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Dia da Glória: torcida do Cruzeiro dá show e vira protagonista do acesso

Foram três anos de Série B e o doloroso flerte com o ostracismo, mas um mar azul reconduziu a Raposa de volta à elite; a Série A já é realidade

BELO HORIZONTE – Costumam dizer: torcedores que passam por crises fortalecem a paixão de maneira proporcional à dor que sofreram. É do “futebolês”. E um dos elementos que corrobora com a tese é o Cruzeiro, mais novo integrante da Série A em 2023.

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Desde que foi rebaixado para a segunda divisão, em 2019, é difícil elencar bons momentos do clube. Débitos financeiros praticamente impagáveis, resultados totalmente desesperançosos e o sentimento de estar ficando para trás dos rivais. A realidade foi essa. Mas no futebol, esporte que motiva paixões inexplicáveis, não importa quantos anos, ninguém deixa de amar.

Os milhões de cruzeirenses são os protagonistas do acesso – e olha que não faltam candidatos. Um mar azul tomou a frente e fez uma figura como Ronaldo ficar com o espaço de coadjuvante. Durante todo o 2022, a relação entre torcida e time se estreitou a ponto de gerar uma relação insinuante de troca.

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Colocar mais de 50.000 pessoas no Mineirão não foi fato isolado. Mas coube ao jogo do acesso, contra o Vasco, a responsabilidade de estabelecer o recorde do ano: 59.204 presentes. Quanto ao barulho, poderia facilmente ser confundido com centenas de milhares. Ou mesmo milhões de vozes, ansiosas para dizer que não, o Cruzeiro não acabou.

A impaciência era real. Até por isso, desde às 16h, cinco horas antes do jogo, os entornos do Mineirão estavam com movimento intenso. Assim que os portões do estádio foram abertos, os telões começaram a contabilizar o público parcial. O clima era de final. As luzes, acesas inicialmente, foram apagadas e quem coloria as arquibancadas era o processo de lotação, as camisas azuis.

O horário para o jogo se estreitou e o ambiente foi estabelecido. Era noite de vencer. Decepcionar o mosaico em azul e branco, com estrelas, a palavra “cabuloso” e uma imagem de Ronaldo não era opção. Os onze escalados por Paulo Pezzolano entenderam e se sentiram representados.

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Não foram só flores, não. A rivalidade entre as torcidas foi a causadora de diversos momentos de tensão. Crianças vascaínas foram tiradas do meio das confusões, que consistiam em tentativas de invasão e cadeiras quebradas para serem arremessadas.

Positivamente, as lamentáveis cenas ficaram reduzidas a um pequeno setor. O restante do Gigante da Pampulha era êxtase, que explodiu em alguns momentos específicos. Nos gol de Machado, Edu e Luvannor e quando o apito final foi trinado, as estruturas de concreto estremeceram.

Toda e qualquer aparição de Ronaldo Fenômeno na tela causava alvoroço. O sócio majoritário do clube, que também esteve representado no mosaico, e conquistou o acesso como um presente pelo aniversário de 46 anos, entende como poucos a relação entre cruzeirense e Cruzeiro.

Entre tantos elementos, que parecem nem caber em 90 minutos, uma música foi a trilha sonora da reta final de Série B. Lançada por MC Das Quebradas, a letra expressa toda a epopeia cruzeirense, de anos sofridos, que forjaram ainda mais a paixão.

“Disseram que eu ia morrer

torceram pra eu acabar 

mas se esqueceram

eu sou acostumado a guerrear

Hoje é o dia da glória

de fazer história

de ver quem sorriu, sofrer”

Nessa toada, era possível ver milhares de pessoas em ligação com os jogadores, representando os milhões de torcedores. Essa conexão, ao fim de tudo, tem um significado forte, que é a frase sonhada por todo e qualquer torcedor: “O Cruzeiro voltou”.

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