María Peña. Washington, 31 jul (EFE).- A delegação dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Londres conta com mais de 30 atletas ‘estrangeiros’, que mesmo com a onda de xenofobia no mundo não medem esforços para representar seu país adotivo. A presença de vários sobrenomes hispânicos na equipe olímpica americana reflete não só as imensas […]
María Peña.
Washington, 31 jul (EFE).- A delegação dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Londres conta com mais de 30 atletas ‘estrangeiros’, que mesmo com a onda de xenofobia no mundo não medem esforços para representar seu país adotivo.
A presença de vários sobrenomes hispânicos na equipe olímpica americana reflete não só as imensas mudanças demográficas nos EUA nas últimas décadas, mas também a perseverança destes atletas por superar adversidades e alcançar o ‘Sonho Americano’.
Integrados na sociedade dos EUA, seus exemplos servem de argumentos contrários aos congressistas e conservadores que procuram negar as contribuições dos imigrantes, legais ou ilegais, para a sociedade americana.
Um bom exemplo destes atletas é o corredor de origem mexicana Leo Manzano, filho de um imigrante ilegal. Manzano demonstrou interesse pelo esporte desde criança e ao cursar o ensino médio em Marble Falls (Texas) conseguiu muitas vitórias e nove campeonatos estaduais. Ele disputará em Londres a prova dos 1.500 metros rasos.
Isso sem falar na boxeadora peso mosca Marlen Esparza, de 23 anos, que tentará conquistar o ouro no dia 6 de agosto. Filha de imigrantes mexicanos e personagem da revista ‘The Atlantic’ do mês passado, ela foi a primeira mulher a se classificar para os Jogos Olímpicos quando o boxe feminino foi aceito na competição.
Já o ginasta cubano naturalizado americano Danell Leyva, de 21 anos, morador de Homestead (Flórida), também quer conquistar uma medalha. Nascido em Matanzas, Leyva saiu de Cuba com sua mãe rumo aos EUA quando tinha apenas três anos, enquanto seu padrasto e treinador, Yin Álvarez, cruzou ilegalmente o Rio Bravo para chegar até o país.
Outra bonita história é a do corredor sudanês López Lomong, que competirá em Londres na prova dos 5 mil metros rasos. Lomong chegou nos EUA aos 16 anos, após fugir de uma violenta guerra civil. O corredor chegou a viver num campo de refugiados e conseguiu a nacionalidade americana em 2007.
Henry Cejudo não conseguiu lugar neste ano na equipe olímpica que representa os EUA em Londres, mas sua história merece ser divulgada.
Com apenas 21 anos, Cejudo se classificou para os Jogos Olímpicos de 2008, e se tornou o atleta mais jovem a ganhar uma medalha de ouro na luta livre, na categoria de 55 quilos.
Filho de imigrantes ilegais mexicanos, e filho mais novo entre seis crianças, o lutador cresceu na pobreza e sem a ajuda de seu pai, tendo passado por bairros de baixa renda em cidades como Los Angeles (Califórnia) e Phoenix (Arizona).
Um de seus irmãos, Ángel, foi quem o fez entrar no mundo da luta livre, que agora virou sua grande paixão.
Cejudo não terá oportunidade de lutar por medalhas em 2012, mas chamou a atenção da Coca-Cola, que o incluiu ao lado de Esparza em uma grande campanha publicitária dirigida aos consumidores hispânicos.
A campanha milionária, que tem o lema ‘Lutando Juntos’ e é transmitida pela rede ‘Telemundo’ e em vários canais da internet, procura festejar os atletas hispânicos e o ‘Sonho Americano’ ao mesmo tempo em que estão sendo realizados os Jogos Olímpicos. EFE