessoas se sentirem mais confortáveis ​​e orgulhosas de quem são, isso é uma coisa boa”, disse ao diário Express. “Acho que isso cria um ambiente para que as pessoas possam falar e falar sobre quem são, independentemente do que as pessoas pensam.” O namoro terminou no ano passado, mas elas seguem amigas e agora são adversárias, pois a holandesa se mudou para o Lyon. 

Em recente entrevista ao Guardian, Beth Mead apontou a lateral Lucy Bronze, sua colega de seleção, como uma de suas referências. “Lucy gritou comigo durante um treinamento há mais de um ano porque eu não protegia bem a bola”, contou. “Ela gritou comigo e isso realmente mexeu comigo. Se Lucy está gritando comigo, ela está tentando tirar o melhor de mim porque sabe que eu sou capaz. Lucy tem sido um modelo.”

Ela citou suas frustrações por ter ficado de fora das Olimpíadas de Tóquio em meio a problemas pessoais, mas disse que usou sua dor como motivação extra. “Tive dificuldades fora de campo e usei o futebol para me livrar destas emoções. O futebol é meu espaço seguro, um refúgio”, disse. “Fiquei frustrada algumas vezes e queria jogar melhor, mas é mais fácil falar do que fazer. Eu estava colocando muita pressão em mim mesmo e pensando demais em muitas coisas.

O cenário mudou e Beth Mead agora é uma estrela do futebol feminino. O histórico da Bola de Ouro mostra, tanto no masculino quanto no feminino, que o brilho em competições internacionais tem peso duplo na eleição. Em 2019, a americana Megan Rapinoe foi eleita na esteira de seu protagonismo no título mundial. Em 2020 não houve premiação em razão da Covid-19 e no ano passado Alexia Putellas foi a escolhida depois de levar o Barcelona ao inédito título da Champions feminina.

Para este ano, as principais concorrentes de Beth Mead são novamente Alexia Putellas, que apesar de ter perdido a Euro por lesão brilhou no título espanhol invicto do Barça e também no vice-campeonato da Liga dos Campeões. A australiana Sam Kerr, campeã inglesa pelo Chelsea, e as estrelas do campeão europeu Lyon, a norueguesa Ada Hegerberg e a francesa Wendy Renard correm por fora.

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Beth Mead coberta de glória em Wembley
Beth Mead coberta de glória em Wembley
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