Organização acha que mudanças adotadas neste ano solucionaram problemas
“A gente deu um passo muito grande para recuperar a credibilidade do torneio”, disse o diretor do evento
Depois de muitas críticas, tanto dos tenistas como do público, em 2013, o Brasil Open, em São Paulo, promoveu mudanças em três quesitos: quadras, bolas e ingressos. Para o diretor do torneio, Paulo Pereira, o resultado foi positivo nessas três áreas na edição 2014. “A mudança mais importante foi construir as quadras de uma maneira mais confiável, proporcionar ao jogador a certeza de que ele iria jogar em quadras muito boas”, explicou ele no domingo, depois do encerramento do torneio. E os tenistas parecem estar de acordo com a organização. “As pessoas se queixavam das quadras, mas neste ano melhorou muito. Está muito boa”, comentou o espanhol Guillermo García-Lopez, campeão nas duplas ao lado do austríaco Philipp Oswald. O alemão Tommy Haas também elogiou as condições que encontrou em São Paulo. “Não tenho motivos para reclamar do torneio. Foi muito bom.”
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O diretor Pereira, que trabalhou por 32 anos na Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), já faz planos para a próxima edição e acredita que uma terceira quadra é fundamental para auxiliar na logística de treinos dos jogadores. “Com duas quadras fica mais difícil. É sempre um transtorno ter as quadras de treino longe de onde os jogos são disputados, mesmo que 99% dos jogadores tenham ido a pé até elas para aquecer ou treinar.” As quadras de treino ficam no Círculo Militar, próximo ao Ginásio do Ibirapuera. O conforto do público também foi melhor neste ano com a climatização do ginásio. “O climatizador foi bem visto. Nunca vai ser igual a um ar-condicionado, usaria esse sistema de novo, pois a gente teve um bom resultado.” O dirigente também enalteceu a construção do miniestádio coberto, utilizado como quadra 1.
O público também contou com ingressos numerados neste ano. Apesar de o ginásio não ter sido ocupado em sua capacidade máxima (8.500 pessoas) em nenhum dia, essa medida facilitou o trabalho dos funcionários e organizou o deslocamento das pessoas no ginásio. Nas semifinais, que tiveram a eliminação do brasileiro Thomaz Bellucci e o abandono de Haas, cerca de 5.000 pessoas compareceram ao ginásio, nosábado. Outro ponto de destaque levantado pela organização foi a adoção da bola Wilson Australian Open. Para Pereira, essa mudança foi um passo fundamental para a satisfação dos tenistas, como a do veterano Haas, de 35 anos. “Sabia que aqui tinha muita altitude, estava um pouco preocupado com isso. Mas soube que trocaram a bola do ano passado e esta bola que estão usando é muito boa”, disse o alemão.
Satisfeito com o retorno, Pereira classificou um relatório apresentado pelo supervisor da ATP elogiando as melhorias apresentadas pelo Brasil Open neste ano como “gratificante”. “A gente deu um passo muito grande para recuperar a credibilidade do torneio”, afirmou. Ele também reconhece que a evolução pode ajudar a impulsionar uma mudança na data do torneio. A ATP divulgou o calendário de 2015 com o período da disputa brasileira indefinido, e a organização pleiteia assumir a segunda semana de fevereiro, ocupada atualmente pelo torneio de Buenos Aires. Em 2013, o torneio contou com a presença do astro espanhol Rafael Nadal – que, neste ano, optou por disputar o Rio Open, em que se sagrou campeão. O torneio carioca oferece premiação e pontuação superiores às da competição disputada em São Paulo.
(Com Estadão Conteúdo)