• Escudo Atlético-MG
  • Escudo Bahia
  • Escudo Botafogo
  • Escudo Ceará
  • Escudo Corinthians
  • Escudo Cruzeiro
  • Escudo Flamengo
  • Escudo Fluminense
  • Escudo Fortaleza
  • Escudo Grêmio
  • Escudo Internacional
  • Escudo Juventude
  • Escudo Mirassol
  • Escudo Palmeiras
  • Escudo RB Bragantino
  • Escudo Santos
  • Escudo São Paulo
  • Escudo Sport
  • Escudo Vasco
  • Escudo Vitória

Esporte

Opinião: Homofobia, o ponto negativo no show da seleção

Apesar das multas recebidas e apelos no telão, gritos de “bicha” voltaram a ser ouvidos na vitória sobre o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa 2018

Publicado por: Alexandre Senechal em 29/03/2017 às 15:20 - Atualizado em 21/10/2021 às 01:10
Opinião: Homofobia, o ponto negativo no show da seleção
O goleiro Antony Silva do Paraguai durante partida contra o Brasil pelas Eliminatórias da Copa da Rússia, no Itaquerão em São Paulo

Nem “olê olê olê olê, Tite Tite” nem “o campeão voltou”. O grito que mais se ouviu na Arena Corinthians na vitória do Brasil contra o Paraguai por 3 a 0 pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo na Rússia foi o de “bicha”. A cada vez que o goleiro Anthony Silva batia na bola em um tiro de meta, a ofensa vinha de todo o estádio, em um dos raros momentos em que a torcida se manifestava em uníssono na noite desta terça-feira. A absurda situação ainda aparecia nos momentos em que o sistema de som do Itaquerão pedia para pararem as manifestações e os 44.378 pagantes respondiam com fortes vaias.

Publicidade

A tradição não nasceu no Brasil – foi copiada dos mexicanos, que há muitos anos gritam ‘puto‘ (o equivalente, em espanhol) aos goleiros adversários , mas tem sido constante em jogos de clubes e da seleção, e já prejudicou a equipe de Tite. Na partida contra a Colômbia, em setembro de 2016, os gritos homofóbicos da torcida foram uma constante. A Fifa reagiu e multou a CBF em 20.000 francos suíços (cerca de 72.000 reais). O episódio se repetiu um mês depois na goleada por 5 a 0 sobre a Bolívia, em Natal, e houve nova punição, agora de 25.000 francos suíços (83.000 reais).

Muitos argumentam que este tipo de manifestação homofóbica “faz parte da cultura do futebol” e não deve ser interpretada como discriminação. Seria apenas mera e inocente “provocação”, como outros gritos e xingamentos corriqueiros nas arquibancadas. Há quem diga que o futebol está ficando chato – como se isso fosse o que dá emoção ao esporte.

Publicidade

Fatma Samoura, mulher, negra e muçulmana, atual secretária-geral da Fifa, também ex-funcionária da ONU, luta pela igualdade de condições das pessoas e nunca escondeu que já sofreu todo o tipo de preconceito e de discriminação. Ela sempre diz que a Fifa terá tolerância zero para qualquer tipo de preconceito nos estádios e as multas para o Brasil e outras seleções provam isso. As punições financeiras já se mostraram ineficazes e talvez fosse o momento de a entidade pensar em alternativas. Já passou da hora de estádios de futebol se tornarem lugares tolerantes, amigáveis e de celebração ao esporte. Gritos homofóbicos não contribuem em nada para isso.

Continua após a publicidade

Leia outras notícias LEIA MAIS
Notícias mais lidas MAIS LIDAS